Por Hannah Brockhaus
ROMA, 30 Ago. 16 / 11:30 am (ACI).- A Madre Teresa dialogou e teve visões de Jesus antes de fundar as Missionárias da Caridade, algo que não se soube até a sua morte, um fato que também era ignorado por um dos seus amigos durante 30 anos, o Pe. Sebastian Vazhakala.
Em diálogo com o Grupo ACI, o sacerdote missionário da caridade explicou que isto “foi uma grande descoberta”.
Em 1997, dois anos depois de sua morte, foi aberta a causa de canonização da religiosa e foram encontrados diversos documentos nos quais foram relatadas estas locuções e visões que a Madre Teresa teve há muitos anos.
O período desta profunda experiência foi entre o dia 10 de setembro de 1946 e 3 de dezembro de 1947, quando a Beata ainda permanecia na congregação das Irmãs de Loreto.
A Madre Teresa escreveu que um dia, durante a Comunhão, escutou Jesus dizer: “Quero religiosas indianas, vítimas do Meu amor, que sejam Marta e Maria. Que estejam tão unidas a mim que irradiem Meu amor às almas”.
Nestas locuções o Senhor instruiu a Madre Teresa para que fundasse as Missionárias da Caridade. Outra coisa que Jesus lhe disse foi: “Venha, seja Minha luz”, que além disso é o título do livro que o postulador da causa de canonização, Pe. Brian Kolodiejchuk, publicou com as cartas privadas da Beata.
Em outra visão, Jesus Cristo disse a Madre Teresa que na nova congregação devia haver “freiras livres cobertas com a Minha pobreza da Cruz. Quero freiras obedientes cobertas com a minha obediência na cruz. Quero freiras cheias de amor cobertas com a minha caridade na Cruz”, explica o Pe. Vazhakala.
Depois desta época intensa de visões e locuções do Senhor, em 1949, a Madre Teresa começou a experimentar uma “terrível escuridão e secura” em sua vida espiritual, uma etapa que duraria 50 anos, quase até o final da sua vida terrena, um período que na vida de fé é chamado de “noite escura”.
Há alguns anos, em uma entrevista concedida a um meio de comunicação espanhol, o Pe. Brian Kolodiejchuk explicou que a “noite escura” é um momento “da vida espiritual no qual a pessoa é purificada antes da união íntima e transformante com Cristo”.
““O que entendemos por noite escura foi vivido pela beata quando ainda estava em Loreto, a congregação religiosa onde começou sua entrega a Deus. Os anos 1946-1947 foram de íntima união gozosa e doce com Jesus. ‘Jesus se deu a mim’, diz a Madre em uma das suas cartas. A união da Madre com Jesus foi meio ‘violenta’, profundamente sentida e vivida. Em seguida, ao iniciar a obra com os pobres e a fundação da congregação, veio essa nova e prolongada escuridão, que já não era preparatória de outra etapa espiritual. Esta escuridão ela relata nas cartas aos seus confessores e diretores espirituais”.
“Em 1942, a Madre fez um voto de não negar nunca nada a Jesus. Pouco depois foi quando ouviu que Jesus lhe dizia: ‘Venha, seja Minha luz’. No princípio a Madre levava a ‘luz’ a lugares inclusive de absoluta escuridão física: muitos pobres não tinham nem janelas. Aceitou sua escuridão interior para levar a luz a outros. O jesuíta Neuner (um de seus confessores) em 1962 explicou que essa escura noite era o ‘lado espiritual de seu trabalho apostólico’”, explicou o Pe. Kolodiejchuk.
No recente diálogo do Pe. Vazhakala com o Grupo ACI, o sacerdote recorda que a Madre Teresa dizia: “se minha escuridão e secura pode ser uma luz para algumas almas, me deixem ser a primeira a fazer isso. Se minha vida, meu sofrimento, vai ajudar a salvar almas, então prefiro sofrer e morrer desde a criação do mundo até o fim dos tempos”.
O sacerdote recorda que a religiosa também dizia: “quando eu morrer e for para a casa com Deus, poderei levar mais almas a Ele”.
“Não vou dormir no céu, vou trabalhar mais ainda de outra forma”, afirmava.
