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Cardeal Turkson: O racismo afasta alguns jovens católicos africanos da Igreja


Cardeal Peter Turkson / Crédito: Daniel Ibáñez - ACI Prensa

WASHINGTON DC, 08 Jun. 20 / 12:00 pm (ACI).- O Cardeal Peter Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, interveio em um debate on-line sobre o racismo para alertar que, quando as igrejas norte-americanas não acolhem os jovens católicos africanos, estes acabam se afastando da Igreja.

O cardeal ganês fez uma aparição especial durante um painel de discussão on-line sobre "Racismo em nossas ruas e estruturas" apresentado pelo Arcebispo de Washington, DC, Dom Wilton Gregory, junto com outros líderes católicos negros.

O Cardeal Turkson assinalou que "os bispos e pastores de partes da África" ​​manifestaram sua preocupação com o fato de que os jovens católicos que abandonam seu continente para frequentar escolas na Europa e nos Estados unidos, voltem para casa depois de terem deixado a Igreja.

"Sentir-se acolhidos em algumas de nossas igrejas tradicionais aqui é um problema", disse o Purpurado, acrescentando que os estudantes que relataram ter dificuldade em serem aceitos em comunidades católicas vão aonde encontram "companheirismo", sendo levados "ao redil de movimentos e grupos evangélicos”.

O debate on-line de sexta-feira foi organizado pela Initiative on Catholic Social Thought and Public Life (Iniciativa sobre o pensamento social católico e a vida pública) na Universidade de Georgetown, e moderado pelo diretor da iniciativa, John Carr.

Entre os conferencistas estavam o Arcebispo de Washington, DC, o único arcebispo afro-americano nos Estados Unidos; Gloria Purvis, apresentadora do programa de rádio EWTN “Morning Glory”; Ralph McCloud, diretor da Catholic Campaign for Human Development; e a doutora Marcia Chatelain, professora de história e estudos afro-americanos em Georgetown.

O evento foi realizado em meio aos protestos nacionais pela morte sob custódia policial de George Floyd, um homem de raça negra de Minneapolis. Os assassinatos de Ahmaud Arbery, na Geórgia, em fevereiro, e Breonna Taylor, em Louisville, também foram discutidos no painel da sexta-feira.

Dom Gregory disse que ver imagens de vídeo de George Floyd dizendo "não consigo respirar" o lembrou quando, em sua juventude, pôde observar o caixão aberto de Emmett Tilll, um afro-americano, de 14 anos, que foi linchado por homens brancos no Mississippi, em 1955; sua mãe quis abrir e exibir seu caixão para que a brutalidade de seu assassinato pudesse ser vista.

Derek Chauvin, acusado de ter matado Floyd, foi demitido da polícia e preso sob acusação de assassinato em segundo grau.

"Os recentes assassinatos de Arbery e Floyd fazem parte de um grupo de indivíduos que foram mortos por nenhuma outra razão além da cor de sua pele", disse Dom Gregory.

Gloria Purvis, por sua vez, disse que viu o vídeo da prisão de Floyd com horror, querendo gritar ao policial ajoelhado em seu pescoço: “Pare em nome de Deus! Pare!".

“Simplesmente pensei que a imagem de Deus estava sendo maltratada bem aqui na minha frente. É como ver um aborto sendo realizado e não poder fazer nada”, disse na sexta-feira.

Dom Gregory também falou sobre uma declaração recente na qual criticou uma visita do presidente Donald Trump ao Santuário Nacional de São João Paulo II, em Washington, DC, ao considerá-la como uma sessão de fotos políticas durante os protestos em massa contra o racismo e a brutalidade policial.

O Arcebispo disse na manhã da visita que era "desconcertante e repreensível que qualquer instalação católica permita ser tão atrozmente usada e manipulada de tal maneira que viole nossos princípios religiosos".

A Casa Branca e o santuário disseram que a visita havia sido planejada antes dos protestos em Washington, DC, e outras cidades. Um porta-voz do santuário disse, na terça-feira, que a Casa Branca "originalmente agendou essa [visita] como um evento para o presidente assinar uma ordem executiva sobre a liberdade religiosa internacional". Trump assinou a ordem executiva no mesmo dia.

Na sexta-feira, Dom Gregory disse que o Papa São João Paulo II "era um homem de incrível preocupação com a dignidade dos seres humanos" e mesmo antes de seu pontificado "estava lutando contra sistemas" que "negavam a dignidade humana".

"Esse santuário é um lugar sagrado pelo homem que se honra" nele, disse Gregory, acrescentando que nunca deveria ter sido usado como uma "declaração política".

Depois que alguns católicos criticaram a resposta aberta de Dom Gregory, o prelado disse que as reações “lembraram, na minha opinião, as críticas que as pessoas faziam aos sacerdotes e religiosas católicas que viram marchar durante o período dos direitos civis "

“A Igreja vive em sociedade. A igreja não mora atrás das quatro portas das estruturas onde adoramos", assegurou.

Os participantes do painel também discutiram a interseção do racismo e a nova pandemia de coronavírus. Dom Gregory disse que o racismo é semelhante a um vírus no sentido de que ambos "são coisas que afetam nossas vidas, que nos assustam, mas que também ocorrem de maneira silenciosa e muitas vezes desconhecida".

As comunidades afro-americanas foram algumas das últimas comunidades nos Estados Unidos a ter testes disponíveis para o vírus, disse Ralph McCloud.

"Inclusive os animais do zoológico e os atletas famosos estavam sendo testados para rastrear o vírus antes das comunidades afro-americanas", disse.

Purvis abordou os argumentos de que protestos em massa poderiam colocar vidas em perigo ao propagar o vírus. Disse que os participantes estão cientes dos perigos de contrair o vírus, mas isso fala da seriedade dos problemas do racismo e da brutalidade policial.

"O Senhor está chamando toda a nação ao arrependimento", disse Purvis, acrescentando que "os católicos devem examinar suas consciências para ver como poderiam ter degredado seu próximo em pensamento, palavra ou ação”.

Oferecendo uma forma concreta para os católicos combaterem o racismo, disse: “Escutem as pessoas de cor. Só escutem".

O movimento pró-vida também deveria se envolver no combate ao racismo, disse, já que o "imperativo evangélico" por trás do movimento "trata-se sobre a pessoa humana".

"O chamado deste movimento é dizer que não queremos que o poder do Estado seja usado contra nós", disse sobre o movimento pela justiça racial.

Em seus comentários, Chatelain, a professora de Georgetown, perguntou se os católicos estão realmente dispostos a se sacrificar e mudar suas próprias atitudes para combater a injustiça racial.

Dom Gregory afirmou que tem esperança de mudanças, porque "se olhamos para os rostos de muitos manifestantes, os manifestantes calados, gentis e pacíficos, são rostos brancos”.

“Há muito mais rostos brancos envolvidos nessa resposta como nunca antes visto. E isso me dá um espírito de esperança de que, de alguma forma, isso seja mais do que um momento passageiro. Rezo para que seja mais do que um momento passageiro ", concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Fonte: ACI digital

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