Domingo de Ramos e
da Paixão do Senhor
6° Domingo da Quaresma - Ano B
Evangelho de Marcos 11,1-10; Marcos 15,1-39 – mais breve
Naquele tempo, 1quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, 2dizendo: “Ide até o povoado que está em frente e, logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui! 3Se alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas o mandará logo de volta’”. 4Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarraram. 5Alguns dos que estavam ali disseram: “O que estais fazendo, desamarrando este jumentinho?” 6Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram. 7Trouxeram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou. 8Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. 9Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”
REFLEXÃO:
A entrada de Jesus em Jerusalém parece traduzir fielmente a profecia de Zacarias a respeito do Messias: “Seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho filho de uma jumenta […] Ele anuncia a paz a todas as nações” (Zc 9,9-10). Com essa atitude humilde, Jesus começa a corrigir a mentalidade vigente de que o Messias seria um rei guerreiro. Não é. Se fosse, entraria na cidade montado em um cavalo e cercado por um exército fortemente armado. Ao contrário, os que o acompanham simplesmente empunham ramos para prestar-lhe homenagem. Ao estender seus mantos para Jesus passar sobre eles, o povo quer dizer que aceita o Messias pacífico e quer associar-se a ele. A Igreja, desde cedo, solenizou essa passagem do Evangelho, colocando-a como abertura da Semana Santa.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)[1]
Oração do Dia
Deus eterno e todo-poderoso, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador assumisse a condição humana e morresse na cruz. Concedei-nos aprender os ensinamentos de sua paixão e participar de sua ressurreição. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Jesus Cristo, Filho de Deus
A história da paixão segundo Marcos é, provavelmente, o mais antigo texto sobre o assunto. Para Marcos, Jesus está plenamente consciente do seu destino de morte. “O Filho do Homem segue o seu caminho” (Mc 14,21). Mas não se detém em pormenores. Tem pressa no desfecho final, em que está a frase principal, posta na boca de um soldado pagão: “Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus” (Mc 15,39). Marcos repete, na hora da morte de Jesus, a mesma afirmação com que abrira o seu Evangelho: “Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1,1).
Na frase do centurião está todo o dogma cristão: Jesus é homem e Deus. Como homem sofre no corpo e no espírito (Mc 14,33). Como Deus nos salva. As duas naturezas não se separam no agir, a ponto de devermos dizer que o Cristo-Deus-Homem padeceu a morte na cruz; e o Cristo-Homem-Deus nos salvou.
Marcos põe a afirmação da divindade na boca de Jesus, diante da autoridade religiosa máxima dos judeus: “Eu sou o Cristo”. E Jesus acrescenta: “Ver-me-eis assentado à direita do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu” (Mc 14,62).
‘Assentar-se à direita’ e ‘vir sobre as nuvens’ são expressões bíblicas que afirmam que Jesus tem poderes divinos, permanece como Deus presente e ativo no mundo e é o juiz de todas as criaturas. Não fosse isso verdade, seria uma grande blasfêmia. O Sumo Sacerdote tomou a afirmação de Jesus como blasfêmia. A lei mandava matar todos os charlatães, que se dissessem revestidos de poderes divinos. Compreende-se que, não crendo em Jesus, todo o Sinédrio o tenha condenado como impostor.
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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