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Autorizada pelo Vaticano a reconciliação de Padre Cícero com a Igreja

Por Natalia Zimbrão

REDAÇÃO CENTRAL, 14 Dez. 15 / 03:46 pm (ACI).- Padre Cícero Romão Batista, o conhecido sacerdote nordestino com fama de santo e que faleceu punido pelo Vaticano, foi reconciliado com a Igreja Católica. Assim anunciou o Bispo de Crato (CE), Dom Fernando Panico, neste domingo, 13. A ocasião para tornar público o fato foi a abertura da Porta Santa da Catedral de Nossa Senhora da Penha, pelo Ano da Misericórdia.

“O Papa, com a autoridade que ele tem, depois dos estudos feitos e todo o aconselhamento que houve, escutou a voz da misericórdia”, disse Dom Panico durante a celebração.

Padre Cícero, conhecido pelo seu envolvimento na política, sofreu suspensão da ordem sacerdotal por parte Santa Sé, em 1894, sob acusação de manipulação da fé. Segundo o site da Diocese de Crato, em 2006, Dom Panico formou uma comissão e deu entrada na Congregação para Doutrina da Fé, no Vaticano, ao processo de reabilitação de Padre Cícero, ou seja, a recuperação da ordem que havia sido suspensa. Mas, “como o padre já havia falecido e as punições cessadas, não tinha o que o Papa reabilitar”, afirma o texto da diocese nordestina.

Ainda segundo o site, “de 2006 a 2014, uma equipe de direito canônico do Vaticano estudou como resolver esta questão. Eles chegaram à conclusão de que a Igreja teria que ter uma Reconciliação”, apagando as oposições à ação do padre que faleceu em 1934.

Desde a morte de Padre Cícero, inúmeros de romeiros vão até Juazeiro do Norte, como grande expressão de fé.

“Como a ação do Padre Cícero se tornou crescente mesmo após a sua morte, eles disseram era oportuno a reconciliação da Igreja com o Padre”, disse o chanceler da diocese, Armando Lopes Rafael sobre a reconciliação.

A carta da reconciliação foi enviada pelo Papa Francisco à Diocese de Crato em outubro deste ano, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin. No texto, ainda não divulgado na íntegra, é a apontada a relação entre Padre Cícero e a evangelização, ressaltando “os bons frutos que hoje podem ser vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro atraídos pela figura daquele sacerdote”.

“Procedendo desta forma, pode-se perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valorizá-la desde um ponto de vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de evangelização popular”, afirma a missiva vaticana.

A figura do sacerdote foi em algumas ocasiões associada aos ideais comunistas. Entretanto, o próprio Padre Cícero se distanciou desta postura e afirmava que “o comunismo foi fundado pelo demônio”.

“Lúcifer é o seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o criador e seus filhos”, dizia.

Padre Cícero

Nascido em 1844 na cidade de Crato, Padre Cícero, foi ordenado em 1870, tendo ido para a região de Juazeiro dois anos depois. Em 1894, foi suspenso da ordem por manipulação da fé, em razão de um caso que ainda hoje é chamado “milagre da hóstia”.

O sacerdote, conforme relatos, teria dado a comunhão a uma mulher e a hóstia teria sangrado em sua boca. Pe. Cícero pediu que dois médicos e um farmacêutico estudassem o caso e estes alegaram que se tratava de algo inexplicável à luz da ciência.

O então Bispo de Fortaleza (CE), Dom Joaquim José Vieira, tendo conhecimento do fato, nomeou Comissão que o estudou e concluiu que não houve milagre. Com isso, o Vaticano suspendeu a ordem de Pe. Cícero.

A partir de 1911, o Padre Cícero passou a se envolver diretamente com a política. Neste ano, com a emancipação de Juazeiro, foi nomeado o primeiro prefeito do município. Mais tarde, foi eleito também para outros cargos políticos e participou da Sedição de Juazeiro, em 1914, junto com grandes coronéis, contra a intervenção do governo federal no Estado.

Nesta época, por causa do chamado “milagre da hóstia” muitas pessoas já peregrinavam a Juazeiro, com romarias cada vez maiores.

Diante disso, em 1916, a Santa Sé declara que Cícero estaria excomungado por ainda alimentar o fanatismo. Mas, por causa da saúde dele, que já se encontrava com seus 72 anos, o Bispo de Crato, Dom Quintino Rodrigues, evitou que o Vaticano aplicasse a excomunhão e exigiu dele uma retratação pública. Então, o Santo Ofício reviu a pena, e apesar de não decretar sua excomunhão, manteve suspensa a ordem sacerdotal.

Padre Cícero faleceu em Juazeiro do Norte no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos. Está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Juazeiro do Norte.

No próximo domingo, 20 de dezembro, em Missa nesta Igreja, Dom Fernando Panico irá fazer o anúncio oficial da reconciliação de Padre Cícero com a Igreja Católica aos romeiros de Juazeiro do Norte. (Fonte: ACI digital)


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Papa Francisco perdoa Padre Cícero e envia carta ao Crato


O bispo da diocese de Crato, dom Fernando Panico, divulgou neste domingo, durante missa na Catedral de Crato, que o Padre Cícero Romão Batista foi perdoado pelo Vaticano das punições impostas pela igreja Católica entre 1892 a 1916. A reconciliação é um passo definitivo para a reabilitação de padre Cícero na Igreja Católica.

