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Especialista em arte: Presépio do Vaticano refletiria “ódio e rejeição” às tradições


Presépio do Vaticano (2020) / Crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa

Vaticano, 16 dez. 20 / 03:08 pm (ACI).- O presépio do Vaticano deste ano recebeu críticas por seu aspecto artístico pós-moderno que, segundo uma especialista em arte, não é apenas uma "escolha mal pensada" que gerou "divisão e dano", mas refletiria o "estranho e moderno ódio e rejeição de nossas tradições”.

Em declarações a National Catholic Register, a historiadora da arte Elizabeth Lev, que mora em Roma e é professora da Universidade de Duquesne, assegurou que não "viu ninguém dizer que se sente mais cristão porque o viu" e que "é tão divisor que não escuta muitas pessoas defendê-lo”.

“As pessoas olham para o Vaticano em particular pela tradição da beleza. Lá guardamos coisas belas porque, não importa o quanto horrível seja a vida, é possível entrar em São Pedro e isso é seu, isso é parte de quem você é e reflete quem você é e a glória de quem você é. Não entendo porque damos as costas a isso. Parece fazer parte desse estranho e moderno ódio e rejeição às nossas tradições”, comentou a especialista.

Em sua descrição do presépio na Praça de São Pedro, o Vaticano assinalou que foi influenciado pelas antigas esculturas gregas, egípcias e sumérias. O presépio contém 20 peças de cerâmica modernistas, incluindo as principais figuras da história do Natal, mas com rostos de brinquedo junto com a presença de um judeu, um carrasco, um soldado e até um astronauta.

As figuras, que incluem a Virgem Maria representada com cabelos loiros encaracolados, estão colocadas em um cenário minimalista, sem paisagens, cavernas, árvores ou riachos que caracterizam os habituais presépios.

A ideia do presépio foi concebida por Stefano Mattucci, ex-diretor do Instituto de Arte FA Grue, e posteriormente desenhada por dois professores de arte, Gianfranco Trucchia e Roberto Bentini. A cena contém figuras que foram feitas originalmente entre 1965 e 1975 na cidade de Castelli, na Diocese de Teramo de Abruzzo, no centro da Itália.

Em uma coluna de opinião publicada no jornal italiano Libero Quotidiano, o historiador da arte Andrea Cionci assegurou que a influência no presépio vaticano remonta ao "método histórico-crítico liberal de interpretar as Escrituras" que "assumiu o poder após o Concílio Vaticano II".

Essa abordagem, disse, tem uma "tendência de desmistificar tudo o que é sobrenatural na fé católica". Os dogmas, os milagres e as intervenções divinas, explicou, são "assimilados aos resíduos dos cultos pagãos pré-existentes".

Lev, por sua vez, concorda que o desejo de trazer um presépio ao Vaticano é principalmente uma "questão de inovação", embora assegure que a última coisa que as pessoas querem em um ano difícil e de separação de famílias como 2020 é "experimentar com a imagem da Sagrada Família”.

A especialista disse que uma das possibilidades é que o presépio colocado este ano na Praça de São Pedro sirva para "nos fazer desejar um Natal tradicional". No entanto, lembrou que, quando São Francisco de Assis deu início à tradição do presépio, pediu a permissão do Papa precisamente porque não queria que esse costume fosse “mal interpretado como inovação, apenas por inovar”, mas antes “invoca o mistério da Encarnação”.

“Digo-lhes que não vi ninguém dizer que se sente mais cristão porque a viu [o presépio do Vaticano este ano]”, afirmou Lev. "Vi pessoas rirem dele, pessoas lançaram a palavra demoníaco em toda parte, mas não está despertando uma fé inativa”.

O National Catholic Register perguntou à Sala de Imprensa da Santa Sé se poderia substituir o presépio devido às críticas generalizadas, mas ainda não recebeu uma resposta.

Lev não acha que o presépio deste ano deva ser removido, mas disse que seria bem-vindo algo de arrependimento e admitir que foi uma "escolha mal pensada”, dada a "divisão e os danos que causou", embora não ache que isso vá acontecer.

Dados adicionais sobre o presépio

O presépio em questão foi exibido pela primeira vez em dezembro de 1965, depois, no mercado de Trajano em Roma, em 1970, e alguns anos depois em Jerusalém, Belém e Tel Aviv. Foram acrescentadas várias figuras, incluindo um rabino muçulmano e um judeu, elevando o número total para 54.

Fausto Cheng, um dos alunos da época que ajudou a criar as figuras, disse em uma entrevista de 2018 que “aspectos revolucionários” caracterizaram sua criação, “desde quebrar os padrões clássicos da arte em cerâmica, o uso da cor, a representação do Natal de uma forma original”.

Acrescentou que a cena foi "impregnada de acontecimentos contemporâneos nos últimos anos", que incluíram "pisar na lua, o Concílio Vaticano II e a abolição da pena de morte".

Segundo Marcello Mancini, vice-presidente do Instituto de Arte FA Grue, a decisão de trazer as figuras ao Vaticano dois anos depois foi fruto de encontros entre o Bispo de Teramo, Dom Lorenzo Leuzzi, e um grupo de artistas e técnicos.

“Queriam trazer algumas das figuras não apenas relacionadas ao cristianismo, mas também relacionadas a alguns assuntos que são caros ao nosso Papa”, disse. Estes incluíram tópicos não apenas relacionados à ciência, mas também ao meio ambiente, com a inclusão de muitos animais.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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