Fonte: ACI digital
Assim foi o dia “mais feliz” da vida da Madre Teresa de Calcutá
Foto: São João Paulo II e Madre Teresa na Cidade do Vaticano (1983) / L’Osservatore
Romano Vaticano, 29 Ago. 16 / 05:00 pm (ACI).- Dizem que os Santos frequentemente “vêm de dois em dois” como nos casos da Virgem Maria e de São José, São Pedro e São Paulo, São Francisco e Santa Clara ou os franceses São Luis e Santa Zélia Martin.
Possivelmente a dupla de Santos e amigos contemporânea mais conhecida é Madre Teresa de Calcutá e São João Paulo II, cujos caminhos se cruzaram muitas vezes no período em que a religiosa foi Superiora das Missionárias da Caridade e João Paulo II era Bispo de Roma.
Em 1986, quando o Papa visitou a casa da Madre Teresa no coração dos bairros pobres de Calcutá, a Beata chamou esta ocasião como “o dia mais feliz de minha vida”.
Depois da chegada do Santo Padre ao local, a Madre Teresa subiu ao papamóvel branco e beijou seu anel, conhecido como o anel do pescador. Em seguida, o Pontífice beijou a testa da Beata, uma saudação que realizavam a cada encontro.
Depois de uma calorosa boas-vindas, a Madre Teresa levou João Paulo II ao seu lar Nirmal Hriday (Sagrado Coração), que era um asilo para doentes, indigentes e moribundos, fundado na década de 1950.
O material fotográfico da visita mostra a religiosa levando o Papa pela mão a vários cômodos do asilo enquanto parava para abraçar, abençoar e saudar os pacientes. Também abençoou quatro cadáveres, entre eles o de uma criança.
De acordo com relatórios da visita proporcionados pela BBC, o Papa Wojtyla estava “visivelmente emocionado” durante o percurso, enquanto ajudava as irmãs a alimentar e cuidar de doentes e moribundos. Em alguns momentos, o Santo Padre ficou tão surpreso pelo que via que não tinha palavras para responder a Madre Teresa.
Depois, o então Bispo de Roma pronunciou um breve discurso fora do asilo, chamando o lar Nirmal Hriday de “um lugar que dá testemunho da primazia do amor”.
“Quando Jesus Cristo ensinava os seus discípulos como podiam mostrar melhor seu amor por Ele, disse: ‘Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes’. Através da Madre Teresa e das Missionárias da Caridade e através de muitos outros que serviram aqui, Jesus amou profundamente as pessoas que a sociedade considera frequentemente ‘os nossos irmãos menores’”, comentou.
“Nirmal Hriday proclama a profunda dignidade de toda pessoa humana. A ternura que vemos aqui testemunha a certeza de que o valor de um ser humano não se mede pela sua utilidade, com a saúde ou a doença, com a idade, credo ou raça. Nossa dignidade humana vem de Deus, nosso criador, a cuja imagem fomos criados. Nenhuma privação ou sofrimento nunca podem nos tirar essa dignidade, porque sempre somos valiosos aos olhos do Senhor”, acrescentou o Pontífice.
Depois do seu discurso, o Papa saudou a multidão reunida, fazendo uma parada especial para saudar as sorridentes e cantoras irmãs Missionárias da Caridade.
Além de chamar aquela visita de “o dia mais feliz” de sua vida, a Madre Teresa afirmou que “é uma coisa maravilhosa para o povo, porque seu contato é o contato do próprio Cristo”. Ambos os Santos continuaram sendo amigos próximos e se visitaram várias vezes ao longo dos anos.
Após a morte da Madre Teresa em 1997, São João Paulo II decidiu não esperar o período de cinco anos para abrir a causa da canonização da religiosa. Em sua beatificação em 2003, o Pontífice polonês elogiou o amor da Madre Teresa a Deus, demostrado através do seu amor aos pobres.
“Veneremos esta pequena mulher apaixonada por Deus, humilde mensageira do Evangelho e infatigável benfeitora da humanidade. Honremos nela uma das personalidades mais relevantes de nossa época. Acolhamos sua mensagem e sigamos seu exemplo”, ressaltou.
