Para a glória de Deus
Numa grande catedral em construção, alguém se deteve, observando o trabalho de um operário. Pacientemente, estava ele cortando varas de ferro, enquanto lhe corria o suor pelo rosto. E o visitante lhe perguntou: "Amigo, que está fazendo?" - "Ganhando o meu pão" - foi a resposta. Mais adiante a mesma pergunta a um velho marceneiro: "Que está fazendo?" - Com toda calma o velho respondeu: "Estou construindo uma catedral para Deus".
Todos nós, neste mundo, vivemos em meio ao trabalho, às lutas e sacrifícios de cada dia. Passam os meses, os anos, e o sofrimento sempre à nossa espera, com dolorosas surpresas. E o fim de tudo isso... seria apenas a morte? Se assim fosse, nem valeria a pena viver. Ganhar o pão, recursos, bem-estar, enfim, viver para apenas sobreviver é nada, pois sabemos que, com a morte, tudo acaba. Esta vida somente merece ser vivida se a soubermos viver como uma preparação para a eternidade que nos espera.
Construir uma catedral para Deus. Essa catedral é a nossa vida de todos os dias. Vós sois o templo de Deus - escreveu o apóstolo ( 2Cor 6,16 ). E que templo! Não é uma construção de pedra e concreto, por mais grandiosa que a imaginemos; é um templo vivo, melhor, é toda a nossa vida de lutas e sofrimentos, na qual glorificamos o Pai com nosso trabalho, com nossas alegrias, e até mesmo com nossas lágrimas, porque nesse templo tudo pertence à glória infinita de Deus.
Numa catedral, desde as colunas e arcos até à última pedra do alicerce, tudo pertence à construção, e toda a construção está destinada ao culto divino. Assim também na nossa vida. Não pertencem a Deus somente as horas na nossa vida. Não pertencem a Deus somente as horas que passamos em oração, mas também o trabalho, as lutas e sofrimentos, e estes de modo especial, porque se o trabalho, às vezes, chega a ser um alívio e uma distração, o sofrimento nunca deixa de ser o que é. Ele é sempre o que de melhor possuímos para oferecer a Deus, por ser o que mais nos custa.
Muito mais do que representam o ouro, a prata e o mármore nas catedrais deste mundo, nossos sofrimentos irão brilhar diante de Deus como uma riqueza que ele não deixará de receber e recompensar. Já estamos sabendo que meses nem de anos, mas um trabalho de sempre, que só estará terminado quando Deus nos chamar. Até lá temos que viver dedicando à glória do Pai tudo o que faz o conjunto da nossa vida: trabalho, dificuldades, e principalmente os sofrimentos de cada dia. É isso o melhor que temos para oferecer a Deus, pelo muito que ele já nos deu e ainda nos irá dar. Agradeçamos, sim, à divina misericórdia que nos ajuda a sofrer com resignação, com generosidade e com amor.
Autor: Pe Isac Lorena, C.SS.R (Uma Palavra Aos Que Sofrem)
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