O Senhor te dê sua Paz!
“E te dê a paz!” A paz, na visão bíblica, é a plenitude de todos os dons do Senhor. Jesus, nascido de Maria Virgem, é a plenitude de todos os dons. Por isso mesmo é chamado de ‘nossa paz’ (Ef 2,14). O tema da paz, proclamado e celebrado junto com a maternidade de Maria, toma um sentido bem maior do que contratos humanos ou ausência de guerra. Os anjos que cantaram o nascimento de Jesus e o anunciaram aos pastores proclamaram ao mesmo tempo a paz: “Paz na terra aos homens amados por Deus” (Lc 2,14). Esse ‘amados por Deus’ toma um sentido novo, porque, ao amar agora a criatura humana, Deus ama seu próprio filho, que assumiu em tudo a condição dos homens. E a seu filho Deus ama com a plenitude do amor mais perfeito. Desse amor, multiplicado entre as criaturas, deve nascer a paz. “Acolhido no mais íntimo do coração, esse amor reconcilia cada um com Deus e consigo mesmo, renova as relações entre os homens e gera sede de fraternidade” – escreveu o Papa São João Paulo, na Mensagem de Paz para abertura do ano dois mil.
Paz, amor, encarnação, redenção vão juntos. Na Mensagem de Paz para o ano 2000, João Paulo II chama a Igreja de “Sacramento da paz”, ou seja, sinal e instrumento de paz no mundo e para o mundo. E acrescenta esta frase programática: “Para a Igreja, trabalhar pela paz é cumprir sua missão evangelizadora”. Ora, a missão essencial da Igreja é testemunhar o Senhor Jesus. Quando a paz é sinônimo de Jesus Cristo, a Igreja só pode ser proclamadora do Evangelho da Paz (Ef 6,15), com todo seu empenho humano, com toda sua autoridade divina.
Hoje celebramos a Mãe de Deus, que é a Rainha da Paz. Mãe da paz, porque é mãe daquele que “pacificou todas as coisas: as da terra e as do céu” (Cl 1,20). Mãe da mesma paz proclamada por Jesus (Lc 24,36; Jo 20,16-21). Da mesma paz que Jesus deu aos Apóstolos na Última Ceia: “Deixo-vos a minha paz, dou-vos a minha paz” (Jo 14,27).
FREI CLARÊNCIO NEOTTI [2]
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