Em declarações ao site do Santuário de Fátima, teólogo e antigo assessor da Postulação para a Causa da Canonização do Francisco e Jacinta Marto, Pedro Valinho Gomes, assinalou que, após as aparições, Francisco “compreende perfeitamente que a vida que tem, lhe é dada para ser gasta em uma relação que valha a pena, e ele encontra essa relação com Deus”.
Por isso, acrescenta, o pequeno pastor “procura o silêncio, por isso é que ele é um menino contemplativo, por isso é que ele tem uma relação especial com a criação, porque na criação ele encontra o Criador, no silêncio ele encontra aquilo que se lhe revelou em silêncio”.
Para o também responsável pelo Departamento para Acolhimento de Peregrinos, recordar o centenário de falecimento deste pastorinho “é assinalar o seu segundo nascimento, o nascimento definitivo para o absoluto, e é recordar à Igreja isto mesmo, que podemos fazer muito, porque podemos e devemos apostar tudo o que somos na entrega aos outros, mas isto só faz sentido na medida em que na base tem de estar uma relação com Deus e é isto que o Francisco nos ensina”.
Francisco Marto nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado em 20 de junho na Igreja Paroquial de Fátima. Com apenas 8 anos, começou a pastorear o rebanho de seus pais junto com sua irmã, Jacinta Marto, na região da Cova da Iria.
Neste local, os dois e sua prima Lúcia testemunharam as aparições da Nossa Senhora, entre maio e outubro de 1917, quando a Virgem lhes transmitiu uma mensagem de penitência e conversão.
Logo depois das aparições, Jacinta e Francisco seguiram sua vida normal. Lúcia foi para a escola, tal como pediu a Virgem, e era acompanhada por seus primos. No caminho, passavam pela Igreja e saudavam Jesus Eucarístico.
Francisco, sabendo que não viveria muito tempo e levado pelo desejo de consolar o coração de Jesus, dizia: “Vão vocês ao colégio, eu ficarei aqui com o Jesus Escondido”. Ao sair do colégio, as meninas o encontravam o mais perto possível do Tabernáculo e em recolhimento.
O pequeno Francisco era o mais contemplativo e queria consolar Deus, tão ofendido pelos pecados da humanidade. Em uma ocasião, Lúcia lhe perguntou: “Francisco, o que prefere, consolar o Senhor ou converter os pecadores?”. Ele respondeu: “Eu prefiro consolar o Senhor”.
“Não viu que triste estava Nossa Senhora quando nos disse que os homens não devem ofender mais o Senhor, que já está tão ofendido? Eu gostaria de consolar o Senhor e, depois, converter os pecadores para que eles não ofendam mais ao Senhor”. E continuou: “Logo estarei no céu. E quando chegar, vou consolar muito Nosso Senhor e Nossa Senhora”.
Em 18 de outubro de 1918, Francisco adoeceu, vítima da gripe pneumônica, conhecida como gripe espanhola, que assolou Portugal, causando a morte de dezenas de milhares de pessoas.
No ano seguinte, em 2 de abril, Francisco se confessou e recebeu a comunhão pela última vez “com uma grande lucidez e piedade”, como escreve o pároco de Fátima no Livro de Óbitos, ao registar a sua morte, em 4 de abril. “E confirmou que tinha visto uma Senhora na Cova da Iria e Valinho”, acrescentou o sacerdote.
O corpo do pequeno Francisco foi sepultado no cemitério de Fátima, de onde seus restos foram exumados em 17 de fevereiro de 1952 e transladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em 13 de março de 1952, onde se encontra atualmente.
Francisco Marto foi canonizado juntamente com sua irmã Jacinta Marto pelo Papa Francisco, em 13 de maio de 2017, no marco das comemorações do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima.
A canonização se deu após o Pontífice aprovar o decreto que reconheceu o milagre por intercessão dos pastorinhos do menino brasileiro Lucas, após ter caído de uma janela a 6,5 metros de altura e ter ficado em coma.
Fonte: ACI digital
Comentários
Postar um comentário