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Morre o cardeal venezuelano Jorge Urosa, crítico do Sínodo da Amazônia e do chavismo

Walter Sánchez Silva | ACI Prensa
 
Cardeal Jorge Urosa Savino. Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

CARACAS, 24 set. 21 / 11:03 am (ACI).- O cardeal Jorge Urosa Savino, arcebispo emérito de Caracas, Venezuela, morreu ontem, 23 de setembro, aos 79 anos depois de quase um mês hospitalizado com covid-19.

A notícia da morte do cardeal Urosa foi divulgada pelo arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, cardeal Baltazar Porras. “Muito queridos venezuelanos. Devo dar-lhes a notícia da morte de meu querido irmão, o cardeal Jorge Urosa Savino, que depois de longa doença e convalescença entregou seu espírito ao Senhor”, disse o cardeal Porras em uma mensagem de vídeo no Twitter da arquidiocese de Caracas.

“Peço a todos uma oração pelo seu eterno descanso que enluta a Igreja venezuelana e a Igreja universal. Em breve, daremos detalhes sobre o que teremos que fazer na Igreja de Caracas, em Valência e em toda a Venezuela para nos unirmos neste momento de dor e luto”, continuou.

“Descanse em paz nosso querido irmão, Cardeal Jorge Urosa Savino”, concluiu o bispo venezuelano.

O cardeal Urosa foi hospitalizado em 27 de agosto, depois de testar positivo para a covid-19.

No dia seguinte o cardeal Urosa escreveu uma mensagem “diante a eventualidade de ter que passar a terapia intensiva por um agravamento” da situação e fez “uma breve declaração de amor a Deus e à Igreja, e de amor ao povo da Venezuela”.

“Me sinto imensamente feliz por ter sido sacerdote”, dizia a mensagem. “Perdão a Deus e a todos os meus irmãos pelas faltas que possa ter cometido, especialmente pelas faltas de omissão. Também expresso meu grande afeto ao povo venezuelano e minha entrega absoluta à sua liberdade, às suas instituições, à defesa dos direitos do povo frente aos atropelos que tenham cometido por parte dos governos nacionais”, disse ele. “Espero que a Venezuela saia desta situação tão negativa”.

O cardeal Jorge Urosa Savino nasceu em 28 de agosto de 1942, dia da festa de santo Agostinho.

Estudou filosofia no seminário interdiocesano de Caracas e teologia no seminário de santo Agostinho de Toronto, no Canadá, entre 1962 e 1965.

Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1967, na festa da assunção da Virgem Maria, e incardinou-se na arquidiocese de Caracas.

Obteve o doutorado em teologia dogmática em 1971 pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Foi professor e reitor do seminário são José de Caracas, e reitor do seminário interdiocesano santa Rosa de Lima, também na capital venezuelana. Presidiu a Organização Latino-americana de Seminários e foi vigário geral da arquidiocese de Caracas.

Aos 40 anos, foi nomeado bispo auxiliar de Caracas pelo papa são João Paulo II em 3 de julho de 1982, recebendo a consagração episcopal em 22 de setembro do mesmo ano, como titular de Vegesela in Bizacena.

Em 16 de março de 1990, foi nomeado arcebispo de Valência, arquidiocese do noroeste do estado de Carabobo, onde serviu por 15 anos.

Em 19 de setembro de 2005, foi nomeado arcebispo de Caracas, sede da qual tomou posse no dia 5 de novembro do mesmo ano.

O papa Bento XVI o criou cardeal presbítero no consistório de 24 de março de 2006, com o título de Santa Maria in Monti.

Em maio de 2007, participou como representante dos bispos venezuelanos na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe em Aparecida, Brasil.

Também participou do Sínodo dos Bispos sobre a Família em outubro de 2015, evento no qual se destacou por sua firme defesa da doutrina católica.

Na sua intervenção no sínodo, o cardeal Urosa encorajou os Padres sinodais a não esquecer os ensinamentos de Jesus e da Igreja ao discutir a possibilidade de os divorciados em nova união poderem receber o sacramento da Eucaristia.

O cardeal venezuelano também foi um dos 13 cardeais que enviaram uma carta ao papa Francisco denunciando as pressões ideológicas de alguns que buscavam mudar a doutrina a respeito do acesso à Comunhão para divorciados.

O papa Francisco aceitou sua renúncia como arcebispo de Caracas em 9 de julho de 2018, depois de ter ultrapassado os 75 anos, idade de retiro para os bispos.

Apesar de ser arcebispo emérito, não participou do Sínodo do Amazonas realizado em Roma em outubro de 2019. Ele foi um dos mais críticos a alguns dos temas promovidos por alguns grupos, como a possibilidade de que haja diaconisas, sacerdotes casados e o fim do celibato.

Entre setembro e outubro, escreveu vários artigos recordando a importância do celibato sacerdotal e destacou a importância do anúncio de Cristo e seu evangelho na Amazônia.

Escreveu diversos livros como “A Venezuela do futuro, um desafio para a Igreja”, “O progresso e o Reino de Deus em Teilhard de Chardin”, obra que foi sua tese doutoral, “Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida”, e “Jesus Cristo, luz do mundo”, com muitas das suas homilias.

Foi um profundo crítico do regime socialista de Hugo Chávez, que por essa razão atacou publicamente o cardeal por várias ocasiões. Também foi crítico ao regime de Nicolás Maduro, a quem solicitou publicamente e em reiteradas ocasiões, junto aos bispos da Venezuela, que deixe o poder e convoque eleições justas e democráticas.

Durante vários anos, encorajou e promoveu a causa do doutor José Gregorio Hernández, médico dos pobres, beatificado em 30 de abril de 2021.

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