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O que é a comunhão espiritual?

Restrições à Missa durante a pandemia de covid-19

Pascal Deloche / Godong

Reportagem local - publicado em 03/06/21

O Concílio de Trento ensina que podemos receber o Santíssimo Sacramento de três modos

Quanto à maneira de fazer a comunhão espiritual de que falei antes, é preciso conhecer a doutrina do santo Concílio de Trento, o qual ensina que se pode receber o Santíssimo Sacramento de três modos:

Sacramentalmente;
Espiritualmente;
Sacramentalmente e espiritualmente ao mesmo tempo.

Não se fala aqui do primeiro modo, que se verifica também nos que comungam em estado de pecado mortal, como fez Judas; nem do terceiro, comum a todos os que comungam em estado de graça; mas trata-se aqui do segundo, adequado àqueles que, tomando as palavras do santo Concílio, impossibilitados de receber sacramentalmente o Corpo de Nosso Senhor, “o recebem em espírito, fazendo atos de fé viva e ardente caridade, e com um grande desejo de se unirem ao soberano Bem, e, por meio disto, se põem em estado de obter os frutos do Divino Sacramento” – “Qui voto propositum illum caslestem panem edentes fide viva quae per dilectionem operatur, fructum ejus et utilitatem sentium” (Sess. XIII, c.8.).

Para facilitar-vos tão excelente prática, pesai bem o que vou dizer-vos. No momento em que o sacerdote se dispõe a comungar, na Santa Missa, recolhei-vos no vosso íntimo, tomando a mais modesta posição; formulai em seguida, em vosso coração, um ato de sincera contrição e, batendo humildemente no peito, em sinal de que vos reconheceis indignos de tão grande graça, fazei todos os atos de amor, oferecimento, humildade e os demais que costumais fazer quando comungais sacramentalmente: desejai, então, vivamente receber o adorável Jesus, oculto por vosso amor, no Santíssimo Sacramento.

Para excitar em vós o fervor, imaginai que a Santíssima Virgem ou um de vossos santos padroeiros vos dá a santa comunhão: suponde recebê-la realmente e, estreitando Jesus em vosso coração, repeti-Lhe muitas e muitas vezes com ardente amor: “Vinde, Jesus adorável, vinde ao meu pobre coração; vinde saciar meu desejo; vinde meu adorado Jesus, vinde ó dulcíssimo Jesus!” E depois ficai em silêncio, contemplando vosso Deus dentro de vós, e, como se tivésseis todos os atos que habitualmente fazeis depois da comunhão sacramental.

Ora, sabei que esta santa e bendita comunhão espiritual, tão pouco praticada pelos cristãos de nossos dias, é um tesouro que cumula a alma de bens incalculáveis; e, no sentir de muitos autores, é de tal modo eficaz que pode produzir as mesmas graças que a comunhão sacramental. Com efeito, se vê que a comunhão sacramental, na qual se recebe a santa Hóstia, seja por sua natureza de maior proveito, porque como sacramento age “ex operare operato”, é possível, no entanto, que uma alma faça a comunhão espiritual com tanta humildade, amor e fervor, que obtenha mais graças que não obteria outra, comungando sacramentalmente, mas com disposição menos perfeita.

Nosso Senhor, outrossim, ama tanto este modo de fazer a comunhão espiritual, que muitas vezes se dignou atender com milagres visíveis os piedosos desejos de seus servos, dando-lhes a comunhão ou por sua própria Mão, como fez à bem-aventurada Clara de Montefalco, a Santa Catarina de Sena, e a Santa Lidvina; ou pela mão dos santos anjos, como aconteceu a São Boaventura e aos santos bispos Honorato e Firmino; ou ainda, mais frequentemente, por meio da augusta Mãe de Deus, que se dignou dar a comunhão ao bem aventurado Silvestre.

Não vos admireis desta condescendência tão terna, pois a comunhão espiritual abrasa a alma no Amor a Deus, une-a Ele, e dispõe-na a receber as graças mais insignes.

Se refletísseis, portanto, nestas coisas, seria possível permanecerdes frios e insensíveis? Que desculpa poderíeis invocar para isentar-vos de tão devota prática? Tomai a resolução de vos habituardes a ela; e notai que a comunhão espiritual tem sobre a sacramental esta vantagem, que esta só se pode fazer uma vez ao dia, enquanto aquela podeis fazê-la em todas as Missas que quiserdes, e ainda, de manhã, à tarde, o dia todo ou de noite, em casa como na igreja, sem necessitar permissão de vosso confessor.

Em resumo, quantas vezes fizerdes a comunhão espiritual, outras tantas vos enriquecereis de graças, de méritos e de toda sorte de bens.

Ora, o fim deste pequeno livro é despertar no coração de todos os que o lerem um santo ardor para que se introduza entre os fiéis o costume de assistir todo dia piedosamente à Santa Missa e de fazer ai a comunhão espiritual. Oh, que felicidade, se fosse obtido este resultado! Teria, então, a esperança de ver refletir em toda a Terra este santo fervor que se admirava na Idade de ouro da primitiva Igreja. Nesse tempo os fiéis assistiam diariamente ao Santo Sacrifício, e diariamente recebiam a comunhão sacramental. Se dignos não sois de imitá-los, ao menos assisti a todas as Santas Missas que puderdes e comungai espiritualmente. Se eu tivesse a dita de persuadir-vos, creria ter ganho o mundo inteiro, e daria por bem recompensados os meus débeis esforços.

Enfim, para desfazer todos os pretextos que se apresentam ordinariamente, a fim de não assistir à Santa Missa, darei nos capítulos seguintes diversos exemplos que interessam a toda sorte de pessoas. Por aí cada um compreenderá que, se se priva de tão grande bem, é por sua culpa, por sua preguiça e seu pouco zelo pelas coisas santas, e que assim se prepara amargo arrependimento na hora da morte.

Texto de São Leonardo de Porto Maurício (1676-1751), em “As Excelências da Santa Missa”.     (Fonte: Aleteia)

Oração de comunhão espiritual para quando você não puder participar da Missa

(de Santo Afonso Maria de Liguori) 

"Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. 
Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. 
Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”


Papa Francisco recita frequentemente esta oração de Santo Afonso Maria de Liguori durante a Missa na capela da Casa Santa Marta.
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