Catequese do Papa Francisco sobre rezar pelos vivos e pelos mortos


VATICANO, 30 Nov. 16 / 01:00 pm (ACI).- “Rezar pelos vivos e pelos mortos” foi a última catequese do Papa Francisco no ciclo sobre a misericórdia. Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Pontífice explicou que “rezar pelos defuntos é, antes de tudo, um sinal de reconhecimento pelo testemunho que deixaram e o bem que fizeram”.

“As catequeses, como disse no início, terminam aqui. Fizemos o percurso das 14 obras de misericórdia, mas a misericórdia continua e devemos exercitá-la destes 14 modos”, disse o Papa.

A seguir, o texto completo da catequese:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Com a catequese de hoje concluímos o ciclo dedicado à misericórdia. Mas as catequeses terminam, a misericórdia deve continuar! Agradeço ao Senhor por tudo isso e conservemos no coração como consolo e conforto.

A última obra de misericórdia espiritual pede para rezar pelos vivos e pelos defuntos. A essa podemos acrescentar também a última obra de misericórdia corporal, que convida a enterrar os mortos. Este último pode parecer um pedido estranho; e, em vez disso, em algumas partes do mundo que vivem sob o flagelo da guerra, com bombardeios que dia e noite semeiam medo e vítimas inocentes, esta obra é tristemente atual. A Bíblia tem um belo exemplo a propósito: aquele do velho Tobit que, arriscando a própria vida, enterrava os mortos apesar da proibição do rei (cfr Tb 1, 17-19; 2, 2-4). Também hoje há quem arrisca a vida para dar sepultura às pobres vítimas das guerras. Portanto, esta obra de misericórdia corporal não está distante da nossa exigência cotidiana. E nos faz pensar naquilo que acontece na Sexta-Feira Santa, quando a Virgem Maria, com João e algumas mulheres, estavam junto à cruz de Jesus. Depois da sua morte, vem José de Arimateia, um homem rico, membro do Sinédrio, mas que se tornou discípulo de Jesus, e oferece para ele o seu sepulcro novo, escavado na rocha. Foi pessoalmente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus: uma verdadeira obra de misericórdia feita com grande coragem (cfr Mt 27, 57-60)! Para os cristãos, a sepultura é um ato de piedade, mas também um ato de grande fé. Colocamos no túmulo o corpo dos nossos entes queridos, com a esperança de sua ressurreição (cfr 1 Cor 15, 1-34). Este é um rito que permanece muito forte e sentido no nosso povo, e que encontra ressonâncias especiais neste mês de novembro dedicado em particular à recordação e à oração pelos defuntos.

Rezar pelos defuntos é, antes de tudo, um sinal de reconhecimento pelo testemunho que deixaram e o bem que fizeram. É um agradecimento ao Senhor por tê-los dado e pelo seu amor e sua amizade. A Igreja reza pelos defuntos de modo especial durante a Santa Missa. Diz o sacerdote: “Lembrai-vos, Senhor, dos vossos filhos que nos precederam com o sinal da fé e dormem o sono da paz. Dai a eles, Senhor, e a todos que repousam em Cristo, a beatitude, a luz e a paz” (Cânon romano). Uma recordação simples, eficaz, cheia de significado, porque confia os nossos entes queridos à misericórdia de Deus. Rezemos com esperança cristã que estejam com Ele no paraíso, à espera de nos encontrarmos juntos naquele mistério de amor que não compreendemos, mas que sabemos ser verdadeiro porque é uma promessa que Jesus fez. Todos ressuscitaremos e todos permaneceremos para sempre com Jesus, com Ele.

