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Opus Dei Argentina responde a acusações de exploração de mulheres

Imagem de são Josemaria Escrivá / Flick Santuario Torreciudad (CC BY 2.0)

Walter Sánchez Silva | ACI Prensa

Buenos Aires, 03 ago. 22 / 12:03 pm (ACI).- A Opus Dei na Argentina respondeu a uma nota da BBC que relata uma denúncia de 43 mulheres que alegam terem sido exploradas pela organização católica.

Em comunicação com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o Opus Dei disse que considerou necessário "criar uma comissão de escuta e estudo que nos permita conhecer melhor essas experiências e o contexto em que ocorreram".

Em 2 de agosto, a BBC publicou um artigo no qual afirma que 43 mulheres da Argentina, Paraguai e Bolívia denunciaram o Opus Dei perante a Santa Sé, em setembro de 2021.

De acordo com a nota, o que as mulheres exigem é "compensação financeira e reconhecimento público da Igreja".

A BBC diz que essas mulheres vêm de "famílias de baixa renda quando tinham entre 12 e 16 anos e foram levadas para Buenos Aires nos anos 70, 80 e 90 com a promessa de lhes dar educação".

No entanto, continua a BBC, "receberam capacitação em tarefas domésticas e as fizeram trabalhar de graça para membros de alto escalão e sacerdotes" do Opus Dei.

As mulheres eram numerárias auxiliares, ou seja, mulheres encarregadas do trabalho doméstico nos centros e instituições do Opus Dei.

A formação recebida pelas numerárias auxiliares faz parte do carisma do Opus Dei, que tem a sua ênfase na santificação através do trabalho cotidiano.

Uma das denunciantes citada pela BBC é Alicia Torancio, que presta seu depoimento depois de estar no Opus Dei por 13 anos e diz, entre outras coisas, que lhe fizeram “lavagem cerebral”.

“Dizem que você tem vocação para ser santa, que pode contribuir com o mundo através do seu trabalho e que vai ajudar a mudar o mundo. E eu era muito idealista”, diz ela.

A BBC destaca que na denúncia apresentada à Santa Sé lê-se que “qualquer dúvida vocacional era abordada pela instituição como um problema psicológico/psiquiátrico com a consequente administração de psicotrópicos para neutralizar a vontade”.

Torancio disse à BBC que não era paga pelo seu trabalho, que sofreu de depressão e que não confia na comissão de escuta criada pelo Opus Dei. "Como esperam que alguém vá denunciar o abuso e a exploração a quem abusou e explorou você?”

A mulher disse ainda que como consequência da “lavagem cerebral”, quando começou a pensar em sair, disse ao Opus Dei que estava “saindo porque era uma imagem ruim para eles. Eu sentia que não servia, que havia falhado com Deus. Isso é o que eles dizem para você”.

“Eles não nos diziam que estávamos trabalhando. Eles nos diziam que estávamos nos santificando, que o que Deus estava pedindo de nós era servir e que desta forma estávamos ajudando a transformar o mundo”, afirmou.

Torancio afirma que o Opus Dei deve "reconhecer publicamente o que nos fez".

“Há mulheres mais velhas com muitos problemas de saúde por causa de tanto trabalho e que nem podem se aposentar”, acrescentou.

A resposta do Opus Dei

Josefina Maradiaga, diretora do escritório de comunicação do Opus Dei na Argentina, disse à ACI Prensa que a nota da BBC "compila denúncias feitas há mais de um ano através de diferentes meios", como o jornal argentino La Nación e a agência internacional Associated Press.

Nas duas ocasiões, o Opus Dei respondeu com um comunicado no qual manifesta a sua vontade de responder ao que foi denunciado e o desejo de “receber, acompanhar e pedir perdão àqueles que estiveram em contato ou fizeram parte do Opus Dei e não soubemos atender com a generosidade e o afeto de que precisavam”.

“Como já tornamos público anteriormente num comunicado enviado em 23 de junho, deixamos passar um período de tempo considerado razoável desde as acusações públicas”, disse Maradiaga à ACI Prensa ontem (2).

No comunicado de 23 de junho, o Opus Dei disse que o padre Juan Llavallol, vigário do Opus Dei na Região do Plata (Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai) "se reuniu com a pessoa que se apresenta como porta-voz das mulheres, o advogado Sebastián Sal, no dia 5 de novembro de 2021, com uma atitude aberta e de escuta para abrir caminhos de diálogo”.

No entanto, "apesar da vontade da Prelazia em abrir canais que permitissem compreender os argumentos e detalhes da situação de cada uma dessas pessoas, não foi possível conhecer e tratar cada caso pessoal e individualmente, gerando um impedimento para dar uma resposta adequada a cada pessoa”.

Josefina Maradiaga disse ainda à ACI Prensa que "na ausência de ações judiciais contra a Prelazia do Opus Dei, de notificação de denúncia por parte das autoridades eclesiásticas, ou de canais de diálogo frutíferos através do porta-voz das mulheres, a Prelazia de forma autônoma considerou necessário constituir uma comissão de escuta e estudo que permita conhecer com mais detalhe essas experiências e o contexto em que aconteceram”.

"O objetivo é reunir todos os elementos possíveis sobre os fatos e condutas que são apontados nestas acusações públicas, para que não se esgotem somente nelas, mas sejam avaliadas em seu contexto e medidas apropriadas sejam tomadas em cada caso, se necessário", concluiu Maradiaga.

A comissão de escuta tem como responsável a canadense Monique David. Para entrar em contato com a comissão pode escrever a: comisionescucha.argentina@opusdei.org ou ligar para: +54 911-7651-1950.

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