Durante a homilia na Sé do Cariri, dom Fernando Panico informou que "Hoje, por ocasião da abertura solene da Porta Santa da Misericórdia nesta Catedral de Nossa Senhora da Penha, quero anunciar com alegria, à querida Diocese de Crato e aos romeiros e romeiras do Juazeiro do Norte, um gesto concreto de misericórdia, de atenção e de carinho por parte do Papa Francisco para nós: a igreja Católica se reconcilia historicamente com o padre Cícero Romão Batista".

Segundo a carta, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, “A presente mensagem foi redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.

A comunicação da reconciliação da igreja com Padre Cícero "é mais que uma reconciliação. É um pedido de perdão da igreja pelo o que aconteceu o sacerdote brasileiro", afirmou Armando Rafael, assessor de comunicação de dom Fernando Panico.

Na mensagem enviada à diocese do Crato, o papa Francisco exalta várias virtudes de evangelizador de padre Cícero, fundador de Juazeiro do Norte e primeiro prefeito do município.

Sobre a Reconciliação histórica da Igreja Católica com a memória do Padre Cícero Romão Batista

Em longa correspondência enviada ao Bispo Diocesano de Crato, Dom Fernando Panico, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, afirmou que: “A presente mensagem foi redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.

A mensagem lembra, inicialmente, as festas pelo centenário de criação da Diocese de Crato acrescentando “que (essas comemorações) põem em realce a figura do Padre Cícero Romão Batista e a nova Evangelização, procurando concretamente ressaltar os bons frutos que hoje podem ser vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro atraídos pela figura daquele sacerdote. Procedendo desta forma, pode-se perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valoriza-la desde um ponto de vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de evangelização popular”.

Lembrando que Deus sempre se serve de pobres instrumentos para realizar suas maravilhas e que todos nós somos “vasos de argila” (2Co 4,7) em Suas mãos, o texto afirma, sem dúvida alguma, que Padre Cícero, pelo seu intenso amor pelos mais pobres e por sua inquebrantável confiança em Deus, foi esse instrumento escolhido por Ele. O Padre respondeu a este chamado, movido por um desejo sincero de estender o Reino de Deus.

Na correspondência constam vários tópicos, dos quais alguns são reproduzidos, a seguir, textualmente:

“Mas é sempre possível, com a distância do tempo e o evoluir das diversas circunstâncias, reavaliar e apreciar as várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero como sacerdote e, deixando à margem os pontos mais controversos, por em evidência aspectos positivos de sua vida e figura, tal como é atualmente percebida pelos fiéis”.

“É inegável que o Padre Cícero Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e, por isso mesmo, desde o início, foi compreendido e amado por este mesmo povo”.

“Deixou marcas profundas no povo nordestino a intensa devoção do Padre Cícero à Virgem Maria” no seu título de “Mãe das Dores e das Candeias” (...) Como não reconhecer, Dom Fernando, na devoção simples e arraigada destes romeiros, o sentido consciente de pertença à Igreja Católica, que tem na Mãe de Jesus Cristo um dos seus elementos mais característicos?

“A grande romaria do dia de Finados, iniciada pelo Padre Cícero, transmite a dimensão escatológica da existência humana. Pois, como afirma o documento de Aparecida, Nossos povos (...) têm sede de vida e felicidade em Cristo. (...)

“Não deixa de chamar a atenção o fato de que estes romeiros, desde então, sentindo-se acolhidos e tendo experimentado, através da pessoa do sacerdote, a própria misericórdia de Deus, com ele estabeleceram – e continuam estabelecendo no presente – uma relação de intimidade, chamando-o na carinhosa linguagem popular nordestina de “padim”, ou seja, considerando-o como um verdadeiro padrinho de batismo, investido da missão de acompanhá-los e de ajuda-los na vivência da sua fé”.

“No momento em que a Igreja inteira é convidada pelo Papa Francisco a uma atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do Padre Cícero em acolher a todos, especialmente aos pobres e sofredores, aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e atual”.

“O afeto popular que cerca a figura do Padre Cícero pode constituir um alicerce forte para a solidificação da fé católica no ânimo do povo nordestino (...). Portanto, é necessário, neste contexto, dirigir nossa atenção ao Senhor e agradecê-lo por todo o bem que ele suscitou por meio do Padre Cícero”.

“Assim fazendo, abrem-se inúmeras perspectivas para a evangelização, na linha desta recomendação do Documento de Aparecida; “Deve-se dar catequese apropriada que acompanhe a fé já presente na religiosidade popular”. (Documento de Aparecida, 300).

“Ao mesmo tempo que me desempenho da honra de transmitir uma fraterna saudação do Santo Padre a todo o povo fiel do sertão do Ceará, com os seus Pastores, bendizendo a Deus pelos luminosos frutos de santidade que a semente do Evangelho faz brotar nestas terras abençoadas, valho-me do ensejo para lhe testemunhar minha fraterna estima e me confirmar de Vossa Excelência Reverendíssima devotíssimo no Senhor. (Fonte:O Povo/ Cidade Verde)

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