Se com ele sofremos, com ele reinaremos
A perseguição religiosa não é coisa do passado. Em vários países a prática religiosa sofre muitas restrições. Em outros é obrigatória uma religião única e são excluídas outras. Em alguns se cultiva apenas a religião que encubra os atos de quem está no poder. Fala-se muitas vezes dos mártires dos primeiros séculos do cristianismo. Mas podemos afirmar com toda a segurança: os dias de hoje estão produzindo mais mártires que o primeiro milênio. Talvez não haja um país do mundo que não tenha sua lista de mártires. Isso mostra que o tribunal de Pilatos e o Calvário não são fatos e coisas do passado. Cada um desses mártires, homens e mulheres, pode dizer com São Paulo: “Me alegro com o sofrimento suportado. Completei em meu corpo o que faltava à paixão de Cristo” (Cl 1,24) e, “trazendo em meu corpo a morte, manifesto a vida em Jesus Cristo” (2Cor 4,11). Isso tem muito a ver com a Eucaristia, sacramento de morte e ressurreição: no próprio mistério da morte está a fonte da vida.
Cristo está presente e atuante não apenas em promessa. No mesmo texto em que Jesus previne contra as perseguições, calúnias e martírios, garante o amparo divino, maior que a ferocidade humana. O sangue dos mártires é um hino à confiança em Deus. Já o salmo 23, que tantas vezes cantamos na liturgia, conforta-nos: “Ainda que eu tenha de andar por um vale tenebroso, não temo mal algum, porque tu estás comigo” (Sl 23,4). Também o martirizado passa pela angústia do Cristo
na Cruz, de sentir-se sozinho e entregue à sanha dos inimigos (Mt 27,43). Fica-lhe, porém, a garantia do Evangelho: o próprio Cristo o bendirá diante de Deus (v. 32). Ou, como escreve São Paulo a Timóteo, comentando a passagem de hoje: “Se padecermos com ele, também com ele viveremos. Se com ele sofrermos, com ele reinaremos” (2Tm 2,11-12).
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