Missão universal à beira de um lago
3° Domingo do Tempo Comum - Ano B
Evangelho de Marcos 1,14-20
14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” 16E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Jesus lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. 18E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20e logo os chamou. Eles deixaram seu pai, Zebedeu, na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus.
REFLEXÃO:
João Batista sai de cena e aparece Jesus com firme vontade de começar a missão. Anuncia que o Reino de Deus está ao alcance de todos, porém acrescenta uma exigência: “Arrependam- se e acreditem no Evangelho”. Começa a formar o grupo dos seus seguidores, ao qual dedicará tempo de qualidade e ensinamentos adequados. Lança um convite a dois pescadores, Simão e seu irmão André: “Farei de vocês pescadores de gente”. Certamente sem compreender o alcance da proposta, os dois deixam o trabalho e seguem a Jesus. Outros dois irmãos, Tiago e João, fazem o mesmo: deixam no barco o pai e os companheiros de profissão e vão atrás de Jesus. Grande poder de atração exerce Jesus sobre os jovens pescadores; admirável desapego deles ao deixar a ocupação habitual e se enveredarem rumo ao desconhecido!
(Dia a dia com o Evangelho 2024)[1]
Oração do Dia
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi nossas ações segundo a vossa vontade, para que, em nome do vosso dileto Filho, mereçamos frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Missão universal à beira de um lago
Marcos é o único Evangelista a chamar seu texto de evangelho logo no início (Mc 1,1). E em poucos parágrafos confirma a missão e a divindade de Jesus por meio da voz profética de João Batista (Mc 1,1-8), por meio da autoridade do Pai, à beira do Jordão (Mc 1,12-13), e por meio dos anjos (Mc 1,12-13), porta-vozes de Deus. Logo em seguida, Marcos fixa o tempo e o lugar do começo da vida pública. O tempo é marcado pela prisão de João Batista. Sabe-se que foi Herodes Antipas (filho de Herodes, o Grande, da matança dos meninos de Belém) quem prendeu João Batista e o matou (Mc 6,14-29). O mesmo Herodes a quem Pilatos enviou Jesus antes da condenação (Lc 23,6-12).
O local é a Galileia, a parte norte da Palestina, onde, aliás, em torno do lago de Genesaré, Jesus passou a maior parte de sua vida pública. Talvez porque, nascido em Belém da Judeia, se criara em Nazaré da Galileia e conhecia bem a região. Talvez porque as margens do lago, sobretudo a faixa norte, eram bem povoadas e havia grande movimento de gente. Talvez porque fosse muito perigoso começar por Jerusalém ou pela Judeia, bem controlada pelos romanos, repleta de descontentes e revoltosos, onde ninguém sabia de que lado alguém estava. Talvez porque a Galileia era habitada por uma mescla de raças, embora prevalecesse a hebreia, e Jesus tinha necessidade de abrir portas ao universalismo de sua mensagem de salvação. O fato é que Marcos faz Jesus passar na Galileia os 10 primeiros capítulos dos 16 que compõem o seu Evangelho. E é na Galileia também que o encerra (Mc 16,7).
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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