Pular para o conteúdo principal

Post Recente em Destaque

Querida Amazônia: Posições divididas na Igreja na Alemanha por magistério do Papa Francisco

Cardeal Reinhad Marx e outros dois bispos alemães. Crédito: Bohumil Petrik / ACI Prensa

BERLIM, 17 Fev. 20 / 12:30 pm (ACI).- Os líderes da Igreja na Alemanha ofereceram respostas marcadamente diferentes a Querida Amazônia, a exortação apostólica pós-sinodal que o Papa Francisco publicou em 12 de fevereiro.

O Comitê Central de Católicos Alemães (ZdK), um influente grupo leigo que administra o chamado processo sinodal com a Conferência Episcopal Alemã, acusou o Papa Francisco de "falta de coragem para reformas reais" em sua exortação.

O grupo se posicionou contra o ensinamento e a disciplina da Igreja em vários temas e pediu a ordenação de mulheres, a bênção de casais homossexuais por parteda Igreja e o fim do celibato sacerdotal.

“Com sua exortação apostólica pós-sinodal do Sínodo da Amazônia, o Papa Francisco continua o caminho que escolheu. Dirige-se a todo o povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade em uma linguagem clara e compreensível, também emocional”, disse ZdK na quarta-feira, 12 de fevereiro, em comunicado divulgado em seu site.

"Infelizmente, não tem a coragem para implementar reformas reais em temas sobre a ordenação de homens casados ​​e as capacidades litúrgicas das mulheres, que vêm sendo discutidos há 50 anos".

O ZdK afirmou que, após a publicação do documento de trabalho do Sínodo da Amazônia, "as expectativas de dar passos concretos em direção à reforma, especialmente no que diz respeito ao acesso à ordem sacerdotal e ao papel das mulheres, eram muito altas".

“Lamentamos muito que o Papa Francisco não tenha dado um passo adiante em sua carta. Pelo contrário, fortalece as posições existentes da Igreja Romana, tanto em termos de acesso ao sacerdócio quanto na participação de mulheres”.

Embora o comitê leigo aparentemente tenha aceitado que o Papa Francisco descarte qualquer mudança significativa na disciplina sacerdotal, o chefe da hierarquia alemã parece minimizar o impacto da exortação do Papa Francisco.

O Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal Alemã, que participou do sínodo no ano passado, emitiu sua própria declaração em resposta à exortação do Papa. O Purpurado disse que Francisco não fechou a porta para as ambições alemãs de acabar com o celibato clerical e chamou a carta de Francisco, que é magistério, "um marco para a reflexão".

"Quem espera decisões concretas e instruções de ação com a carta pós-sinodal do Papa Francisco não as encontrará", admitiu Marx e insistiu que as recomendações de mudanças realizadas pelo sínodo “ainda estão em discussão”.

"Como se sabe, dois terços dos 280 (padres sinodais) também defenderam as exceções ao celibato obrigatório no documento sinodal final e pediram uma reflexão mais profunda sobre a admissão de mulheres ao diaconato", disse o cardeal alemão.

"No contexto das reformas discutidas na Alemanha, esses temas foram particularmente bem recebidos pela Igreja e pelo público, mas não foram os principais temas do sínodo", afirmou.

"O debate continuará", insistiu Marx.

Embora o documento sinodal final tenha sido "apresentado formalmente" junto com a resposta do Papa, o Cardeal Michael Czerny e o Cardeal Lorenzo Baldesseri enfatizaram durante a coletiva de imprensa do Vaticano que não tem peso magisterial e que não há autorização para os bispos diocesanos ordenarem homens casados.

Em contraste com a resignação e os protestos expressos, outro membro da Igreja na Alemanha recebeu o documento do Papa Francisco com satisfação.

O Prefeito Emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, elogiou o documento Querida Amazônia e disse que o Papa "não quer alimentar os conflitos políticos, étnicos e internos da Igreja e os conflitos de interesse, mas superá-los".

O Papa, assinalou, "deseja oferecer à Igreja e a todas as pessoas de boa vontade suas próprias respostas, a fim de ajudar a garantir uma ‘recepção harmoniosa, criativa e frutífera de todo processo sinodal’”.

O Cardeal Müller destacou que o texto pode ter "o efeito reconciliador de reduzir as facções internas da Igreja, as fixações ideológicas e o perigo de emigração interna ou resistência aberta".

O Cardeal assinalou que o Papa fez um apelo importante a todos os fiéis para renovar o compromisso e zelo missionário pela região amazônica e enfatizou a dignidade e a missão dos leigos.

