Fidelidade: fruto do Espírito Santo
Antes de vermos o problema do divórcio, lembremos que Marcos está apresentando as qualidades do verdadeiro discípulo de Jesus. E aqui ressalta a fidelidade ao plano, ao projeto que Deus tem para cada uma das criaturas. Quase podemos dizer que a história do ser humano é a história de sua fidelidade a Deus. Quantas vezes, no Antigo Testamento, Deus se queixou, e, às vezes, com amargura, da pouca fidelidade das criaturas. Cristo é o exemplo máximo de fidelidade: “Meu alimento é fazer a vontade do Pai” (Jo 4,34). Mais vezes, na Escritura, o casamento é posto como símbolo da nossa fidelidade a Deus (Os 2,21-22; 15 62,5; Jr 2,2). Deus faz uma aliança com a criatura humana, isto é, um pacto como no casamento, ao qual se espera fidelidade de ambos os lados.
Ao apresentar esse tema, Marcos quer acentuar que o discípulo de Jesus lhe deve ser fiel à custa de todos os sacrifícios, mesmo naqueles momentos em que as leis humanas lhe facultem caminhos diferentes (v. 5). Desde os Atos dos Apóstolos, os cristãos são chamados de ‘fiéis’, isto é, pessoas que guardam fidelidade ao Senhor Jesus (At 10,45; Ef 1,1). Para o Apóstolo Paulo, a fidelidade é um fruto do Espírito Santo, ao lado da caridade, da alegria e da paz (Gl 5,22). A alma da fidelidade é o amor e, ao mesmo tempo, a fidelidade torna-se a maior prova de amor (Jo 15,9ss). João, na sua segunda Carta, faz um trocadilho: amar é ser fiel aos mandamentos e o mandamento é viver no amor (2Jo 6).
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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