Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo. 28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda, qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se, com dez mil homens, poderá enfrentar o outro, que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”.
Jesus dá o exemplo
23º Domingo do Tempo Comum
- Ano C
Evangelho de Lucas 14,25-33
REFLEXÃO
O Mestre parece não se animar muito com as grandes multidões. Sabe que muitos dos que estão lá não têm grande interesse em ser um fiel seguidor comprometido com o projeto do Reino. Normalmente, nós nos animamos quando vemos grandes multidões participando de celebrações, presididas por ministros “famosos ou midiáticos”. Ao apresentar suas exigências, Jesus não se preocupa se serão muitos dispostos a trilhar o caminho com ele. Três vezes, o Evangelho repete: “não pode ser meu discípulo”. O texto apresenta três exigências do Mestre para segui-lo com fidelidade: 1) desapego afetivo: deixar os interesses da família para colaborar com ele; 2) disponibilidade para a cruz: a capacidade de assumir a “própria” cruz da fidelidade; 3) renúncia a tudo o que impede a concretização do projeto do Reino.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)[1]
Coleta
Ó Deus, olhai com bondade os que redimistes e adotastes como filhos e filhas, e concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Jesus dá o exemplo
São quatro as condições radicais postas por Jesus: o desprendimento das coisas familiares; o desprendimento da própria vida (dos próprios interesses); o desprendimento de qualquer tipo de posse material ou espiritual e o assumir a cruz, isto é, a própria história em suas situações concretas de cada dia. É, certamente, muito o que Jesus exige. Mas, se olharmos bem, é exatamente o que ele fez, quando veio a este mundo: deixou a glória do paraíso, assumiu a pobreza em todos os sentidos, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2,7), sofreu todas as vicissitudes de seu tempo e de seu povo e morreu crucificado.
Jesus nada exige que não tenha experimentado primeiro. Aliás, Lucas sugere isso ao dizer que Jesus caminhava à frente das multidões, para quem ‘se voltou’ para ensinar (v. 25). Em outra ocasião, Jesus dissera explicitamente: “O discípulo, para ser perfeito, deve ser como o mestre” (Lc 6,40). Jesus repartiu tudo o que era e o que tinha com os discípulos, até mesmo seu poder divino de perdoar pecados e de santificar (Jo 20,23).
Mas quer repartir também a cruz e a morte, partes integrantes de sua missão salvadora, e partilhar a ressurreição e a glorificação, nova meta da criatura redimida.
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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