O arcebispo de Nápoles, cardeal Domenico Battaglia, mostra aos fiéis o frasco contendo o sangue agora liquefeito. | Crédito: Chiesa di Napoli.
Por Redação central
19 de set de 2025 às 13:29
O tradicional milagre da liquefação do sangue de são Januário, padroeiro de Nápoles, Itália, aconteceu hoje (19) na catedral local na missa solene de sua festa.
Às 10h07 no horário local, depois de acenar com um lenço branco, o arcebispo de Nápoles, cardeal Domenico Battaglia, mostrou aos fiéis o frasco contendo o sangue liquefeito, gesto recebido com fé e devoção pela multidão que lotou a igreja.
"Hoje, Nápoles para como o mar quando o vento se acalma”, disse o cardeal em sua homilia. “No centro, não um objeto, mas um sinal: um frasco, um sangue, um nome: Januário".
O milagre não é "um troféu, mas uma memória viva: a dos mártires que o Amor não abandonou", continuou ele.
O cardeal disse que o sangue do santo "tornou-se uma voz: uma voz que ainda prega à cidade e a chama a confiar no Evangelho mais do que em qualquer cálculo, mais do que em qualquer prudência. Olhemos para este sinal não com superstição, mas como um convite a arriscar tudo com confiança".
O arcebispo usou o milagre do sangue para criticar conflitos atuais. "O sangue de Januário se mistura idealmente com o sangue derramado na Palestina, como na Ucrânia e em todas as terras feridas, onde a violência se considera onipotente e nada mais é do que barulho."
O arcebispo fez um apelo direto a Israel, desde 2023 em um conflito com o grupo terrorista islâmico Hamas que controla a Faixa de Gaza. O Hamas invadiu Israel, matou 1,2 mil pessoas, e fez centenas de reféns, alguns ainda em seu poder. "Escuta, Israel... pare de derramar sangue palestino. Pare com os cercos que roubam pão e água; pare com os golpes que destroem lares e infâncias; pare com as represálias que confundem segurança com esmagamento”.
Um sinal que se repete todos os anos
A liquefação do sangue de são Januário é considerada um "prodígio", e não um "milagre", segundo a linguagem canônica. Ele acontece três vezes por ano: em 19 de setembro (dia do santo), 16 de dezembro e no sábado anterior ao primeiro domingo de maio.
Segundo a tradição, o sangue foi coletado depois do martírio do santo bispo, no século IV, e, desde então, passou do estado sólido para o líquido como sinal de sua intercessão e proteção sobre Nápoles.
No final da celebração de hoje, Battaglia percorreu a nave central e também o exterior da catedral para mostrar a ampola aos fiéis e a toda a cidade.
Quem é são Januário
São Januário foi bispo de Benevento, na região da Campânia, diocese italiana adjacente a Nápoles, onde nasceu em 272 d.C.
Durante a perseguição à Igreja pelo imperador romano Diocleciano, conhecida como a “Grande Perseguição” (303–313), Januário foi feito prisioneiro junto com um grupo de outros cristãos e submetido a terríveis torturas.
O bispo e seus amigos recusaram-se a renunciar à sua fé e a adorar os deuses pagãos. Apesar das crueldades a que foram submetidos, nenhum deles cedeu e todos foram condenados à morte.
Tentaram queimá-los vivos numa fornalha, mas o fogo não os feriu. Eles foram então jogados aos leões, mas os animais não chegaram perto deles. Então os romanos decidiram decapitar todos eles. Em 19 de setembro de 305 d.C., são Januário e seus amigos foram executados perto de Pozzuoli.
Fonte: ACI digital
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