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O que sente quando olha para o mar? O que ele te diz?


Redação (Sexta-feira, 18-01-2019, Gaudium Press) Sabemos que toda a criação canta as obras do Senhor.

A Liturgia exclama: "O Céu e a Terra proclamam a Vossa Glória", "Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor".

São Boaventura explica que "Deus criou todas as coisas não para aumentar a Sua glória, mas para manifestá-la e para comunicá-la".

Podemos observar nas criaturas um rastro do Criador, tal como uma assinatura, uma marca, na obra de um artista.

Logo, o céu, a terra, as montanhas, os rios e matas são como espelhos através dos quais Deus nos mostra um pouco da Sua beleza, grandeza, onipotência, amor, sabedoria, Sua Face.

E o mar, podemos assim dizer, também é uma pequena amostra da Imagem Infinita de Deus.

Ele é grande e majestoso como um rei, forte como um leão, rico como um tesouro e cheio de vida abundante.

É antiga, a voz do mar...

Não é de hoje que o mar "fala". Podemos perceber que em diversas passagens da Bíblia os autores sagrados usam a figura do mar para louvar a Deus ou para nos ensinar alguma coisa, já percebeu?

Veja bem, o salmista já dizia assim:

"Deus tem nas mãos as profundezas dos abismos, e as alturas das montanhas lhe pertencem; o mar é dele, pois foi ele quem o fez, e a terra firme suas mãos a modelaram" (Sl 94,4-5).

E o Eclesiástico também:

"O Senhor, com seu desígnio, aplacou o oceano e nele plantou as ilhas. Os que navegam sobre o mar descrevem seus perigos, e ficamos admirados com o que ouvimos a respeito: há nele coisas estranhas e maravilhosas, animais de toda espécie e monstros marinhos" (Eclo 43,25-27).

E ainda essas e mais outras tantas:

"Os filhos de Israel serão tão numerosos como a areia do mar, que não se pode medir nem contar. Em lugar de se lhes dizer: Lo-Ami, serão chamados Filhos do Deus vivo" (Os 2,1).

"Porém, mais poderoso que a voz das grandes águas, mais poderoso que os vagalhões do mar, mais poderoso é o Senhor nas alturas do céu" (Sl 92,4).

Voz do Catecismo

Veja que bonito ensina nosso Catecismo no parágrafo §1:

"Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para torná-lo participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças".

Deus está no meio de nós. E também ao nosso lado...

Deus nos criou para o Céu. E enquanto caminhamos como peregrinos nesta Terra, Ele está próximo a nós. Deus quer estar conosco, quer falar conosco; seja pelas situações da vida, pelas pessoas que coloca em nosso caminho, por sua Palavra, pela Eucaristia ou pela natureza.

O Senhor não poupa maneiras de falar ao nosso coração. Inclusive foi Ele mesmo que colocou essa sede de Infinito no coração do homem para que O buscasse e O encontrasse.

Desde então a humanidade busca preencher um vazio que só pode ser preenchido pelo Criador.

Por este motivo, é preciso estar atento aos pequenos detalhes da nossa vida para não correr o risco de não percebermos que Ele está ao nosso lado.

Ouvir Deus, caminhando pela praia

Por exemplo, por numa simples caminhada pela areia da praia podemos aprender muitas lições com o mar. Não podemos nunca nos esquecer de que Deus também fala conosco através de Sua criação e de suas criaturas.

Ao beirar o mar pela areia podemos tocar suas ondas macias banhando nossos pés como num gesto de carinho. Através delas o mar nos traz muitas mensagens que só podem ser lidas se as antenas da alma estiveram sintonizadas na frequência da fé.

Isto nos faz lembrar o que diz o Salmo "Invitatório", que recrimina aqueles que sem fé, têm os ouvidos fechados para as mensagens que Deus nos dá pelas criaturas - "Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:

"Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras" (Sl 94,8-9).

Abrir ouvidos e olhos da alma: depois, cantar as glórias do Criador

Abrindo os ouvidos e olhos da alma, ao encontrar na areia uma conchinha que toca nossos pés, podemos perceber sua simplicidade e também que ela possui concavidade peculiar feita para acolher uma vida que nela é gerada.

E olhando para ela, imaginando além, podemos lembrar que antes de se abrir, aquela conchinha estava fechadinha e possuía duas faces extremamente unidas.

Ela trazia em si uma vida que um dia, depois de madura, pôde se abrir e servir de alimento para outras criaturas. Não são lições para nós - de simplicidade, disponibilidade, serviço desinteressado?

Ao observarmos ainda, aquela conchinha aberta perdida ali na areia, com seu pequeno corpo mineral voltado para o Céu como que glorificando ao seu Criador, podemos pensar:

Será que meu coração também não precisa se abrir mais para louvar e dar glórias a Deus?

Pense na conchinha, depois de gerar nela uma vida, se abre para dar graças ao Autor de toda a vida. Parecem duas mãos abertas em gesto de louvor silencioso.

Jesus, certa vez, não disse que se os homens não O louvassem, as pedras o fariam? Elas são como pedras que louvam o Criador.

Não são lições para nós?

"Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor!"

Se não houvesse o mar, aquela conchinha não estaria ali e se não fosse pelo amor e pela vontade de Deus, nada disso existiria. Nem mesmo nós. Não são estes bons motivos para louvar a Deus?

Quantas outras surpresas pode nos trazer o mar! Quanto de Deus ele nos fala...

Certa vez, ao final de uma caminhada pela praia, encontrei o mais enigmático caramujo. Dentro dele também um dia, houve uma vida, para a qual ele serviu de casa e proteção.

Depois de hospedar essa criatura, ficou abandonado na praia e foi colhido por mim como uma lembrança do mar para alguém.

Aceitou ser esquecido e abandonado na areia..., satisfeito de ter cumprido sua missão como uma criatura inorgânica, dando assim, a seu modo, glória ao Criador.

E o bichinho que dali saiu talvez possa nos dizer que o mar da vida é cheio de perigos, e que é preciso viver um tanto escondido e bem protegido pela graça de Deus como o caramujo.

Enfim, o apelo que faço a você neste dia é:

abra os ouvidos da alma e ouça a Voz do Criador que fala sem cessar no silêncio do coração. Isto é meditar.
Isto é espiritualidade.

Por Prof. Felipe Aquino
(Pensador e Professor Católico, escritor, pregador, participa da Canção Nova)
(Subtítulos da Gaudium Press)

Fonte: Gaudium Press

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