CONFESSION
Pascal Deloche | GoDong
Philip Kosloski - publicado em 04/08/21
Deus perdoa até as faltas mais graves, mas existem certos pecados que requerem atos extras de reconciliação com a Igreja
Jesus Cristo instituiu o sacramento da Confissão, dando aos seus apóstolos a capacidade de “ligar e desligar”, reconciliando, assim, os pecadores com Deus e a Igreja (cf. Mateus 16,19).
Para esclarecer, os padres não perdoam pecados! Só Deus pode perdoar pecados! Diz o Catecismo da Igreja Católica:
“Só Deus perdoa os pecados. Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: «O Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados» (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: «Os teus pecados são-te perdoados!» (Mc 2, 5). Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o exerçam em seu nome.”
CIC 1441
No entanto, Jesus usa a Igreja como instrumento de reconciliação no mundo.
“A Igreja que, por meio do bispo e seus presbíteros, concede, em nome de Jesus Cristo, o perdão dos pecados e fixa o modo da satisfação, também reza pelo pecador e faz penitência com ele. Assim, o pecador á curado e restabelecido na comunhão eclesial.”
CIC 1448
Em suma: o pecador é reconciliado com Deus e com a Igreja no sacramento da Confissão.
Pecados que muitos padres não podem absolver
Visto que o sacramento tem esse aspecto duplo, existem certos pecados que requerem atos extras de reconciliação com a Igreja. Veja o que diz o Catecismo:
“Certos pecados particularmente graves são punidos pela excomunhão, a pena eclesiástica mais severa, que impede a recepção dos sacramentos e o exercício de certos atos eclesiásticos e cuja absolvição, por conseguinte, só pode ser dada, segundo o direito da Igreja, pelo Papa, pelo bispo do lugar ou por sacerdotes por eles autorizados. Em caso de perigo de morte, qualquer sacerdote, mesmo que careça da faculdade de ouvir confissões, pode absolver de qualquer pecado e de toda a excomunhão”.
CIC 1463
Esses pecados exigem etapas extras, pois o próprio pecado é grave e muito prejudicial, especialmente para a Igreja. Para reparar o dano causado, o penitente precisa buscar a reconciliação com seu bispo local ou mesmo com o Vaticano (para faltas mais graves).
Aqui estão alguns exemplos do Código de Direito Canônico para pecados que precisam de etapas adicionais de reconciliação. Mas atenção: existem muitos outros pecados que não estão aqui.
O aborto costumava estar nesta lista, mas o Papa Francisco agora permite que qualquer padre absolva os indivíduos que procuram um aborto.
Veja, então, alguns pecados que exigem esferas mais altas do clero para serem perdoados:
1. Padres que cometem abuso contra menores e adultos
“O sacerdote que, no acto ou por ocasião ou a pretexto de confissão, solicita o penitente a pecado contra o sexto mandamento do Decálogo, seja punido, segundo a gravidade do delito, com suspensão, proibições ou privações e, nos casos mais graves, seja demitido do estado clerical.”
Cân. 1387
“O clérigo que, por outra forma, delinquir contra o sexto mandamento do Decálogo, se o delito for perpetrado com violência ou ameaças ou publicamente
ou com um menor de dezasseis anos, seja punido com penas justas, sem excluir, se
o caso o requerer, a demissão do estado clerical.”
Cân. 1395
2. Profanar a Hóstia Consagrada
“Quem deitar fora as espécies consagradas ou as subtrair ou retiver para fim sacrílego incorre em excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica; o clérigo pode ainda ser punido com outra pena, sem excluir a demissão do estado clerical.”
Cân. 1367
3. Atacar fisicamente um padre, bispo ou o papa
“Quem usar de força física contra o Romano Pontífice [bem como contra bispo ou sacerdote] incorre na excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica .”
Cân. 1370
Fonte: Aleteia
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