Certo dia, 18Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
Cristo: ungido de Deus
12º Domingo do Tempo Comum
- Ano C
Evangelho de Lucas 9,18-24
REFLEXÃO
Num momento de oração com os discípulos, Jesus os provoca: o que o povo pensa dele? Para o povo, ele é João, Elias, um profeta. Jesus está na linha dos profetas. Em seguida, o Mestre quer saber o que os discípulos pensam dele. A resposta veio de Pedro: o “Cristo de Deus”. Para não restar dúvidas a respeito da messianidade de Jesus, ele revela seu destino trágico. Não é um Messias poderoso, conquistador e triunfalista como pensam. Será o Messias doador da própria vida em favor dos mais vulneráveis e desprezados. Jesus assume a causa dos pobres e, por isso, é condenado à morte. Seu sofrimento e sua morte não são um desejo masoquista dele, mas uma consequência de sua fidelidade ao Pai. O Mestre convida quem estiver disposto a segui-lo; mas, para isso, deverá renunciar a tudo o que impede o seguimento fiel. Quem quiser segui-lo terá que se identificar com seu projeto, sabendo que poderá ser desafiado pelos adversários. Renunciar a si mesmo é desfazer-se da ambição do enriquecimento, do poder e da glória.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)[1]
Coleta
Concedei-nos, Senhor, a graça de sempre temer e amar vosso santo nome, pois nunca cessais de conduzir os que firmais solidamente no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Cristo: ungido de Deus
Na verdade, seu comportamento era o de um profeta, enviado de Deus, cercado de mistério, que falava da presença de Deus entre os homens e da conversão do coração ao Criador. Comparavam-no a Elias, que vivera 800 anos antes e cuja memória permanecia por causa de seu empenho em levar o povo de volta ao verdadeiro Deus. Jesus manifestava muitas qualidades de Elias e tinha semelhanças com João Batista. Não fosse o Batista ou Elias retornado do céu, certamente seria alguém com a têmpera e a força dos antigos profetas (v. 19).
Os Apóstolos, que conviviam com ele, sabiam que ele era homem como eles, mas envolto em mistério. E o mistério tinha a ver com o divino. Todos conheciam sua família (Me 6,3), mas sua palavra era maior que a doutrina dos rabinos (Jo 7,16). Pedro expressou o que eles pensavam: era o Cristo, o enviado de Deus. Mas eles ainda pensavam num Cristo restaurador do Reino de Davi (At 1,6). Era preciso que eles se convencessem de que o Cristo, o ungido de Deus, viera para restaurar a integridade das criaturas, manchadas e fragmentadas pelo pecado. Era o “Cordeiro de Deus que viera tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29) e cumpriria essa missão, deixando-se pregar numa cruz. Sua morte, longe de ser um fim, tornar-se-ia fonte de graça. Era a luz do mundo (Jo 9,12), o Filho de Deus vivo (Mt 16,16) com poder de dar a vida divina a quantos nele acreditassem (Ja 3,36).
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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