Entenda os dois propósitos do escapulário de Nossa Senhora do Carmo, segundo o Padre Reginaldo Manzotti
No mês de julho, mais precisamente no dia 16, celebramos a Festa de Nossa Senhora do Carmo, madrinha da Obra Evangelizar é Preciso.
Seu histórico narra que, na Idade Média, monges atuavam como cavaleiros cruzados. Por volta de 1155, muitos deles, fatigados pelas batalhas empreendidas para conquistar a Terra Santa, fixaram-se no chamado Monte Carmelo, montanha na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo e cujo nome significa “jardim” ou “campo fértil”. Desejosos de uma vida autenticamente cristã, ali se estabeleceram e fundaram uma capela dedicada à Virgem Maria, razão pela qual ficaram conhecidos como Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Posteriormente, em 1226, o Papa Honório III concedeu a aprovação oficial da Igreja à Ordem fundada pelos monges carmelitas. Em 1235, os mouros voltaram à Terra Santa e promoveram brutal perseguição contra os cristãos. Para sobreviver, os monges separaram-se em dois grupos, cabendo a um deles a missão de defender o mosteiro, mas acabaram mortos e sua morada foi incendiada. O outro grupo dispersou-se em três regiões distintas: Sicília, na Itália; Creta, na Grécia; e Aylesford, na Inglaterra. Nesta última localidade, em 1238, chegaram a fundar um mosteiro, porém não foram aceitos pelas autoridades eclesiásticas locais e enfrentaram a ameaça de extinção.
Em 16 de julho de 1251, no Convento de Cambridge, durante oração feita a Nossa Senhora pelo superior da Ordem, São Simão Stock, pedindo um sinal de sua proteção que fosse visível aos inimigos, o Escapulário da Virgem do Carmo foi entregue por Nossa Senhora com a seguinte promessa: “Recebe, meu filho muito amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno”.
Após essa aparição, a perseguição deixou de ocorrer e a Ordem tornou-se conhecida em toda a Europa, atraindo muitos adeptos. O Escapulário, por sua vez, foi incorporado aos objetos de uso corrente dos cristãos, como sinal da manifestação do Amor da Virgem Maria e símbolo de vida cristã dedicada a Deus.
Ser devoto de Maria é tomar posse do presente de Jesus. Nos ‘agarrarmos’ a ela nos mantêm fiéis a Seu Filho Jesus, de modo particular sob o título de Nossa Senhora do Carmo que traz o santo escapulário.
A forma mais clássica de ver o Escapulário é como sendo um avental que se usa quando está a serviço. Portanto, usar o santo Escapulário, eu uso desde os dez anos, é senti-lo toda vez que você passar a mão no peito e lembrar que está a serviço de Nosso Senhor e Maria nos protegendo. O Escapulário tem o propósito em duas vias: uma o nosso comprometimento com Jesus por Maria, assim como ela foi a serva fiel também nós trabalharemos pelo Reino de seu Filho Jesus Cristo. Por outra via é um carinho de Maria para conosco. Na mesma disposição que temos em servir, Ela tem para conosco e nos dá um pedaço do seu manto para nos proteger. Nas horas em que nos sentimos desencorajados ela nos sustenta. Na hora em que nos sentirmos abatidos, ela nos afaga. Na hora em que nos sentirmos cansados Ela será nosso descanso. É a Mãe a nos dizer: “Não desanimem porque a vitória vem depois da cruz”.
O uso do Escapulário nos mantêm discípulos fiéis de Jesus nesta vida, para que um dia possamos trocar o santo Escapulário pela veste celestial e viver com Jesus, Maria e os santos de Deus.
Comentar sobre a devoção a Nossa Senhora do Carmo, Mãe do Santo Escapulário e Mãe da Boa Morte é como descrever a relação com minha mãe biológica. Sempre terei a sensação de ter deixado para trás algum aspecto importante devido a tantos momentos de conforto, consolação e graças que d’Ela tenho recebido. Nesta devoção, lanço-me sem medo e a Ela recorro diariamente nas três Ave-Marias diárias e no uso ininterrupto do Santo Escapulário.
Por fim, ressalto que conheço e guardo muitas estampas com a imagem de Nossa Senhora do Carmo. Uma das que mais me impressiona é aquela em que a Virgem, por especial privilégio de seu Filho Jesus, socorre as almas do purgatório [abaixo]. Assim como a vida, a morte é uma realidade que em Cristo Ressuscitado ganha nova perspectiva. Rezar invocando Nossa Senhora do Carmo como auxílio de uma “boa morte” é querer morrer em paz com Deus.
Fonte: Aleteia
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