Papa Francisco aprova milagre que tornará santo menino “cristero” do México


VATICANO, 25 Jan. 16 / 03:30 pm (ACI).- O Beato José Luis Sánchez del Rio, assassinado com apenas 14 anos no México devido à perseguição religiosa sofrida pelos cristãos durante o regime de Plutarco Elías Calles (1924-1928), será elevado aos altares pelo Papa Francisco.

Foi o que confirmou o Vaticano no dia 22 de janeiro, ao comunicar a aprovação de um milagre atribuído a sua intercessão e publicar o decreto, que foi assinado na quinta-feira, 21, pelo Pontífice em uma reunião com o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato.

A vida do futuro Santo foi contada brevemente no filme “Cristiada”, lançado no cinema há alguns anos.

O Beato nasceu em Sahuayo, Michoacán, no dia 28 de março de 1913. Filho de Macario Sánchez e Maria del Rio, José Luis foi assassinado em 10 de fevereiro de 1928, durante a perseguição religiosa do México por pertencer aos cristeros, numeroso grupo de católicos mexicanos que lutou contra o regime totalitário de Plutarco Elías Calles.

Um ano antes do seu martírio, José Luis se uniu às forças cristeras do general Prudencio Mendoza, no povoado de Coteja, Michoacán.

No dia 10 de fevereiro, levaram o menino da paróquia ao local geral do exército federal. Cortaram a sola dos seus pés, obrigaram-no a caminhar com os pés descalços pela rua Insurgentes, dando a volta ao Boulevard, e seguiram até chegar ao panteão Municipal.

Durante todo este trajeto, José gritava: Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe.

José chorava e ao mesmo tempo ia rezando pelo caminho. Colocaram-no ao lado de sua tumba, enforcaram-no e seus verdugos o esfaquearam.

Estava ali Rafael Gil Martínez, conhecido como “El Zamorano”, que desceu o menino da árvore onde tinha sido pendurado e lhe perguntou: “O que deseja que digamos aos seus pais?”. José conseguiu responder: “Que Viva Cristo Rei e que nos veremos no céu”.

O verdugo cheio de ódio, pegou seu revólver, atirou, matou o menino com um tiro na cabeça. Eram 23:30 em Sahuayo, Michoacán.

Fonte: ACI digital
Clique para ver o filme: Cristiada


Milagre que permitirá canonização de menino cristero 
no México salvou da morte uma bebê 

Por Maria Ximena Rondón

MEXICO D.F., 26 Jan. 16 / 02:00 pm (ACI).- A cura de um bebê mexicano, para quem “humanamente já não havia esperança de vida”, é o milagre que fez com que o Vaticano declare santo o menino cristero, Beato José Luis Sánchez del Rio, mártir da perseguição religiosa do México durante a segunda década do século XX.

No último dia 21 de janeiro, o Papa Francisco assinou o decreto que aprova o milagre atribuído a intercessão do menino beato de apenas 14 anos. O milagre se trata da cura milagrosa de Ximena Guadalupe Magallón Gálvez, um bebê mexicano que tinha meningite, tuberculose, convulsões e que teve um enfarte cerebral.

A história da bebê foi compartilhada por sua mãe, Paulina Gálvez Ávila, na página de Facebook do beato. A respeito da doença da sua filha, indicou que “humanamente já não havia esperança de vida” e que nessa ocasião colocaram-na nas mãos de Deus por intercessão de ‘Joselito””.

Esta é a história:

Ximena nasceu no dia 8 de setembro do 2008 nos Estados Unidos. Quando tinha um mês de idade, seus pais a levaram a cidade de Sahuayo, localizada no estado de Michoacán (México), onde nasceu o beato. Aos 15 dias de vida, o bebê começou a ter febre. Estava aos cuidados do seu pediatra, mas não melhorava. Tiraram uma radiografia para ver se estava com pneumonia. Foi internada no Hospital Santa Maria de Sahuayo e três dias depois recebeu alta. Entretanto, a febre não baixava.

Então, seus pais a levaram para o estado de Aguascalientes a fim de ser consultada por outros médicos. O caso de Ximena foi assumido pelo Dr. Rosendo Sánchez. Recomendou-lhes que o bebê fosse internado novamente em Sahuayo, pois achava que se tratava de uma pneumonia atípica. Ximena voltou para o hospital e o Dr. Adão Macías indicou que poderia ter pneumococo. Os pais chamaram ao Dr. Rosendo, que lhes pediu trazer a menina em urgência a Aguascalientes.

