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Edifa - publicado em 30/10/20
Em virtude da comunhão dos santos, desta misteriosa solidariedade que liga todos os membros da Igreja além mesmo das fronteiras da morte, podemos encurtar o período de purificação das almas de nossos parentes mais próximos no purgatório, enquanto elas próprias podem rezar por nós
A Igreja não demorou muito para introduzir uma oração pelos mortos em suas Eucaristias. Uma oração que os judeus já faziam. Na verdade, embora nossos pecados sejam completamente perdoados por Deus assim que os confessamos com um desejo sincero de nos converter, eles deixam em nós toda uma série de hábitos de egoísmo ou de maldade, dos quais devemos nos livrar para entrar no Reino de amor. Por isso, é importante ajudar as almas do purgatório.
O purgatório, dizia o Santo Padre de Ars, é “uma espécie de enfermaria” em que estamos colocados em quarentena por termos sido contaminados pela peste no país de onde viemos. É por isso que as almas que estão aí não se rebelam porque são forçadas a suportar este transe de purificação: sentem que precisam dele. Mas o mais maravilhoso disso é que, em virtude da comunhão dos santos, dessa misteriosa solidariedade que liga todos os membros da Igreja além mesmo das fronteiras da morte, podemos encurtar o período de purificação das almas de nossos parentes mais próximos no purgatório, enquanto elas próprias podem rezar por nós.
O dever de rezar pelos falecidos
Sobretudo a oferenda do santo sacrifício da missa é o que pode ajudar as almas do purgatório. Isso porque Jesus Cristo é o único Salvador. No entanto, “por Ele, com Ele e nEle”, podemos oferecer orações e sacrifícios para eles, os nossos parentes mais próximos falecidos. Mas também as orações e sacrifícios de todos os outros membros da Igreja. Daí a antiga prática das indulgências. A Igreja considera, com efeito, ter recebido do Senhor o poder de extrair do tesouro de todos os méritos dos santos para difundir seus bens a todos os que humildemente aceitam recebê-los. Jesus prometeu a Pedro: “Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus” (Mt 16,19).
Eu faço três coisas quando recito uma oração indulgente para ajudar as almas do purgatório.
Reconheço que ainda tenho que deixar tudo que me impede de me elevar totalmente em direção a Deus.
Também reconheço a solidariedade que une todos os membros da Igreja: “Nela cada um carrega o outro e todos são carregados por Ele”, dizia São Gregório Magno.
Finalmente, reconheço que a Igreja recebeu do Senhor o poder de extrair esse tesouro espiritual para distribuí-lo a todos que desejam se beneficiar dele.
“Se soubéssemos quantas graças poderíamos obter”
Enfim, o Santo Padre de Ars lembrava com frequência o nosso dever de rezar pelos nossos familiares falecidos e ajudar as almas do purgatório: “Se o Bom Deus permitisse que se manifestassem, nós os veríamos lançar-se aos nossos pés: –Ah! Meus filhos, tende piedade de nós! – diriam as pobres almas. Elas vinham pedir uma oração, uma missa”. Mas também dizia: “Se soubéssemos quantas graças poderíamos obter por meio das almas do purgatório, não seriam tão esquecidas”.
Fonte: Aleteia
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