Fonte: ACI digital
ROMA, 30 Ago. 16 / 11:30 am (ACI).- A Madre Teresa dialogou e teve visões de Jesus antes de fundar as Missionárias da Caridade, algo que não se soube até a sua morte, um fato que também era ignorado por um dos seus amigos durante 30 anos, o Pe. Sebastian Vazhakala.
Em diálogo com o Grupo ACI, o sacerdote missionário da caridade explicou que isto “foi uma grande descoberta”.
Em 1997, dois anos depois de sua morte, foi aberta a causa de canonização da religiosa e foram encontrados diversos documentos nos quais foram relatadas estas locuções e visões que a Madre Teresa teve há muitos anos.
O período desta profunda experiência foi entre o dia 10 de setembro de 1946 e 3 de dezembro de 1947, quando a Beata ainda permanecia na congregação das Irmãs de Loreto.
A Madre Teresa escreveu que um dia, durante a Comunhão, escutou Jesus dizer: “Quero religiosas indianas, vítimas do Meu amor, que sejam Marta e Maria. Que estejam tão unidas a mim que irradiem Meu amor às almas”.
Nestas locuções o Senhor instruiu a Madre Teresa para que fundasse as Missionárias da Caridade. Outra coisa que Jesus lhe disse foi: “Venha, seja Minha luz”, que além disso é o título do livro que o postulador da causa de canonização, Pe. Brian Kolodiejchuk, publicou com as cartas privadas da Beata.
Em outra visão, Jesus Cristo disse a Madre Teresa que na nova congregação devia haver “freiras livres cobertas com a Minha pobreza da Cruz. Quero freiras obedientes cobertas com a minha obediência na cruz. Quero freiras cheias de amor cobertas com a minha caridade na Cruz”, explica o Pe. Vazhakala.
Depois desta época intensa de visões e locuções do Senhor, em 1949, a Madre Teresa começou a experimentar uma “terrível escuridão e secura” em sua vida espiritual, uma etapa que duraria 50 anos, quase até o final da sua vida terrena, um período que na vida de fé é chamado de “noite escura”.
Há alguns anos, em uma entrevista concedida a um meio de comunicação espanhol, o Pe. Brian Kolodiejchuk explicou que a “noite escura” é um momento “da vida espiritual no qual a pessoa é purificada antes da união íntima e transformante com Cristo”.
““O que entendemos por noite escura foi vivido pela beata quando ainda estava em Loreto, a congregação religiosa onde começou sua entrega a Deus. Os anos 1946-1947 foram de íntima união gozosa e doce com Jesus. ‘Jesus se deu a mim’, diz a Madre em uma das suas cartas. A união da Madre com Jesus foi meio ‘violenta’, profundamente sentida e vivida. Em seguida, ao iniciar a obra com os pobres e a fundação da congregação, veio essa nova e prolongada escuridão, que já não era preparatória de outra etapa espiritual. Esta escuridão ela relata nas cartas aos seus confessores e diretores espirituais”.
“Em 1942, a Madre fez um voto de não negar nunca nada a Jesus. Pouco depois foi quando ouviu que Jesus lhe dizia: ‘Venha, seja Minha luz’. No princípio a Madre levava a ‘luz’ a lugares inclusive de absoluta escuridão física: muitos pobres não tinham nem janelas. Aceitou sua escuridão interior para levar a luz a outros. O jesuíta Neuner (um de seus confessores) em 1962 explicou que essa escura noite era o ‘lado espiritual de seu trabalho apostólico’”, explicou o Pe. Kolodiejchuk.
No recente diálogo do Pe. Vazhakala com o Grupo ACI, o sacerdote recorda que a Madre Teresa dizia: “se minha escuridão e secura pode ser uma luz para algumas almas, me deixem ser a primeira a fazer isso. Se minha vida, meu sofrimento, vai ajudar a salvar almas, então prefiro sofrer e morrer desde a criação do mundo até o fim dos tempos”.
O sacerdote recorda que a religiosa também dizia: “quando eu morrer e for para a casa com Deus, poderei levar mais almas a Ele”.
