A salvação preparada por Deus para todos os povos
É uma belíssima cena esta da Apresentação de Jesus no templo. Une o Antigo e o Novo Testamento. Une o velho e o novo templo de Deus. Ao Pai é consagrado o Filho, e o Espírito Santo fala por meio dos lábios de Simeão e de Ana palavras que confirmam a missão salvadora e universal de Jesus, cumprimento da vontade do Pai. Presentes a velhice, a infância e a idade madura. Presentes um casal que oferece, uma viúva que louva, um ancião que profetiza. Presente a natureza com o que tinha de mais simbólico: um casal de jovens pombos, que mais tarde servirá de modelo para descrever a atitude do discípulo de Jesus (Mt 10,16) e a descida do Espírito, que consagrará publicamente o ministério de Cristo, no momento do batismo (Lc 3,22).
Presente, passado e futuro se ajeitam numa única moldura: o presente, na oferta de José e Maria; o passado, na espera/esperança de Simeão e Ana; o futuro, no menino que será a luz dos povos e na espada que traspassará o coração de Maria. O corriqueiro (pegar uma criança no colo) se encontra com o mistério (criança-salvação). A eternidade (Jesus sempre pertenceu ao Pai e com ele sempre foi uma coisa só) se abaixa para unir-se ao tempo e receber a consagração do mesmo Jesus feito homem.
José e Maria subiram discretamente ao templo. Repetiram o gesto de tantos outros jovens casais. De repente, seu gesto se alargou até o céu, quando Simeão agradeceu ao Senhor a sorte de encontrar o Menino aguardado, e se alargou até os confins do mundo, quando o predisse salvação e luz para todos os povos, e se estendeu a todos os tempos, vendo na criança oferecida o sacrifício definitivo do resgate ou da ruina dos filhos de Adão.
Comentários
Postar um comentário