Este texto do evangelho de Lucas é composto por duas seções curtas, cada uma com a sua introdução: a primeira, um chamado claro à conversão, aproveitando a ocasião de dois fatos trágicos; a segunda, uma parábola que convida a aproveitar, até que dure, o tempo da graça.
Os dois episódios de morte violenta (chacina ordenada por Pilatos e queda da torre de Siloé) têm como finalidade sublinhar como nem sempre se deve buscar uma conexão direta entre culpa e morte, entre pecado e desgraça; tais fatos devem interpelar quem ouve e induzi-lo à conversão, para não estar despreparado se for envolvido por eventualidades desse tipo.
Os frutos de uma árvore podem ser colhidos somente no quarto ano, quer dizer que se passaram ao menos seis anos desde que a figueira foi plantada. À parte esse longo tempo, a figueira goza o privilégio de ser plantada dentro da vinha. Adubar o terreno de uma vinha, que já é de boa qualidade, é um trabalho insólito. O fato de a proposta do vinhateiro não ter sido rejeitada - como seria normal - mas acolhida pelo proprietário, indica que ele não quer poupar, mas está disposto a dar tempo longo e a fazer todo o possível para deixar a figueira em condições de produzir frutos.
Se o julgamento de Deus retarda e se a nossa vida e os benefícios de Deus se prolongam no tempo, tudo isso deve ser visto como sinal de um tempo de graça, que urge frutificar, antes que seja tarde.
Fonte: Revista O Mílite (março-2013)
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