Sacerdote teria forjado sequestro porque estava sendo extorquido


Padre José Gilmar Moreira / Foto: Facebook Paróquia Santa Teresinha-Roger/PB

João Pessoa, 27 out. 20 / 01:05 pm (ACI).- Padre José Gilmar Moreira, que ficou três dias desaparecido na Paraíba, teria forjado um sequestro porque estava sendo extorquido, afirmou a Polícia Civil na segunda-feira, 26 de outubro.
O sacerdote, pároco da Paróquia de Santa Teresinha, em João Pessoa, desapareceu no dia 13 de outubro. Segundo as informações, ele teria saído por volta das 11h para atender a um pedido de oração das exéquias e, então, desapareceu.
O religioso também havia enviado uma mensagem com a palavra “socorro” para o vigário geral da Arquidiocese da Paraíba, Pe. Luís Júnior, o qual só visualizou a mensagem às 15h.
Três dias depois, em 16 de outubro, Pe. José Gilmar foi encontrado no Conde, Litoral Sul da Paraíba, desorientado, caminhando às margens de uma estrada, mas sem sinais de violência.

À polícia, o sacerdote relatou que tinha sido confundido com um motorista de aplicativo e levado para um cativeiro em mata fechada e que os bandidos exigiam dinheiro.
Entretanto, na última segunda-feira, o superintendente da Polícia Civil, Luciano Soares, contou que, na realidade, o sacerdote estaria sendo extorquido e, por isso, teria forjado o sequestro. Por esta razão, segundo o delegado, ele deve ser indiciado por falsa comunicação de crime.
Em depoimento à polícia, Pe. José Gilmar contou que desconhecidos exigiam o pagamento de R$ 50 mil até às 14h do dia 13 de outubro. Mas, ele não queria usar o dinheiro ao qual tinha acesso na paróquia. Então, dirigiu para o Litoral Sul e tentou se afogar na praia de Coqueirinho.
“O padre disse que, quando chegou à praia, tentou tirar a vida se jogando no mar, mas as ondas o jogaram de volta para a areia por várias vezes. Em determinado momento, ele foi atirado sobre pedras. Como não conseguiu o que queria, entendeu aquilo como uma mensagem, uma ajuda de Deus, e voltou para o carro, onde ficou orando por dois dias. Depois decidiu caminhar e acabou sendo encontrado”, relatou Soares.
De acordo com o superintendente, também a mensagem de “socorro” teria sido “forjada”. “Ele mandou para um religioso que raramente tem acesso ao celular, dada as atribuições que tem no cotidiano. Então imaginava que ele teria um tempo até que essa mensagem fosse visualizada. Ele poderia dar cabo à vida e apresentar um cenário como se tivesse sido sequestrado de fato e assassinado”, disse.
Além disso, informou a polícia, o caso de extorsão ao religioso deverá ser investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos, por isso, as razões pelas quais ele estaria sendo extorquido ainda não foram divulgadas.
De acordo com a Arquidiocese da Paraíba, o caso está sendo acompanhado por seu setor jurídico.

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