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Jesus: Rei e sofredor - Domingo de Ramos

Jesus: Rei e Sofredor -
Domingo de Ramos
Evangelho de Mc 14,1-15,47

O evangelista começa o trecho de hoje com uma observação temporal: faltavam dois dias para a Páscoa e para os Ázimos: sua intenção é enquadrar nessas duas festas judaicas, que nos tempos de Jesus eram celebradas juntas, os acontecimentos que se seguem. Os protagonistas dos primeiros versículos são os sumos sacerdotes e os escribas, colocados em contraste com o povo: de fato, eles procuram uma maneira de se apoderar de Jesus, enquanto que o povo está com ele (14,2).

Após ter emoldurado no tempo a narrativa e esclarecido a diferença de atitude do grupinho dos chefes em confronto com os judeus do povo, entre os quais se contavam numerosos discípulos de Jesus, o evangelista narra o famoso episódio na casa de Simão de Betânia.

A protagonista é uma mulher. Os outros dois são Judas, que trai Jesus, e Pedro, que o nega. A mulher, diferentemente do que acontece com os outros dois discípulos, permanece anônima, embora Jesus diga: "Em verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória" (14,9).

Jesus defende a mulher daqueles que a importunam e a recriminam de fazer um desperdício inútil e não toma posição no que se refere à questão dos pobres: aliás, é preciso muito mais do que um pequeno vaso de alabastro para resolvê-la! Num certo sentido, Jesus é por ela ungido como Messias sofredor, enquanto que os outros discípulos não são capazes de entender (14,3-8).

Insistindo sobre os preparativos da festa, Marcos pretende ligar a bênção eucarística do pão e do vinho a uma ceia pascal, a festa mais solene dos judeus, relacionada com a libertação do Egito por obra de Deus e começo da caminhada deles como povo por Ele escolhido.

Junto com os doze, Jesus se dirige à sala preparada. Enquanto estão ceando, Ele anuncia a sua traição. Marcos introduz esse anúncio de repente: "Em verdade vos digo: um de vós que come comigo há de me entregar". A pergunta feita por todos, um após outro: "Acaso sou eu?", torna a cena mais dramática ainda. Num clímax ascendente, salienta-se que o traidor é "um dos doze, que coloca a mão no mesmo prato comigo" (14,17-20).

O comentário de Jesus: "O Filho do Homem vai morrer, conforme está escrito a seu respeito. Mas, ai daquele homem por quem o Filho do Homem for entregue! Melhor seria para aquele homem não ter nascido!" (14,21), introduz o tema espinhoso da responsabilidade do homem, portanto, a sua liberdade diante da vontade divina. O traidor se encontra dentro de uma vicissitude já decretada por Deus, mas não é impulsionado por Deus a trair. É o grande mistério da livre decisão humana e do senhorio de Deus sobre a história. A história da paixão de Jesus é, para os cristãos, o emblema supremo desse mistério divino.

É notável que Judas, neste trecho de Marcos, nunca é chamado pelo nome e não é identificado como o traidor de Jesus (cf. Mt 26,25).

Foram feitos muitos comentários a respeito dos versículos 25-26, porque servem de base para a celebração da eucaristia que, de maneiras diversas, é celebrada desde os primeiros séculos até hoje na Igreja cristã.

O v. 25 inicia a narrativa com a realização do reino de Deus, que ainda não é definitivo no gesto eucarístico de Jesus. Na eucaristia ainda estamos no regime dos sinais, embora eficazes, mas sempre provisórios, em vista do reino de Deus definitivamente manifestado.

Enquanto caminha para o Monte das Oliveiras com os discípulos, Jesus lhes explica, através de um versículo das escrituras, o comportamento que terão a seu respeito: "Todos vós vos escandalizareis, porque está escrito: 'Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão' (v. 27; cf. Zc 13,7). A citação da escritura quer indicar que é preciso ler os episódios sobre Jesus à luz de um preciso plano divino. As escrituras, de fato, para Jesus e seus contemporâneos, são o lugar por excelência da revelação de Deus, a memória das ações de Deus, que escolheu Israel como seu povo e é criador e Pai de toda a humanidade.

A generosidade de Pedro e de todos os outros que se proclamam prontos para seguir a Jesus se confronta com a narrativa seguinte. Os discípulos não estão conscientes da dificuldade da hora que Jesus está atravessando: não se esforçam nem mesmo para vigiar com Ele na oração (14,37-41). A narrativa de Marcos se sucede de forma premente. Mais do que acompanhada por comentários, deve ser assimilada no silêncio da oração.

Depois do suceder-se do processo, a caminhada rumo à cruz chega ao ápice quando Jesus morre abandonado pelos homens e experimentando o abandono de Deus: Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?" (Mc 15,34; Sl 22,3).

Neste momento, abre-se um espiral de luz. O centurião faz a sua profissão de fé, as mulheres estão presentes também na hora da morte, impotentes, observando tudo de longe, mudas diante da dor, mas estão ali. Até um membro respeitável do Sinédrio, José de Arimateia, se encarrega da sepultura de Jesus: segundo a narrativa de Marcos, é o mesmo que "comprando um lençol, desceu-o, enrolou-o no lençol e o pôs num túmulo, que fora talhado na rocha" (v.15,46).

Fonte: Revista O Mílite (abril/2012)

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