Pe. Zezinho detona festas clandestinas
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Reportagem local - publicado em 05/01/21
"A turma passou a contar mais do que os familiares. As regras da rua valem mais que as de casa", observa o sacerdote
Padre Zezinho detona festas clandestinas que prosseguem Brasil afora apesar da nova intensificação de contágios pelo coronavírus: “noitadas valem mais que os familiares”, comenta o sacerdote, que lamenta a irresponsabilidade e insensibilidade das pessoas que, a seu ver, valorizam mais “a turma” do que os próprios pais e avós, além de prezarem mais pelas “regras da rua” do que pelas regras de casa.
O padre escreveu em sua rede social:
“O que um padre tem a ver com isto? É que há paroquianos, Brasil afora, que têm filhos e filhas jovens que optaram por tais festas sem proteção e sem máscaras. Assustados e não conseguindo convencer seus filhos a não se arriscarem a contrair esta peste mundial, pedem orientação da Igreja.
Na verdade, é questão de conceito e de pressão social. Para milhares, talvez milhões de jovens, o ‘próximo mais próximo’ deixou de ser os avós e pais e irmãos. Para eles, a turma, o grupo, os amigos passaram a contar mais do que os familiares. É lá que se identificam! E, como os amigos de boate, praia e rua no momento valem mais, é neles que estes filhos e netos se espelham. Amigos de noitadas valem mais para eles. A turma substituiu a família!
Então, como a turma desafia o vírus e não usa máscaras, eles também não usam. Seriam criticados e rejeitados pela turma que se aglomera. Para eles, aglomerar é um valor maior do que ficar em casa ou na Igreja com regras de distanciamento! As regras da rua dizem mais para eles! E se, ao voltarem para a casa que pertence aos pais ou avós, trouxerem junto o vírus, para eles isto não importa, porque já decidiram, nesta fase da vida, quem significa quase tudo para eles: não os pais, nem os avós, nem os irmãos que se cuidam, e sim a gangue, a turma, os amigos de noitadas”.
Padre Zezinho detona festas clandestinas
O sacerdote prossegue:
“E se as autoridades não dão conta da dispersá-los em festas clandestinas, muito menos os pais. Juízes e delegados e governantes deveriam ter a autoridade que os pais perderam. Mas eles também não conseguem dispersá-los. Mas estes rebeldes vão dormir não na cadeia, nem na casa das autoridades, e sim na casa de pais ou tios ou avós. É para lá que eles levam o contágio depois de 7 ou 8 horas de exposição; e levam a doença que já matou quase 200 mil pessoas no Brasil.
É por isto que os padres devem explicar aos pais católicos por que devem reagir e não se cansar de alertar a família, por que devem se defender do contágio. Sim: bispo e padre e leigos pregadores devem falar!
Uma família que corre este risco, e que tem uma casa anexa, abriu uma entrada fora da casa e pôs a comida numa mesinha, fora, até que eles aceitassem as regras da casa, até provarem que testaram negativo por um mês. Mas como os dois rebeldes, rapaz e moça entre 20 e 22 anos, escolheram as noitadas, faz meses que os dois não podem frequentar a casa sem máscara. Agem como gente de fora que vem só para comer e tomar banho. Até o tanque de roupas é separado!
Você faria a mesma coisa ou exporia os avós e os outros filhos ao risco de contágio trazidos pelos filhos fanfarrões?”
Conceitos errôneos de liberdade e direitos
O pe. Zezinho finaliza:
“Outras famílias, como as autoridades da cidade e do Estado, simplesmente não sabem o que fazer com milhares, talvez milhões de jovens que não se cuidam. Estes rebeldes mostram fotos de políticos que também não usam máscaras e se aglomeram! Como o exemplo deveria vir de cima, mas nem sempre vem, a pandemia que nos assola é fruto de CONCEITOS ERRÔNEOS sobre LIBERDADE E DIREITOS! Ninguém tem direito de contaminar os outros. É que o contaminado não vive numa ilha isolada.
No tempo de Jesus, os portadores de pestes incuráveis viviam isolados à força. Só milagres os curavam. Eram leprosos. Atualmente, a nova lepra chama-se CORONAVÍRUS, que a alguns pega de leve e a outros mata! E estes rebeldes adultos e jovens rejeitam mudança de conceito ou de comportamento. As fotos que os denunciam, para eles nada significam. Estamos diante de uma nova modalidade de suicídio coletivo?”
Fonte: Aleteia
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