“Milagre do menino afogado” em SC: TV omite que ele reagiu após batismo católico

Irmãos Heitor e Oscar Nagel
@heitor.b.nagel | Instagram

Reportagem local - publicado em 04/10/23

O episódio esteve a um triz de terminar em tragédia, mas, para muitos, terminou em milagre

Gerou grande comoção em todo o Brasil, na semana passada, o impactante caso do menino Heitor Nagel, de Joinville, SC – um episódio que esteve a um triz de terminar em tragédia, mas que, para muitos, terminou em milagre.

O menino, de 4 anos, caiu na piscina de casa durante um breve descuido da família. As imagens da câmera de segurança instalada na área externa da residência registram que transcorreram intermináveis – e normalmente fatais – 11 minutos até que o pai, Jean Paulo, viu o garoto submerso e pulou desesperado na água para socorrê-lo. Jean contou a uma equipe de reportagem da TV Record que, após tirar o filho da piscina, começou imediatamente a fazer os primeiros socorros, “mas ele não tinha pulso, a pupila estava dilatada, todo roxo”.

De fato, foi a partir dessa reportagem, veiculada no final de setembro, que o caso viralizou nas redes sociais, muito embora tenha acontecido ainda em 6 de agosto. A matéria, porém, deixou de relatar aspectos relevantes do episódio que, agora, muitos resumem como um milagre.

O que não foi claramente mostrado?

O portal Gaudium Press, em artigo assinado por Afonso Pessoa, destaca que a televisão omitiu “a ação do invisível, do imponderável” e “toda a conexão angelical havida, desde o ajoelhar do irmão até o desfecho dessa comovente história, mostrando que Deus trabalha numa frequência muito diferente daquela que conhecemos”.

A súplica de intercessão do irmão

De fato, o irmão mais velho do menino, Oscar, permaneceu de joelhos na beira da piscina, suplicando a Deus pela vida de Heitor. O seu depoimento sobre o que o movia naquele recurso absoluto a Deus é arrepiante:

“Eu só pedia ajuda; que não deixasse ele ir sem eu dizer que o amava”.

O que Oscar estava pedindo era, fundamentalmente, um milagre. Não era para menos: Heitor passou pelo menos 30 minutos em parada cardiorrespiratória: os 11 minutos em que esteve submerso e os 23 que transcorreram entre o seu resgate pelo pai e a chegada dos bombeiros à residência. A essa altura, o pequeno não só não mostrava reflexos, como ainda apresentava sinais de morte cerebral. A situação era tão grave que Heitor teve de ser intubado ainda em casa e levado de helicóptero para o hospital, onde os médicos avisaram que, se não houvesse sinais de atividade do cérebro em até 72 horas, seria declarada a sua morte encefálica. A família também foi informada de que a probabilidade de Heitor sobreviver era ínfima – e, se acontecesse, ele provavelmente teria sequelas irreversíveis.

O sacramento do batismo



Quanto ao desfecho da história, a matéria do Gaudium Press fornece dados ainda mais impressionantes, enfatizando que essas informações foram omitidas pela grande mídia ao repercutir a história viral de Heitor.

Diante da gravidade da situação, uma tia do pequeno entrou em contato com os Arautos do Evangelho para pedir suas orações e lhes contou que o menino ainda não era batizado, mas que a mãe manifestara o desejo de que o filho recebesse o sacramento. Um sacerdote da congregação foi até o hospital na manhã de 9 de agosto – a mesma data em que, à tarde, se completariam as 72 horas para que a morte cerebral fosse declarada se Heitor continuasse sem respostas neurológicas.

Enquanto a família, os amigos e os próprios Arautos rezavam pela vida e pela completa recuperação do menino, ele recebeu o sacramento do batismo na presença da mãe, Suzana Nagel, e da Irmã Elizabeth, diretora do hospital.

Uma recuperação extraordinária

Algo surpreendente, e que a reportagem da TV Record omitiu, é que os sinais vitais e a resposta neurológica de Heitor, contra toda plausibilidade, se normalizaram poucas horas depois que ele foi batizado. Completamente lúcido, ele perguntou o que tinha ocorrido, chegou a reclamar por estar usando fraldas, se levantou e foi ao banheiro caminhando, “como se nada tivesse acontecido”. Depois, relatou que estava começando a se lembrar do que tinha acontecido no momento em que caiu na água.

Novos exames mostraram que não havia ficado nenhuma sequela em Heitor, o que a matéria da Gaudium Press descreve como “um milagre visível e notório”, iniciado de modo decisivo pela força do amor contida na súplica de Oscar pela vida do irmão e completado com “a infusão da graça no sacramento do batismo”.

Ainda que a Igreja nunca venha a declarar formalmente que o episódio foi milagroso, e que se atribua inteiramente aos avanços da medicina a recuperação surpreendente de Heitor, não deixa de ser bastante chamativa a veiculação seletiva que se fez na grande mídia dos elementos que compuseram essa história extraordinária.

Fonte: Aleteia
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