Paulina comentou que ao perceber que a sua filha estava debilitada de saúde, decidiram batizá-la. Ao regressar a Aguascalientes, os médicos descobriram que a menina tinha o pulmão direito cheio de líquido e lhe fizeram uma broncoscopia. A família voltou para Sahuayo e a bebê não melhorava.

“Passamos por este pesadelo durante dois meses e (os médicos) não entendiam o que estava acontecendo, pois, a bebê não respondia a nenhum tratamento. Achavam que seu piloro tinha uma fissura e que por aí o leite passava para o seu pulmão (…) Deveria ser operada”, narrou a mãe.

Um dia antes da operação, Ximena piorou. Segundo uma radiografia e a punção pleural: havia líquido em um dos seus pulmões.

“Conversamos com o Dr. Rosendo e nos informou que teria que submetê-la a uma operação muito delicada, na qual corria risco de morte. Consentimos a operação e pedimos que fizesse o que fosse necessário para salvar a nossa filha e a entregávamos nas mãos de Deus”, expressou Paulina.

Depois da operação, o médico analisou um pedaço de pulmão e disse aos pais de Ximena que ela poderia ter tuberculose.

“Quando nos disseram que efetivamente era tuberculose e levaram a Ximena para o quarto, percebi que estava estranha, com seu olhar fixo e ausente. Falávamos com ela, mas não reagia. Comentei este fato com o doutor, que a minha filha não era assim, antes era risonha”, assinalou a mãe.

A recém-nascida foi submetida novamente a uma terapia intensiva. No dia seguinte, quando sua mãe foi visitá-la disseram que Ximena tinha convulsionado. Paulina a viu e começou a rezar. Estava sendo cuidada pelas enfermeiras, mas não parava de convulsionar. Fizeram uma tomografia, mas não melhorava.

Paulina pediu para ver a sua filha. Antes de entrar no quarto onde estava, a doutora “me disse que minha bebê estava em estado vegetal e que deveria iniciar os trâmites correspondentes. Chegou o Dr. Rosendo e chorando lhe pedi que por favor salvasse a minha filha. Ximena entrou em coma e nos deram 72 horas para ver se ela sobreviveria, pois 90% de seu cérebro estava morto”.

“Fomos a missa todos os dias para pedir a Deus e a ‘Joselito’ que intercedesse pela minha filha, que fizessem este milagre...”, manifestou.

“Antes de desconectá-la, pedi aos doutores para ficar com ela e a abracei. Nesse momento, coloquei o meu bebê nas mãos de Deus e sob a intercessão de do Beato José Luis. Foi quando abriu seus olhos e sorriu para mim”. Ximena olhou para os doutores “e a sorrir para eles”. Eles “não podiam explicar o que havia acontecido, porque medicamente parecia que tudo estava perdido e foi então que afirmam que havia sido um Milagre”.

Os médicos fizeram uma tomografia e um encefalograma em Ximena. Ficaram surpreendidos ao ver que 80% do seu cérebro estava recuperado. No dia seguinte, seu cérebro estava totalmente recuperado.

Disseram que o bebê não poderia sugar. Entretanto, quando sua mãe lhe deu a mamadeira ela conseguiu tomá-la. Os doutores estavam atônitos. Acreditaram que caso a menina sobrevivesse, provavelmente não poderia caminhar nem pensar, ver ou escutar devido às sequelas do enfarte cerebral.

Contra os prognósticos dos médicos, Ximena se recuperou totalmente e está “muito bem graças a Deus e a intercessão do Beato Joselito. Agradecemos imensamente a Deus Todo-poderoso por este milagre e pela plena intercessão do Beato Mártir José Sánchez del Rio”.

O beato José Luis Sánchez del Rio foi torturado e assassinado aos 14 anos, durante a perseguição religiosa do presidente mexicano Plutarco Elías Calles entre 1924 a 1928. José Luis se listou nas filas dos cristeros, ao mando do general Prudêncio Mendoza.

Foi capturado pelo exército federal e seu martírio aconteceu na sexta-feira, 10 de fevereiro de 1928.

Cortaram a sola dos seus pés, obrigaram-no a caminhar com os pés descalços até a sua tumba. Durante todo este trajeto, José gritava: Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe.

Ante sua tumba foi pendurado em uma árvore e esfaqueado. Um dos verdugos lhe perguntou: “O que deseja que digamos aos seus pais?”. José respondeu: “Que Viva Cristo Rei e que nos veremos no céu”. Ante esta resposta, o homem atirou na sua cabeça e o matou.

Fonte: ACI digital

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