Existimos para servir - 29° Domingo do Tempo Comum (Ano B )


EXISTIMOS PARA SERVIR

29° Domingo do Tempo Comum Ano B

Evangelho de Marcos 10,35-45 ou 42-45

[Naquele tempo,] 35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36 Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?” 37 Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda quando estiveres na tua glória!” 38 Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39 Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. [42 Jesus chamou os doze e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43 Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; 44 e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

REFLEXÃO

Educados, mas também movidos por interesses pessoais, Tiago e João expressam seu pedido a Jesus: querem lugar de honra na sua glória. Não sabem o que estão pedindo. Ainda não entenderam que, para chegar à glória, precisam “beber o cálice”, isto é, passar necessariamente pelo sofrimento e pela morte (cf. Lc 24,26). Quanto a beber o cálice, isso é certo. Quanto à honra e ao poder, calma lá, pois o Reino é graça, e não um direito do homem nem um dever de Deus. O Mestre, então, salienta como os governantes das nações as dominam e oprimem. Esse modelo é contrário à proposta do seu Reino, no qual quem quiser ser grande deve ser o servidor dos outros. O maior servidor do Reino é o próprio Jesus: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a própria vida…”.

Oração do Dia

Senhor e Mestre, ao longo da vida, somos tentados a buscar a fama, o poder, os elogios, enfim, a glória deste mundo. Tu nos indicas outra direção, a do serviço em favor dos outros. E esclareces: “O Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida”. Amém.

(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp [1]


Existimos para servir

Também Mateus e Lucas contam o episódio de hoje. Mateus deixa a mãe dos Zebedeus fazer o pedido (Mt 20,20-28), talvez para proteger um pouco a santidade posterior de João e Tiago. Lucas insere o episódio na Última Ceia (Lc 22,24-30), exatamente no lugar em que João conta o lava-pés (Jo 13,1-17). A lição de hoje é idêntica à lição do lava-pés.

A lição do serviço humilde foi-nos dada várias vezes por Jesus (Mt 20,28; 23,11; Lc 22,27; Jo 13,14-17). Toda a vida de Jesus foi um serviço. A Igreja, continuadora do corpo e da missão de Cristo na terra, declarou no Concílio que também ela existe para servir (Gaudium et Spes, 3). Em outro lugar, falando de sua obra missionária e de sua presença ativa no campo político-social, a Igreja afirma que toda a sua atividade é um serviço ao povo: “A Igreja não reclama para si nenhuma outra autoridade que não seja a de servir às criaturas humanas caridosa e fielmente” (Ad Gentes, 12). Podemos acrescentar: e servir desinteressadamente, gratuitamente.

FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]

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