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A Palavra de Deus está presente em toda a vida da Igreja


Por Fernando Geronazzo
10 de setembro de 2021

Igreja no Brasil comemora o 50° Mês da Bíblia, tendo como tema a Carta de São Paulo aos Gálatas e o lema “Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d)

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Em setembro, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, que em 2021 celebra 50 anos. Instituído em 1971, na Arquidiocese de Belo Horizonte (MG), esse mês temático ganhou ampla abrangência nacional por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Essa comemoração tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia na ação evangelizadora da Igreja no Brasil, criar subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação e facilitar o diálogo entre a Palavra, a pessoa e as comunidades.

Nesta 50ª edição, o Mês da Bíblia no Brasil tem como tema a Carta de São Paulo aos Gálatas e o lema “Todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d).

A Bíblia Sagrada é o livro mais lido do planeta. Traduzida para cerca de 3 mil idiomas, estima-se que quase 4 bilhões de exemplares tenham sido vendidos em todo o mundo.

De bolso, com capa dura, ilustrada, em braile, em áudio, on-line ou nos dispositivos digitais, a Bíblia está ao alcance de todos, nas mais variadas plataformas e com preços acessíveis. É fato que, em alguns países, como a China, a obra ainda seja proibida, sendo mantida clandestinamente pelos cristãos.

LER, COMPREENDER E VIVER

A Bíblia, entretanto, não é um livro para simplesmente ter na biblioteca e ser consultada esporadicamente. Ela reúne as Sagradas Escrituras, a Palavra de Deus, pela qual é possível ter uma experiência real e concreta com o Deus vivo. Para isso, é preciso lê-la, meditá-la e vivê-la cotidianamente.

Muitas pessoas afirmam ter dificuldade de ler e compreender as Escrituras, por não entender sua linguagem, símbolos e contextos. É por isso que a Igreja apresenta caminhos e métodos para auxiliar os fiéis a ter uma íntima relação com a Palavra de Deus.

A Igreja Católica indica a seus fiéis que adquiram familiaridade com os textos da Bíblia por meio da leitura diária individual ou comunitária. Além disso, os cursos bíblicos, grupos de oração e círculos de leitura orante da Palavra são outros meios eficazes de aprofundamento dos ensinamentos da Bíblia.

NA LITURGIA

No entanto, o lugar por excelência da leitura da Palavra de Deus é a Liturgia. Desde os primeiros séculos, os cristãos se reuniam para celebrar o mistério da fé tendo como referência a Sagrada Escritura.

“Cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da Sagrada Escritura”, ressaltou o Papa Emérito Bento XVI, na exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. Na missa, por exemplo, além da liturgia da Palavra propriamente dita, na qual são proclamadas as leituras bíblicas, explicadas pela homilia, as orações, preces, antífonas, cantos e invocações têm como fonte, em sua maioria, as leituras bíblicas.

“Mais ainda, deve-se afirmar que o próprio Cristo ‘está presente na sua palavra, pois é Ele quem fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura’. Com efeito, ‘a celebração litúrgica torna-se uma contínua, plena e eficaz proclamação da Palavra de Deus. Por isso, constantemente anunciada na Liturgia, a Palavra de Deus permanece viva e eficaz pela força do Espírito Santo, e manifesta aquele amor operante do Pai que não cessa jamais de agir em favor de todos os homens”, sublinha a Verbum Domini, tomando como referência a constituição Sacrosanctum concilium, do Concílio Vaticano II.

ANO LITÚRGICO

Ao longo do ciclo do Ano Litúrgico vivido pela Igreja, os católicos perpassam por praticamente toda a Sagrada Escritura. Para celebrar o mistério de Cristo presente na Palavra proclamada, as celebrações dominicais foram divididas ao longo de três anos litúrgicos, chamados de Ano A, Ano B e Ano C.

São, portanto, três ciclos de leituras para as liturgias dos domingos (Evangelho e demais livros do Antigo e do Novo Testamento). No Ano A, é lido o Evangelho de Mateus; no Ano B, o Evangelho de Marcos; e, no Ano C, o Evangelho de Lucas. O Evangelho de João é reservado para ocasiões especiais, principalmente festas e solenidades.

Já para os dias da semana, conhecidos como feriais, o Ano Litúrgico é dividido em ano par e ano ímpar, de modo que, especialmente no Tempo Comum, a primeira leitura e o Salmo se distribuem em dois ciclos que se alternam. Já os Evangelhos das liturgias feriais são dispostos em um único ciclo que se repete todos os anos. “Se a pessoa participa de todas as missas dominicais durante três anos, vai ler o conjunto dos Evangelhos. Já a pessoa que participa da missa de segunda a sábado por dois anos, terá lido a Bíblia inteira”, explicou o Padre Boris Agustín Nef Ulloa, doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, professor e diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC-SP, acrescentando que, na Liturgia, a Palavra de Deus é lida “no âmbito de uma comunidade que ouve”.

A Palavra de Deus também tem um lugar privilegiado na Igreja por meio da oração do Ofício Divino, ou Liturgia das Horas, por meio do qual o cristão santifica o percurso do dia mediante a recitação de salmos, cânticos e outros textos bíblicos. Quando se reza todas as horas do Ofício, percorre-se, ao longo de uma semana, os 150 Salmos da Bíblia.

TRADIÇÃO E MAGISTÉRIO

A leitura bíblica na Liturgia também permite que a Palavra de Deus seja meditada na Igreja e com a Igreja. A constituição dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, reafirma que a leitura adequada das Sagradas Escrituras deve sempre ser feita à luz da Tradição e do Magistério da Igreja, levando em conta a coerência com as verdades da fé. “Nós não pegamos a Bíblia e vamos tirando conclusões e fazendo interpretações aleatórias segundo os nossos sentimentos e intuições”, enfatizou o Padre João Bechara Ventura, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma.

Nesse aspecto, tem especial importância a homilia. Padre Boris recordou que, na exortação apostólica Evangelii gaudium, o Papa Francisco dedica um bom espaço para falar da homilia e sobre o quanto é importante bem prepará-la. Nesse documento, o Pontífice afirma, ainda, que foi com a Palavra que Jesus conquistou o coração das pessoas e que os apóstolos “atraíram para o seio da Igreja todos os povos com a Palavra”.

Diante dessas informações, pode-se considerar equivocada a afirmação feita por alguns membros de outras comunidades cristãs de que os católicos não dão o devido valor à Bíblia. Pelo contrário, a Palavra de Deus permeia toda a vida e missão da Igreja.

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