Papa Francisco na Audiência Geral. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 07 Ago. 19 / 08:45 am (ACI).- O Papa Francisco convidou a pedir ao Senhor para nunca esquecer que “a verdadeira riqueza de nossa vida está em seu Amor infinito”, por isso somos chamados a “compartilhar também com os outros” este Amor infinito de Deus.
O Santo Padre fez esta declaração durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 7 de agosto, depois de ter suspendido quase todas as atividades públicas durante o mês de julho para seu período anual de descanso.
Nesta ocasião, o Pontífice dirigiu sua audiência semanal na Sala Paulo VI, no Vaticano, devido às altas temperaturas do verão romano, clima que não impediu os milhares de fiéis católicos de participarem do encontro com o Papa.
Em sua pregação, o Santo Padre retomou sua série de catequeses sobre narrações bíblicas do livro dos Atos dos Apóstolos. Especificamente, Francisco refletiu sobre a primeira cura, por parte dos discípulos, de um homem paralítico de nascimento que pedia esmola na porta do Templo.
“Pedro e João se dirigem para lá para rezar por volta das 15h: é a mesma hora em que se oferecia o sacrifício e na qual Cristo morreu na Cruz”, destacou o Papa, acrescentando que, “ao ver o paralítico, os apóstolos o olham e lhe pedem que ele, por sua vez, os olhe, criando assim uma relação, um encontro real entre pessoas, que é onde Deus gosta de se manifestar”.
Em seguida, o Santo Padre recordou as palavras do apóstolo Pedro: “Não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda”. E acrescentou que o apóstolo o tomou pelas mãos e levantou o paralítico.
“O mendicante não encontra dinheiro, mas o Nome que salva: Jesus Cristo Nazareno. E aqui aparece o retrato da Igreja, que vê quem está em dificuldade, não fecha os olhos, sabe olhar a humanidade no rosto para criar relações significativas, pontes de amizade e de solidariedade”, afirmou o Papa, o qual incentivou também as paróquias e realidades eclesiais a fazer o mesmo.
Nesse sentido, o Papa encorajou a mostrar “o rosto de ‘uma Igreja sem fronteiras que se sente mãe de todos’”, que “viva a arte do acompanhamento que se caracteriza pela delicadeza com que se aproxima da terra sagrada do outro; assim, nosso caminhar terá o ritmo curador da proximidade, com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que, ao mesmo tempo, cura, liberta e incentiva a amadurecer na vida cristã”, disse.
Por isso, o Papa Francisco assegurou que os apóstolos Pedro e João “nos ensinam a confiar nos meios, que sempre serão úteis, mas na verdadeira riqueza que é a relação com Jesus ressuscitado”. Também lamentou as paróquias “onde se pensa que é mais importante o dinheiro que os sacramentos”, por isso, novamente exortou a que a Igreja seja pobre.
“Nos Atos dos Apóstolos, a pregação do Evangelho não se confia apenas às palavras, mas também às ações concretas que testemunham a verdade do anúncio. Trata-se de ‘prodígios e sinais’ que ocorrem por obra dos Apóstolos, que confirmam sua palavra e demonstram que eles agem em nome de Cristo”, assinalou o Papa e explicou também que esta narração tem “uma clara finalidade missionária, que se dirige a suscitar a fé”.
Neste sentido, o Santo Padre afirmou que o Concílio Vaticano II recordou que a Igreja “é sacramento universal da salvação, lugar de libertação e cura”, e nesta narração bíblica o testemunho “é o paralítico: que agora caminha, pula e louva a Deus”. O Pontífice acrescentou que “o excluído do culto agora tem acesso ao Templo; o marginalizado da liturgia se torna cantor das grandes obras de Deus, isso porque, como Pedro explica ao povo, a fé no nome de Jesus lhe deu a cura perfeita”.
“A Igreja é ‘hospital de campo’, casa das portas abertas, mãe do coração terno”, afirmou o Papa, o qual convidou a se perguntar: “E nós, cada um de nós, o que temos? Qual é a nossa riqueza, o nosso tesouro? Com que coisa podemos tornar ricos os outros? Peçamos ao Pai o dom de uma memória agradecida ao recordar os benefícios do seu amor na nossa vida, para dar a todos o testemunho de louvor e reconhecimento”, exortou o Papa Francisco.
Por fim, o Pontífice dirigiu este convite especial: “peçamos ao Senhor que nunca nos esqueçamos de que a riqueza de nossa vida está em seu amor infinito e que nos esforcemos em compartilhá-lo também com os outros. Que Deus os abençoe”.
Fonte: ACI digital
Comentários
Postar um comentário