Philip Kosloski | Set 19, 2019
A aparição de Nossa Senhora de La Salette nos desafia a adotar uma prática espiritual muitas vezes negligenciada
Em 19 de setembro de 1846, a Santíssima Virgem Maria apareceu para duas crianças perto da pequena vila de La Salette, na França. Enquanto a maioria das aparições relatadas de Maria a retrata sem muita emoção, em La Salette ela foi vista chorando. Mas por quê?
Segundo os relatos das crianças, uma das principais razões de sua tristeza têm a ver com um lapso na observância do domingo como um dia de descanso. Ela teria dito o seguinte às crianças:
“Se meu povo não quer se submeter, sou forçada a deixar cair a mão de meu Filho. Ela é tão forte e pesada que não posso mais retê-la. Há quanto tempo sofro por vocês! Se quero que meu Filho não os abandone, sou obrigada a suplicá-lo incessantemente. E vocês nem se importam com isso. Por mais que rezem, por mais que façam, jamais poderão recompensar a aflição que tenho sofrido por vocês.
Dei-lhes seis dias para trabalhar, e reservei-me o sétimo, e não me querem concedê-lo. É o que faz pesar tanto o braço de meu Filho.
Os carroceiros não sabem falar sem usar o Nome de meu Filho. São essas duas coisas que tornam tão pesado o braço de meu Filho.
Apenas algumas mulheres bastante velhas vão à missa no verão. Todo o resto trabalha todos os domingos durante o verão.”
No contexto pós Revolução Francesa de 1789, foram feitos esforços para abolir o domingo como um dia de descanso. Embora isso tenha sido revertido em 1814, em 1830 a França estava novamente em inquietação política e foi só em 1904 que o domingo se tornou um dia de descanso legal e obrigatório para todos os trabalhadores. Na época da aparição em La Salette, a maioria dos trabalhadores na França não fazia distinção entre domingo e o resto da semana de trabalho.
O fato de as pessoas trabalharem aos domingos pode parecer pouca coisa para fazer a Virgem Maria chorar. Mas a Igreja sempre tentou enfatizar nossa necessidade humana inata de descansar.
Em 1998, São João Paulo II escreveu uma carta apostólica inteira sobre o “Dia do Senhor” destacando o domingo como uma parte vital para o futuro de nossa fé.
Se queremos consolar a Virgem triste e secar suas lágrimas, precisamos examinar nossas próprias vidas e considerar como observamos o domingo. É realmente um dia de descanso? Isso não significa simplesmente a ausência de trabalho, mas acima de tudo, deixando espaço apropriado para o culto espiritual e atividades que dão nova vida ao nosso corpo e à nossa alma.
Numa época em que ansiedade e depressão são doenças comuns, por que não seguimos o conselho de Deus e descansamos? Será que isso é fácil para nós?
Fonte: Aleteia
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