Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E qual vai ser o sinal de que essas coisas estão para acontecer?” 8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que essas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. 10E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. 12Antes, porém, que essas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Essa será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
Um estilo para uma lição
33º Domingo do Tempo Comum
- Ano C
Evangelho de Lucas 21,5-19
REFLEXÃO
Quando o Evangelho de Lucas foi escrito, os acontecimentos relatados já tinham acontecido ou estavam acontecendo. As perseguições contra os seguidores de Jesus já eram realidade. É próprio da literatura apocalíptica tomar fatos do passado e apresentá-los como se ainda não tivessem acontecido. A finalidade desse tipo de linguagem é animar e fortalecer a resistência dos que são perseguidos. Diante desses fatos, Jesus alerta seus seguidores para que não se deixem enganar por falsos pregadores e mostra-lhes que tudo passa, mas ainda não será o fim de tudo. Em meio às dificuldades e perseguições, é preciso firmeza na caminhada para não sucumbir e continuar dando testemunho e reafirmando a fé. O discípulo de Jesus não pode ficar de braços cruzados olhando para o céu, mas é convidado a assumir o compromisso para que nasça o mundo novo da justiça, da paz e do amor, lembrando que Deus está no comando da história da humanidade. É permanecendo firmes que ganharemos a vida.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)[1]
Coleta
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de sempre nos alegrar em vosso serviço, porque só alcançaremos duradoura e plena felicidade sendo fiéis a vós, criador de todos os bens. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Um estilo para uma lição
Lembremos que o Evangelho de hoje está escrito dentro de um estilo chamado ‘apocalipse’, bastante comum desde dois séculos antes de Cristo até um século depois. Assim como podemos passar uma mensagem por meio de poesia, teatro, novela, os povos antigos passavam uma mensagem também por meio do apocalipse. Era um gênero literário, que lançava mão de imagens fortes, como o cair do sol, maremotos, feras, montanhas que se derretem como água, visões de anjos.
Esse gênero literário era usado para ensinar uma lição sobre o futuro, especialmente o possível fim dos tempos, tema que preocupava todas as culturas, inclusive a bíblica. Ao lê-lo, portanto, não devemos ir atrás de seu sentido literal, mas procurar qual o significado do símbolo. Por exemplo, pode estar escrito sol. Mas sol significa luz; luz significa segurança (porque no escuro facilmente se tropeça). Cair o sol, então, significa não ter mais nenhuma segurança. Levado à linguagem religiosa, que descreve o fim dos tempos – a morte -, cair o sol vai significar que, na hora da morte, estamos sem nenhuma das proteções que tivemos em vida (riquezas, amigos, glória). Estaremos sós, sem contar com ninguém, a não ser Deus; nele devemos confiar, porque Deus nos será a única segurança, quando a morte chegar.
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
---





Comentários
Postar um comentário