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Falece o compositor Ennio Morricone, autor da trilha sonora do filme 'A Missão'


Ennio Morricone. Crédito: Sven-Sebastian Sajak (CC BY-SA 3.0).

Roma, 06 Jul. 20 / 12:15 pm (ACI).- Nesta segunda-feira, morreu na Itália o grande compositor e vencedor do prêmio Oscar Ennio Morricone, aos 91 anos. Considerado um dos melhores músicos do cinema, é autor de trilhas sonoras de vários filmes icônicos como "A Missão", "Cinema Paradiso" e "O bom, o mal e o feio".

Segundo informa a agência italiana ANSA, Morricone faleceu aos 91 anos, depois de algumas complicações decorrentes de uma queda recente na qual fraturou o fêmur.

Apesar de suas muitas e belas composições, só recebeu o Oscar de melhor trilha sonora em 2016, aos 87 anos, pela música de "Os Oito Odiados", na mesma cerimônia em que Leonardo di Caprio foi premiado como melhor ator.

Um ano antes, concedeu uma entrevista à Famiglia Cristiana, na qual falou sobre sua fé. Naquela ocasião, Morricone, que estava afiliado ao Partido Comunista Italiano, recordava que provém “de uma família cristã. Minha fé nasceu em minha família. Meus avós eram muito religiosos. Minha mãe, minhas irmãs e eu sempre rezamos antes de ir para a cama".

Lembro-me do período da guerra. Durante esses terríveis anos, rezávamos o Terço. Todos estávamos muito impressionados. Vejo-me de novo, meio dormido, respondendo às Ave-Marias de meu pai. Sempre fomos religiosos. Íamos à Missa aos domingos e comungávamos.

Morricone também dizia que rezava “uma hora por dia, inclusive mais. É a primeira coisa que faço. Também durante o dia, aleatoriamente. Pela manhã me coloco diante deste Cristo. E também pela noite. Espero que minhas orações sejam escutadas”.

O compositor também refletiu sobre a relação entre Deus e a música, dizendo que “a música certamente está próxima de Deus. Ao mesmo tempo, a música está projetada na alma e no cérebro do homem. Permite-lhe meditar".

Nos últimos anos, também compôs música sacra, como a peça “Amém” para o coro da Igreja de Santa Maria dos Anjos, em Roma, por ocasião de um festival no qual participaram coros de todo o mundo. Ele também compôs uma Via-Sacra e uma obra sobre a criação.

Ennio Morricone nasceu em Roma em 1928. Teve um irmão que morreu aos 3 anos, sofreu a tragédia e a fome durante a Segunda Guerra Mundial. Entrou ao conservatório com 12 anos. Em 1956, casou-se com Maria Travia, com quem permaneceu durante toda a vida.

Não compôs apenas músicas de filmes, mas também músicas sinfônicas e outros arranjos. Trabalhou com muitos diretores famosos, como Bernardo Bertolucci, Brian De Palma, Oliver Stone e Pedro Almodovar. Recebeu 27 discos de ouro e 7 discos de platina.  (Fonte: ACI digital)

Ennio Morricone  (ANSA)

Ennio Morricone, Frisina: tinha temor e respeito pelo sagrado

O funeral de Ennio Morricone foi realizado de forma estritamente privada. O maestro faleceu nesta segunda-feira, em Roma, aos 91 anos. O mundo inteiro nestas horas celebra o grande músico, autor de canções imortais de filmes e muito mais. Mons. Marco Frisina, sacerdote e compositor, recorda as qualidades de seu amigo Ennio Morricone: em suas músicas ele compreendia o essencial, misturando tradição alta e popular, mas foi acima de tudo um maestro de rigor.

Fabio Colagrande/Mariangela Jaguraba – Vatican News

A habilidade de captar em algumas linhas musicais a essência de um filme, a contaminação entre melodias cultas e populares e o grande rigor. Estas são as principais qualidades que mons. Marco Frisina, compositor e diretor do coro da Diocese de Roma, reconhece ao seu amigo o maestro Ennio Morricone, falecido em Roma, em 6 de julho, aos 91 anos. Frisina, agora Reitor da Basílica de Santa Cecília em Roma, colaborou várias vezes com Morricone, como por ocasião do Concerto para os Pobres na Sala Paulo VI, em 12 de novembro de 2016, no encerramento do Jubileu da Misericórdia. Nos microfones da Rádio Vaticano Itália, Frisina recordou Ennio Morricone poucas horas depois da notícia de sua morte.

Frisina: Para todos nós, a morte de Morricone significou a perda de um importante ponto de referência. Nós músicos e colegas o chamávamos apenas pelo seu nome de batismo: Ennio. E isso faz entender que apesar de seu rigor e seu caráter, aparentemente um pouco duro, ele era uma pessoa de grande humanidade, eu diria até de grande doçura. Aqueles que o conheciam bem, na verdade, também se lembram desses aspectos do seu caráter. A sensação é a de ter perdido um ponto de referência musical e eu diria também um amigo, porque fizemos coisas muito bonitas juntos e éramos em contato periodicamente, com um entendimento que eu chamaria de espiritual.

O presidente Mattarella falou sobre Morricone como “um músico ao mesmo tempo refinado e popular que deixou uma marca profunda na história musical da segunda metade do século XX”. O senhor também reconhece esta capacidade de saber misturar a grande cultura musical com a tradição popular?

Frisina: Sim, esta é uma das chaves do sucesso de Morricone. Ele entendeu que as pessoas podem se reconhecer na qualidade de uma melodia, como de uma canção ou uma trilha sonora. Houve um tempo em que as pessoas que escreviam música para trilhas sonoras de filmes eram vistas como músicos de segunda categoria. Mas devo dizer que tanto Nino Rota quanto Morricone mostraram a todos que a música para o cinema pode tornar-se grande música. Ele sempre quis exaltar também a música de filme como música de autor. Soube unir os dois aspectos: o popular e o culto e assim indicou um caminho importante para a nossa geração.

Morricone, como músico, qual era a sua relação com o sagrado?

Frisina: Ele sempre quis experimentar o aspecto do sagrado. Tinha respeito por ele e eu diria até mesmo quase um pouco de temor. Lembro-me de quando ele escreveu a música para a missa em honra do Papa Francisco, apresentada na Chiesa del Gesù em 2015. Falou-me dela com entusiasmo como se fosse um ponto final de sua carreira. Certamente em seu trabalho, e se entende também pelas músicas que escreveu para os filmes, basta recordar a do filme “A Missão”, a referência espiritual ou até mesmo explicitamente religiosa era recorrente. A do divino foi para ele uma realidade com a qual tinha que lidar, considerada sempre como um ápice, como algo a que ele aspirava. Lembro-me da sua grande emoção quando, em 2016, realizamos juntos o Concerto para os Pobres no Vaticano. Ele me disse logo sim, gratuitamente, quando o convidei. E foi lindo porque entrou imediatamente em sintonia com o evento: ele se comoveu, se emocionou. Percebia o grande valor que era participar de uma proposta musical tão bela e elevada. Isso nos faz entender a sua relação com Deus.

07 julho 2020

Fonte: Vatican News

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