“Não vou dormir no céu, vou trabalhar mais ainda de outra forma”, afirmava.
Fonte: ACI digital
Foto: São João Paulo II e Madre Teresa na Cidade do Vaticano (1983) / L’Osservatore
Romano Vaticano, 29 Ago. 16 / 05:00 pm (ACI).- Dizem que os Santos frequentemente “vêm de dois em dois” como nos casos da Virgem Maria e de São José, São Pedro e São Paulo, São Francisco e Santa Clara ou os franceses São Luis e Santa Zélia Martin.
Possivelmente a dupla de Santos e amigos contemporânea mais conhecida é Madre Teresa de Calcutá e São João Paulo II, cujos caminhos se cruzaram muitas vezes no período em que a religiosa foi Superiora das Missionárias da Caridade e João Paulo II era Bispo de Roma.
Em 1986, quando o Papa visitou a casa da Madre Teresa no coração dos bairros pobres de Calcutá, a Beata chamou esta ocasião como “o dia mais feliz de minha vida”.
Depois da chegada do Santo Padre ao local, a Madre Teresa subiu ao papamóvel branco e beijou seu anel, conhecido como o anel do pescador. Em seguida, o Pontífice beijou a testa da Beata, uma saudação que realizavam a cada encontro.
Depois de uma calorosa boas-vindas, a Madre Teresa levou João Paulo II ao seu lar Nirmal Hriday (Sagrado Coração), que era um asilo para doentes, indigentes e moribundos, fundado na década de 1950.
O material fotográfico da visita mostra a religiosa levando o Papa pela mão a vários cômodos do asilo enquanto parava para abraçar, abençoar e saudar os pacientes. Também abençoou quatro cadáveres, entre eles o de uma criança.
De acordo com relatórios da visita proporcionados pela BBC, o Papa Wojtyla estava “visivelmente emocionado” durante o percurso, enquanto ajudava as irmãs a alimentar e cuidar de doentes e moribundos. Em alguns momentos, o Santo Padre ficou tão surpreso pelo que via que não tinha palavras para responder a Madre Teresa.
Depois, o então Bispo de Roma pronunciou um breve discurso fora do asilo, chamando o lar Nirmal Hriday de “um lugar que dá testemunho da primazia do amor”.
“Quando Jesus Cristo ensinava os seus discípulos como podiam mostrar melhor seu amor por Ele, disse: ‘Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes’. Através da Madre Teresa e das Missionárias da Caridade e através de muitos outros que serviram aqui, Jesus amou profundamente as pessoas que a sociedade considera frequentemente ‘os nossos irmãos menores’”, comentou.
“Nirmal Hriday proclama a profunda dignidade de toda pessoa humana. A ternura que vemos aqui testemunha a certeza de que o valor de um ser humano não se mede pela sua utilidade, com a saúde ou a doença, com a idade, credo ou raça. Nossa dignidade humana vem de Deus, nosso criador, a cuja imagem fomos criados. Nenhuma privação ou sofrimento nunca podem nos tirar essa dignidade, porque sempre somos valiosos aos olhos do Senhor”, acrescentou o Pontífice.
Depois do seu discurso, o Papa saudou a multidão reunida, fazendo uma parada especial para saudar as sorridentes e cantoras irmãs Missionárias da Caridade.
Além de chamar aquela visita de “o dia mais feliz” de sua vida, a Madre Teresa afirmou que “é uma coisa maravilhosa para o povo, porque seu contato é o contato do próprio Cristo”. Ambos os Santos continuaram sendo amigos próximos e se visitaram várias vezes ao longo dos anos.
Após a morte da Madre Teresa em 1997, São João Paulo II decidiu não esperar o período de cinco anos para abrir a causa da canonização da religiosa. Em sua beatificação em 2003, o Pontífice polonês elogiou o amor da Madre Teresa a Deus, demostrado através do seu amor aos pobres.
“Veneremos esta pequena mulher apaixonada por Deus, humilde mensageira do Evangelho e infatigável benfeitora da humanidade. Honremos nela uma das personalidades mais relevantes de nossa época. Acolhamos sua mensagem e sigamos seu exemplo”, ressaltou.
Fonte: ACI digital
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