A tradição do Pão de Santo Antônio


Distribuído por diversas paróquias brasileiras no dia 13 de junho, a tradição do Pão de Santo Antônio dá continuidade à ação fraterna do padroeiro dos pobres. Até hoje na devoção popular o “pãozinho de Santo Antônio” é colocado, pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o de que comer.
O milagre do Pão de Santo Antônio continua até hoje em seus devotos. Ele nos ensina e nos ajuda a sermos mais cristãos. Nele, manifesta-se a espiritualidade pascal, dos atos de amor, das ações de serviço ao próximo, da promoção do ser humano, para que tenha vida e a tenha em abundância.
Fato é que, através de Santo Antônio, Jesus continua a realizar o grande milagre da multiplicação dos pães. Jesus tem compaixão da multidão faminta e multiplica o pão para saciar-lhe a fome.

O Pão de Santo Antônio

Frei Geraldo Monteiro, OFM Conv.

Nada mais tradicional e profundamente enraizado no coração do povo cristão de todos os lugares e também não cristão do que o "PÃO DE SANTO ANTÔNIO"! (Às terças-feiras e no dia 13 de junho são eloqüentes testemunhos em nossa igreja franciscana conventual dedicada a Santo Antônio em Istambul, capital da muçulmana Turquia, onde fiéis, também muçulmanos, nesses dias, acorrem ao santuário, prestando sua homenagem ao santo).

Qual a origem histórica desta tradição? Difícil dizê-lo exatamente, mas liga-se a dois fatos relacionados, é claro, a Santo Antônio, nascido em Lisboa, Portugal, por volta de 1195, com o nome batismal de Fernando, membro dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho antes, frade franciscano depois e falecido em Pádua, Itália, no dia 13 de junho de 1231.

O primeiro fato relaciona-se diretamente à vida do Santo e perde-se nas brumas do tempo e do lugar e pessoas, se quisermos contá-lo com rigor científico.
Conta-se, pois, que Frei Antônio vivia, já famoso pelas suas prega­ções e caridade, no humilde conventinho de Santa Maria Mater Domini, em Pádua. Um dia, como já era costume naquela época penosa pela pobreza, veio bater à porta do convento um pobrezinho, pedindo algo para comer. Quem o atendeu foi Frei Antônio, que, indo à despensa, pegou do pão – alimento tão precioso naquela época, sem dúvida mais do que hoje - preparado pelo frade cozinheiro e padeiro com tanto carinho. Não foi o único pobre atendido e nem o único pão dispensado por Frei Antônio. Fato foi que a caixa do pão, pouco antes da refeição dos frades, ficou vazia e, qual não foi o desapontamento e quase a impaciência do frade cozinheiro quando, pouco tempo antes da refeição, se encontrou diante do fato consumado da falta de pão para a refeição dos co-irmãos que já estavam dirigindo-se à capela para a oração. Encontrando-se com Frei Antônio, o frade cozinheiro manifestou-lhe a situação crítica em que se encontravam ele e seus confrades, justo quase à hora da refeição. Diz-se que Santo Antônio, sorrindo, lhe bateu nas costas dizendo: "Não se preocupe demais, irmão! Deus há de providenciar!"
De fato. Ao voltarem os frades da oração para o refeitório, a caixa estava cheia de pães, causando surpresa ao frade cozinheiro!

O outro fato se refere a uma pessoa devota de Santo Antônio, a muitos séculos longe da vida terrena do Santo como também muito longe de nós. Ouvi-o do Reitor da Basílica de Santo Antônio, em Pádua.

Deu-se em Portugal. Uma senhora tinha sua filhinha, única, acometida de uma doença misteriosa, sem que os médicos pudessem diagnosticar para buscar uma terapia adequada. Numa das costumeiras consultas, o médico olhou direto para a mãe e disse-lhe: "A Sra. acredita em Deus?" E prosseguiu dizendo: "Não estamos conseguindo descobrir o que possa ter essa criança ... Tome este remedinho. O resto está nas mãos de Deus!!!"

Então, esta mãe saiu daquele consultório mais angustiada do que quando entrara. Voltou para casa e foi direto para o quarto onde tinha com veneração - relíquia de família - uma pequenina imagem de Santo Antônio. Diante dela acendeu uma vela e, misturando à sua chama a chama da fé – como só as mães sabem fazer –, rezou:
"Santo Antônio! Sei que és intercessor poderoso para nós junto a Deus nosso Pai. Vê a situação desta minha filhinha que é o que de mais caro eu tenho na vida. Se me intercederes junto a Deus pela cura desta minha filha, eu prometo por toda a minha vida, seguindo a tua caridade para com o próximo, no dia 13 de junho, dia da lembrança de tua morte bendita, dar aos pobres tantos quilos de pão quantos forem os quilos do peso de minha filha".

Dito e feito! A filha ficou boa. A mãe manteve a promessa até o fim da vida. Outras pessoas espalharam a devoção e costume também para as terças-feiras, dia do sepultamento do Santo, e até hoje perdura esta obra benemérita do "Pão de Santo Antônio".

Por isso, na bênção dos pães se diz: “Senhor Jesus Cristo, abençoai estes pães como abençoastes os cinco pães no deserto, para que, todos os que deles comerem, possam obter saúde da alma e do corpo, paz e harmonia na família e partilhar com os irmãos necessitados os bens recebidos de Deus!”

Todos esses fatos aconteceram? Não aconteceram? São históricos? Não são históricos?

Não vêm ao caso nesta nossa presente reflexão.

O que importa mesmo – e este é um fato histórico – é que Frei Antô­nio tinha um carinho especial pelos pobres, pelos humildes. Um quase seu contemporâneo, morto em 1245, célebre teólogo em Paris, Jean de la Rochelle, escrevia: "Nós não ouvimos em nosso tempo um consolador tão doce para os pobres como Santo Antônio, nem alguém tão áspero contestador dos poderosos". Frei Antônio colocou tudo o que era e tinha: classe nobre de nascimento, doutrina pelos estudos feitos, capaci­dades humanas inigualáveis, tudo ele colocou a serviço fraterno e leal dos pobres e dos marginalizados. Foi a sua escolha evangélica. E disso o povo humilde e pobre jamais se esquece. Ontem. Hoje. E sempre!

FONTE: Revista Franciscana, Volume 5 (2005), n. 8, p. 70-72
http://movimentodeassis.blogspot.com.br/2009/07/pao-de-santo-antonio.html


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Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo, tende piedade de nós.
Coração de Maria, obra-prima do Espírito Santo, rogai por nós.

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