“Os fiéis leigos não se definem pelo fato de que podem fazer tudo, exceto o que é reservado exclusivamente aos sacerdotes, mas por sua participação na missão total da Igreja sobre a base do Batismo e da Crisma”, escreveu o Cardeal Müller. "O Papa recorda, com razão, a importância dos ministérios eclesiais dos leigos, que ‘são chamados de várias maneiras a uma colaboração direta com o apostolado", assinalou.

O Cardeal Müller indicou que o Papa Francisco tomou uma decisão clara ao não atender às exigências de mudanças dramáticas no estado clerical e às divisões que causaram na Igreja em geral.

"O Papa não quer alimentar os conflitos políticos, étnicos e internos existentes na Igreja e os conflitos de interesse, mas superá-los".

"É de se esperar – escreveu o Cardeal – que os intérpretes deste documento se abstenham de durezas desnecessárias e abordem as preocupações do Santo Padre como verdadeiros filhos e filhas da Igreja em espírito de concordância e colaboração".

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Fonte: ACI digital



Cardeal Marx não seguirá à frente da Conferência Episcopal Alemã

Cardeal Reinhard Marx, atual presidente da Conferência Episcopal Alemã / Crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa

BERLIM, 12 Fev. 20 / 03:00 pm (ACI).- O Cardeal Reinhard Marx decidiu não concorrer a um segundo mandato como presidente da Conferência Episcopal Alemã.

A Conferência Episcopal Alemã fez este anúncio na terça-feira, 11 de fevereiro, segundo informou CNA Deustch, agência em alemão do Grupo ACI.

Em uma carta, o Cardeal Marx, de 66 anos, justifica a decisão por causa de sua idade. O Purpurado teria 72 anos no final de um segundo mandato. No entanto, os bispos católicos não renunciam até os 75 anos de idade e muitas vezes permanecem no cargo por mais alguns anos.

"Acho que deveria ser a vez da geração mais jovem e, talvez, também seja bom que haja uma mudança nessa tarefa com mais frequência", disse o Cardeal, acrescentando que estava “muito feliz em ocupar o cargo".

A assembleia geral de primavera da Conferência Episcopal Alemã acontecerá em Mainz, de 2 a 5 de março de 2020. A eleição do presidente também está prevista para essa data.

Em sua carta, o também Arcebispo de Munique e Freising acrescenta que “continuará trabalhando ativamente na Conferência Episcopal" e "estará particularmente comprometido com o processo sinodal".

O início do chamado "processo sinodal", começado pelo Purpurado, foi acompanhado por duras críticas e sérias reservas pelo desejo de "avaliar" a doutrina católica sobre a homossexualidade e a moral sexual, e o que diz respeito aos sacramentos da ordem sacerdotal e do matrimônio.

O Papa Francisco se dirigiu pessoalmente aos católicos alemães com uma carta na qual compartilhou "sua preocupação com o futuro da Igreja na Alemanha".

O Santo Padre enfatizou a necessidade de "recuperar a primazia da evangelização para olhar o futuro com confiança e esperança, porque, sendo evangelizadora, a Igreja começa evangelizando a si mesma".

Em setembro de 2019, o Vaticano enviou uma carta aos bispos da Alemanha, afirmando que os planos para o polêmico "processo sinodal" na Igreja no país europeu "não são eclesiologicamente válidos".

Até o núncio apostólico na Alemanha, Dom Nikola Eterovic, escreveu uma carta aos bispos do país europeu, na qual pediu que sejam fiéis ao Papa Francisco e comparou a recente carta do Santo Padre com uma encíclica do Papa Pio XI escrita na época dos nazistas.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Fonte: ACI digital

Comentários

Receba Notícias do Blog em seu E-mail

Receba novos posts por e-mail:

Postagens Mais Visitadas do Mês

Beato Carlo Acutis

»Do prefácio de S. Ex.ª Rev.ma Card. Angelo Comastri

"Estar sempre com Jesus, este é o meu projeto de vida".
Com estas poucas palavras, Carlo Acutis esboça a distinta característica de sua breve existência:
viver com Jesus, por Jesus, em Jesus».


Pedidos de Oração no Site Oficial

Postagens mais visitadas

Avisos

Olá irmãs e irmãos de fé! Paz e Bem!

Nas postagens antigas há diversas orações, do antigo programa de rádio Momento de Fé do Padre Marcelo Rossi.

Todas estão no Marcador "Orações-Momento de Fé".

Este Blog não é do Padre Marcelo Rossi; para que sua mensagem chegue ao padre, você terá que acessar os sites dele :

1) Padre Marcelo Rossi


2) Facebook Padre Marcelo Rossi


Obrigada - Adriana dos Anjos/Devoção e Fé Blog