Santa Missa não é hora de “socializar”


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Redação da Aleteia | Out 13, 2019

O sentido da liturgia é nos voltar a Deus, não a nós mesmos

São diversas e frequentes as dúvidas apresentadas por leitores católicos, em diversos sites e grupos ligados à Igreja, sobre os momentos assim chamados “de socialização” entre os fiéis que participam da Santa Missa: cumprimentos, abraço da paz, conversas, risos, aplausos e uma relevante lista de atos e gestos perfeitamente normais, mas não necessariamente adequados ao que é uma Santa Missa.

O site do Pe. Paulo Ricardo, por exemplo, ofereceu aos leitores, em abril, o artigo “‘Socializar’ sim, mas não na Missa“, que é tradução de um texto de Peter Kwasniewski ressaltando a finalidade principal da liturgia da Igreja: a honra e a glória de Deus e, com isso, a santificação da nossa alma, levando-nos a uma intimidade sempre mais profunda com Jesus Cristo. Essa finalidade já favorece a fraternidade entre os homens, até porque ela própria cria essa fraternidade: é na adoração em comum do Pai, através do Filho, em união com o Espírito Santo, que os homens são de fato irmãos.

Falsa “fraternidade”

A própria noção contemporânea de “fraternidade” é incoerente, pois foi descontextualizada e separada da sua fonte, que é precisamente o fato de sermos irmãos porque filhos do único Deus. O laicismo tenta negar o Pai, mas, ao mesmo tempo, manter laços artificiais de uma fraternidade que não tem base: é fictícia, meramente formal, rasa de conteúdo.

Essa falsa fraternidade é a mesma que leva certas correntes ditas “progressistas” a questionarem a ênfase na transcendência da liturgia, dizendo que ela “negligencia” o seu caráter comunitário e “social”. Acontece que a liturgia da Santa Missa não foca nas pessoas ali presentes, que certamente têm grande importância e altíssima dignidade, mas sim na ação de Cristo, Sumo Sacerdote e Cabeça do Seu Corpo Místico, por meio do sacerdote ordenado. Aliás, mais precisamente, o sacerdote é, durante a celebração da Santíssima Eucaristia, o próprio Cristo, que Se entrega por nós.

A liturgia nos volta a Deus, não a nós mesmos

É evidente que a liturgia é realizada normalmente ao lado de outros fiéis, irmãos nossos, mas esse grupo de irmãos não está ali reunido para se voltarem uns aos outros, mas para se elevarem à presença de Deus a fim de adorá-Lo, agradecer-Lhe, apresentar-Lhe as suas ofertas e pedir-Lhe a Sua graça. O culto a Deus, pelo próprio fato de que Ele é Deus, nos convida naturalmente a maravilhar-nos, a nos enchermos de senso de sublimidade e mistério, de adoração, reconhecimento e gratidão, de purificação e experiência de misericórdia.

Só esta consciência já deveria bastar para esclarecer que a liturgia não é “uma reunião para acenar aos circundantes, compartilhar notícias, apertar-lhes as mãos, ‘dialogar’ de improviso com um padre“, como enumera o artigo acima mencionado. Esses momentos têm o seu lugar e momento, certamente, mas o momento é antes ou depois da Missa, não durante ela, e o lugar não é o local de culto, que deve não apenas preservar o ambiente de recolhimento, mas fomentá-lo.

Em suma, a experiência de comunidade que é própria da liturgia é uma experiência de adoração em comum, com todos voltados ao sacrário, atentos às verdades divinas que estão sendo anunciadas e ao sacrifício divino que está sendo renovado.

O artigo de Peter Kwasniewski prossegue com observações semelhantes sobre o papel da palavra e da música:

“É inquestionável que nossas almas se elevam e a nossa consciência de unidade se fortalece na igreja quando, por exemplo, o povo responde dignamente e em uníssono na Missa, ou quando cantamos juntos músicas piedosas e ricas em doutrina, como são os cantos gregorianos, sempre recomendados pela Igreja. Tudo isso são formas apropriadas de nutrir e expressar a fé (…) Isso nos sugere também como não devem ser a palavra e a música na liturgia: a abordagem não pode ser do tipo ‘eu tenho de dizer ou cantar alguma coisa o tempo todo’, pois isso acaba se tornando uma espécie de agitação, que distrai e impede a espiritualidade”.

Um convite simples a resgatar o sentido da liturgia

É por isso que os sacerdotes e demais encarregados do ministério da liturgia devem privilegiar o silêncio, a meditação, a reflexão sobre os veneráveis textos legados a nós pela nossa fé e a escuta de cantos litúrgicos, especialmente gregorianos, que tenham mais doçura nos lábios e mais duradoura influência na mente. O ideal, reforça o autor, é “ter uma igreja em silêncio antes da Missa, uma santa quietude durante a Oração Eucarística e uma atmosfera de paz após a Missa para os que desejarem estender a sua ação de graças, com o celebrante dando primeiro o exemplo“. E arremata: “Ficar sentado e recolher-se durante cinco minutos com a mente em Deus é algo que exige e promove mais maturidade espiritual do que cantar durante uma hora“.

“‘Parai e sabei, conhecei que eu sou Deus, que domino as nações, que domino a terra!’. Conosco está o Senhor do universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó!” (Sl 45, 11-12)

Fonte: Aleteia

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Senhor, tende piedade de nós.

Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Maria, Mãe do Filho de Deus, rogai por nós.

Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo, tende piedade de nós.
Coração de Maria, obra-prima do Espírito Santo, rogai por nós.

Corações unidos no amor e na dor, salvai-nos.
Corações inflamados de caridade e misericórdia, ouvi-nos.
Corações adoráveis e compassivos, tende compaixão de nós.

Coração Sacratíssimo de Jesus, reinai em nossos corações.
Coração Imaculado de Maria, triunfai no mundo inteiro.

Jesus e Maria, fazei que nossos corações sejam semelhantes aos vossos!

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