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Os Papas e os “últimos”


Papa Francisco almoça com os pobres  (@L'Osservatore Romano)

Jesus disse: “Pobres, sempre os tereis convosco”. É um pró-memória que no Magistério da Igreja sempre esteve presente. Para o Papa Francisco é um dos pontos centrais do seu pontificado. Palavras dos Papas mais recentes sobre os pobres e a esmola

Cidade do Vaticano

A Audiência Geral de 28 de março de 1979, do Papa João Paulo II, foi inteiramente dedicada à esmola, uma das três práticas quaresmais. No final dos anos 70, a consciência de pobreza no mundo parecia limitada a alguns países, ao continente africano, à Índia… No Ocidente super-desenvolvido, ainda exaltado pelos efeitos do crescimento econômico pós-bélico, os mendigos pareciam uma exceção. Mas a situação não era assim. E a Igreja jamais deixou de olhar para os últimos. Porque os pobres, os últimos da terra, estão desde sempre no coração de Jesus…

Palavras de João Paulo II na ocasião:

“…em um momento de especial relevo, Cristo pronuncia estas palavras significativas: Pobres, sempre os tereis convosco (Jo. 12, 8). Com tais palavras não pretende dizer que as mudanças das estruturas sociais e econômicas nada valham e que não se deve tentar caminhos diversos para eliminar a injustiça, a humilhação, a miséria e a fome. Só quer dizer que no homem haverá sempre necessidades, a que não se poderá prover senão com a ajuda ao necessitado e com o levar a que os outros participem dos meus bens (…) ‘Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber; era peregrino e recebestes-me; estava nu e destes-me de vestir; adoeci e visitastes-me; estive na prisão e fostes ter comigo’. Então, os justos lhe responderão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos te visitar?’. E o Rei lhes dirá em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes’”.

Papa Paulo VI

Enquanto que Paulo VI ao receber os colaboradores italianos das Missões de Madre Teresa de Calcutá, em 6 de maio de 1978 disse:

"…No juízo final o Cristo juiz premiará ou condenará baseado no relatório, de acolhida ou de rejeição, que os crentes instauraram durante a vida terrena, com os famintos, os que têm sede, os estrangeiros, os necessitados, os doentes, os encarcerados, ou seja, os pobres, os excluídos e os desprezados. Aliás, Jesus chega quase a se identificar com estes: ‘Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ (Mt 24, 50)”. Por outro lado, Jesus coloca o amor recíproco como a característica específica dos seus discípulos (Cfr. Jo15, 12 ss.) ´É este o mandamento antigo e novo, como afirma o evangelista S. João, o qual escreve: “O que ama o seu irmão, permanece na luz” (1 Jo 2, 10).

João XXIII

Quinze anos antes, em pleno Concílio, na sua radiomensagem quaresmal de 27 de fevereiro de 1963, João XXIII colocara os últimos da terra como uma das prioridades de todo o bom cristão, comprometido em se sentir artífice e não apenas espectador da caridade.

"… a Nossa palavra não renova logo e somente o angustioso chamado para correr em ajuda de nossos semelhantes menos favorecidos, fazendo nossas as suas necessidades. Este chamado é permanente na Igreja. (…) Reparte o teu pão com o faminto e abra a tua casa aos pobres e aos sem destino, vista a roupa naquele que encontras nu, não despreza a tua própria carne. Aí então, qual novo amanhecer, vai brilhar a tua luz e tuas feridas hão de sarar rapidamente. Teus atos de justiça irão à tua frente e a glória do Senhor te seguirá” (Is 58, 6-8).

Pio XII

Famintos, pobres e andarilhos eram certamente os homens e as mulheres que tinham vivido a tragédia da grande guerra. Esta pobreza, aliás, esta miséria, material e espiritual da qual o mundo se reabilitou com muita dificuldade na metade do século passado. Tudo isso estava bem presente na vida de Pio XII. Eis a sua radiomensagem para o Natal de 1952:

“Diletos filhos, pobres e míseros de toda a terra! Pedimos a lesos que vos faça sentir como estamos perto de vós com a Nossa ansiedade paterna, cheia de angústia e vibração. Sabe o Senhor como Nós queríamos ter a sua onipresença e onipotência, para entrar em cada uma das vossas habitações elevar-vos auxílio e conforto, pão e trabalho, serenidade e paz. Queríamos estar convosco, quando estais oprimidos pela canseira nos campos e nas oficinas, desolados pelas doenças que vos afligem, ou dilacerados pelas garras da fome.

Não poderíamos finalmente deixar de observar que a melhor organização de caridade não bastaria, por si só, para assistir aos homens necessitados. E' mister acrescentar necessariamente a ação pessoal, cheia de solicitude, empenhada em superar a distância entre o necessitado e o benfeitor, e que se acerca do indigente, porque é irmão de Cristo e também nosso irmão.

A grande tentação de uma época que se diz social - na qual, além da Igreja, o Estado, os municípios e as outras entidades públicas se dedicam a tantos problemas sociais - é que as pessoas, mesmo crentes, quando o pobre lhes bate à porta, mandam-no sempre às instituições e organizações, julgando que o seu dever pessoal já está suficientemente cumprido com as contribuições dadas àqueles organismos, mediante pagamento de contribuições ou ofertas voluntárias”.

Bento XVI

Portanto, aos pobres não é suficiente a esmola. Isso vale ainda mais em tempo de globalização, quando também a miséria se globalizou, e é vista por todos, não apenas em algumas esquinas. As redes revelam e acentuam o drama dos últimos, ainda mais marginalizados pela adaptação de cada um às tragédias dos outros. Por isso a presença física de um Papa à mesa, lado a lado com os mais pobres tem um sentido que vai além do compartilhamento da comida…

Bento XVI, no dia 27 de dezembro de 2009, almoçou com os pobres na sede romana da Comunidade de Santo Egídio…

“É para mim uma experiência comovedora estar com vocês, estar aqui na família da Comunidade de Santo Egídio, estar com os amigos de Jesus, porque Jesus ama especialmente as pessoas que sofrem, as pessoas em dificuldade, e quer que elas sejam os seus irmãos e as suas irmãs. Obrigado por esta possibilidade! Sinto-me muito feliz e estou agradecido a quantos, com amor e capacidade, prepararam a refeição – realmente senti a competência desta cozinha, parabéns! – também àqueles que a serviram de maneira tão fluida que no arco de uma hora tivemos um grande almoço. Obrigado e parabéns! (…) Durante o almoço pude tomar conhecimento de um pouco da história de alguns, como reflexo das situações humanas aqui presentes; ouvi vicissitudes dolorosas e repletas de humanidade, mas também histórias de um amor reencontrado aqui em Santo Egídio: experiências de idosos, emigrantes, pessoas sem morada fixa, ciganos, portadores de deficiência, pessoas com problemas econômicos ou outras dificuldades, e todos, de uma maneira ou outra, provados pela vida. Encontro-me aqui com vocês para lhes dizer que estou perto de todos, que estimo todos e que vocês como pessoas e suas vicissitudes não estão distantes dos meus pensamentos, mas sim no centro e no coração da Comunidade dos fiéis e assim também no meu coração”.

23 maio 2019

Fonte: Vatican News

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