A recordação dos fiéis defuntos nunca deve nos fazer esquecer também de rezar pelos vivos que junto conosco todos os dias enfrentam as provações da vida. A necessidade desta oração é ainda mais evidente se colocamos à luz da profissão de fé que diz: “Creio na comunhão dos santos”. É o mistério que exprime a beleza da misericórdia que Jesus nos revelou. A comunhão dos santos, de fato, indica que somos todos imersos na vida de Deus e vivemos no seu amor. Todos, vivos e mortos, estamos na mesma comunhão, isso é, como uma união; unidos na comunidade de quantos receberam o Batismo e daqueles que se alimentaram do Corpo de Cristo e fazem parte da grande família de Deus. Todos somos a mesma família, unidos. E por isso rezemos uns pelos outros.

Quantos modos diferentes existem para rezar pelo nosso próximo! São todos válidos e aceitáveis a Deus se feitos com o coração. Penso de modo particular nas mães e nos pais que abençoam os seus filhos de manhã e à noite. Ainda há este hábito em algumas famílias: abençoar o filho é uma oração; penso na oração pelas pessoas doentes, quando vamos encontrá-las e rezamos por elas; na intercessão silenciosa, às vezes com lágrimas, em tantas situações difíceis pelas quais rezar. Ontem veio à Missa na Santa Marta um bravo homem, um empreendedor. Aquele homem jovem precisa fechar a sua fábrica porque não dá mais e chorava dizendo: “Eu não consigo deixar sem trabalho mais de 50 famílias. Eu poderia declarar falência da empresa: vou embora com o meu dinheiro, mas o meu coração vai chorar toda a vida por essas 50 famílias”. Eis um bravo cristão que reza com as obras: veio à Missa para rezar para que o Senhor lhe dê uma saída, não somente para ele, mas para as 50 famílias. Este é um homem que sabe rezar, com o coração e com os fatos, sabe rezar pelo próximo. Está em uma situação difícil. E não busca a saída mais fácil: “Que se arranjem eles”. Este é um cristão. Fez tão bem a mim ouvi-lo! E talvez há tantos assim hoje, neste momento em que tanta gente sofre pela falta de trabalho; penso também no agradecimento por uma bela notícia que diz respeito a um amigo, um parente, um colega…: “Obrigado, Senhor, por esta coisa bela!”, também isso é rezar pelos outros! Agradecer ao Senhor quando as coisas vão bem. Às vezes, como diz São Paulo, “não sabemos como rezar de modo conveniente, mas o próprio Espírito intercede com gemidos inexprimíveis” (Rm 8, 26). É o Espírito que reza dentro de nós. Abramos, portanto, o nosso coração, de modo que o Espírito Santo, examinando os desejos que estão no mais profundo, possa purificá-los e levar a cumprimento. No entanto, para nós e para os outros, peçamos sempre que se faça a vontade de Deus, como Pai Nosso, porque a sua vontade é, seguramente, o bem maior, o bem de um Pai que não nos abandona jamais: rezar e deixar que o Espírito Santo reze em nós. E isto é belo na vida: reze agradecendo, louvando a Deus, pedindo algo, chorando quando há qualquer dificuldade, como aquele homem. Mas o coração esteja sempre aberto ao Espírito para que reze em nós, conosco e por nós.

Concluindo estas catequeses sobre misericórdia, nos empenhemos em rezar uns pelos outros para que as obras de misericórdia corporais e espirituais se tornem sempre mais o estilo da nossa vida. As catequeses, como disse no início, terminam aqui. Fizemos o percurso das 14 obras de misericórdia, mas a misericórdia continua e devemos exercitá-la destes 14 modos. Obrigado.

Com tradução de Canção Nova

Fonte: ACI digital

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Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Maria, Mãe do Filho de Deus, rogai por nós.

Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo, tende piedade de nós.
Coração de Maria, obra-prima do Espírito Santo, rogai por nós.

Corações unidos no amor e na dor, salvai-nos.
Corações inflamados de caridade e misericórdia, ouvi-nos.
Corações adoráveis e compassivos, tende compaixão de nós.

Coração Sacratíssimo de Jesus, reinai em nossos corações.
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Jesus e Maria, fazei que nossos corações sejam semelhantes aos vossos!

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