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Cardeal Piacenza: a indulgência, um grande manto de misericórdia nesta hora de crise


Sacerdote em Maryland, nos Estados Unidos, atende confissões no estacionamento de sua paróquia, em obediência às regras de que seja mantida uma distância mínima entre o confessor e o penitente, devido ao coronavírus  (2020 Getty Images)

Entrevista com o cardeal Penitenciário-Mor, que ilustra o decreto em favor dos doentes, daqueles que os assistem, dos familiares e de todos aqueles que rezam para que a pandemia termine.

ANDREA TORNIELLI

"Um grande manto de misericórdia é estendido por todos aqueles que desejam recebê-la." É assim que o Penitenciário Mor, cardeal Mauro Piacenza, nesta entrevista à mídia do Vaticano, ilustra o decreto sobre Indulgência Plenária oferecida por ocasião da emergência causada pela pandemia.

O senhor poderia explicar a origem do decreto sobre a indulgência, neste momento de emergência pelo Covid-19?

A lei suprema da Igreja é a salvação das almas. A Igreja está no mundo para anunciar o Evangelho e para oferecer os sacramentos, isto é, a superabundância de dons e da graça divina que são colocados à disposição de todos. Está claro para cada um de nós a crise pela qual estamos passando neste momento, infelizmente já em tantos países do mundo. Vivemos em uma situação de emergência: existem hospitais que correm o risco de não poder mais receber os doentes, há pessoas doentes obrigadas a viver isoladas e, infelizmente, mesmo a morrer sem o conforto e a proximidade dos entes queridos. Existem pessoas doentes às quais falta a proximidade de um sacerdote para a unção dos enfermos e a confissão. Há tantíssimas pessoas em quarentena e cidades inteiras cuja população deve permanecer fechada em casa por causa das normas decretadas pelas autoridades para conter o contágio.

Quais são as necessidades mais urgentes?

A natureza extraordinária desse tempo requer medidas extraordinárias para ajudar, para estar próximos, para confortar, para assistir, para nunca deixar faltar a ninguém o carinho de Deus diante do sofrimento e da perspectiva da morte iminente. Por esse motivo, a Penitenciaria, agindo a serviço do Papa e com a sua autoridade, emitiu o decreto sobre as indulgências.

O senhor poderia listar as peculiaridades desta disposição?

Antes de tudo, a indulgência plenária é oferecida a todos os pacientes com o coronavírus que estão em hospitais ou em quarentena em casa. Também é oferece, nas mesmas condições, aos profissionais de saúde, aos familiares e àqueles que assistem os doentes. Além disso, a indulgência também é oferecida a todos aqueles que, por ocasião desta pandemia, rezam para que cesse, rezam para aqueles que estão sofrendo e por aqueles a quem o Senhor chamou a si.

Quais são as condições para receber o dom da indulgência?

São muito simples. É pedido aos doentes e a quem os assiste para unirem-se espiritualmente pela mídia, onde isto é possível, à celebração da Missa ou à recitação do Rosário ou da Via Sacra ou outras formas de devoção. Caso isso não for possível, é pedido que seja recitado o Credo, o Pai Nosso e uma invocação a Maria. A todos os outros, a quem oferece orações pelas almas dos falecidos, pelos que sofrem, e invoca o fim da pandemia, é pedido – onde isto for possível – uma visita ao Santíssimo Sacramento ou a Adoração Eucarística. Ou ainda, a leitura das Escrituras Sagradas por pelo menos meia hora, ou a récita do Rosário ou a Via Sacra. Como é evidente para todos, a recitação das orações e a leitura da Bíblia podem ser feitas sem sair de casa e, portanto, em pleno respeito às normas para combater a propagação da infecção.

E para aqueles que estão à beira da morte?

Aqueles que estão a ponto de morrer e não podem receber a Unção dos Enfermos, nem se confessar, nem se comunicar, são confiados à Misericórdia divina. A indulgência plenária é dada a cada um deles, desde que estejam devidamente dispostos e tenham recitado regularmente algumas orações durante sua vida. Como pode ser visto, um grande manto de misericórdia é estendido sobre todos aqueles que desejam recebê-la.

O decreto penitenciário sempre fala de pacientes afetados pelo coronavírus. Isso significa que a indulgência não é oferecida a outros doentes?

Devemos sempre lembrar do bem das almas: o decreto apresenta medidas extraordinárias devido à emergência geral que estamos enfrentando. Estende-se a todos os doentes, porque todos os doentes hoje internados em hospitais, vivem de uma maneira ou de outra as consequências da emergência para a pandemia.

Falemos sobre o Sacramento da Confissão. Outras formas são possíveis, além da individual, face a face com o sacerdote?

A absolvição coletiva, sem a confissão individual, sempre pode ser dada em perigo iminente de morte, ou no caso - diz o Código de Direito Canônico - em casos de "grave necessidade". Como Penitenciaria Apostólica, esclarecemos que, sobretudo nos locais mais afetados pelo contágio e até que não se volte à normalidade, recorrem os casos de grave necessidade. Assim, os bispos diocesanos, pelo bem das almas, podem tomar decisões nesse sentido, como também podem fazê-lo em casos de súbita necessidade os sacerdotes, avisando antecipadamente seu bispo ou informando-o o mais rápido possível após ter administrado o sacramento. Pode-se pensar em absolvições coletivas nas portas das enfermarias dos hospitais, onde estão fiéis infectados, em perigo de morte, envolvendo-os na medida do possível.

E sobre a confissão individual?

Recomendamos que, for possível, seja sempre realizada, em total conformidade com as regras para conter a infecção e, portanto, com a devida distância com o uso de máscaras, obviamente sempre preservando o segredo sacramental. Mas gostaria de recordar aqui, como também o fez o Santo Padre na homilia da Missa na Santa Marta, na sexta-feira 20 de março, a importância do Ato de Contrição, quando há a impossibilidade de se confessar. É uma possibilidade mencionada pelo Catecismo da Igreja Católica: o exame da consciência e a recitação do Ato de Contrição, uma verdadeira contrição acompanhada pelo propósito de não mais pecar, e de ir ao confessionário apenas seja possível, agradam a Deus, nos reconciliam com Ele e obtêm perdão dos pecados.

21 março 2020

Fonte: Vatican News

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