Deus todo-poderoso, através dos exercícios anuais do sacramento da Quaresma, concedei-nos progredir no conhecimento do mistério de Cristo e corresponder-lhe por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Apesar de morrer, Ele é vida imortal
Nas teofanias do Antigo Testamento, havia sempre um recado ao povo e uma solene promessa de fidelidade da parte do povo. Assim no Monte Sinai, o povo prometeu: “Faremos tudo o que o Senhor nos disse!” (Êx 24,3). Hoje Deus apresenta o próprio Filho, a nova Arca da Aliança (Êx 40), o novo templo de Deus (Jo 2,19-22) e recomenda: ‘Escutei-o!’ (v. 7). Este era o dever dos Apóstolos: escutar Jesus com mais ouvidos do que os israelitas escutaram Moisés, que lhes transmitia a vontade de Deus. Apesar da morte, ele tem palavras de vida eterna (Jo 6,69).
Moisés mandara o povo ouvir os profetas (Dt 18,15) como o haviam escutado a ele na saída do Egito e na travessia do deserto. O novo Moisés, o novo profeta, agora é Jesus de Nazaré. O próprio Deus manda escutá-lo, porque ele tem palavras de vida mesmo quando fala em paixão e morte, como fizera pouco antes da Transfiguração, escandalizando Pedro (Mc 8,31-33), e como voltará a acentuar pouco depois (Mc 9,30-32). Os caminhos mais simples de Deus ultrapassam as razões da inteligência humana. Quanto mais, quando se trata da morte de quem, por definição, é imortal! Jesus não se transfigura para deslumbrar seus amigos e mostrar-se superior a eles. Tratou-se de um gesto para inspirar, criar e fundamentar a confiança de quem tinha razão para ter medo.
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