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Papa Francisco: Homilia da Santa Missa em Morelia/México (16/02/2016)


MORELIA, 16 Fev. 16 / 04:30 pm (ACI).- O Papa Francisco celebrou uma emocionante Missa com 20.000 pessoas entre sacerdotes, religiosos, religiosas, consagrados e seminaristas, no estádio “Venustiano Carranza” na cidade de Morelia, estado de Michoacán – ocidente do México.

Em sua homilia, Francisco aconselhou rezar para combater o demônio, que utiliza a resignação e a acedia – preguiça espiritual – como uma das suas principais armas. Além disso, assegurou que o modo de rezar mostra o estilo de vida que a pessoa tem.

Ao chegar a Morelia, as demonstrações de carinho e alegria foram expressas, assim como nos dias anteriores entre a multidão, calculada em aproximadamente 300.000 pessoas, as quais esperavam o Pontífice chegar de papamóvel durante as primeiras horas da manhã.

Ao chegar, o Santo Padre foi aplaudido por milhares de pessoas ali reunidas e logo foi transladado ao estádio em um pequeno veículo branco com o escudo papal, do qual saudou os fiéis até chegar na sacristia.

A celebração foi feita em espanhol e na língua indígena purepécha, língua oficial de um povoado que vive neste estado e cujos membros foram conhecidos na antiguidade como “michoacas” ou “michoacanos”. (Fonte: ACI digital)

Confira a Homilia na íntegra:

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO MÉXICO

(12-18 DE FEVEREIRO DE 2016)

SANTA MISSA COM SACERDOTES, RELIGIOSAS, RELIGIOSOS, CONSAGRADOS E SEMINARISTAS

HOMILIA DO SANTO PADRE

Estádio “Venustiano Carranza”, Morelia

Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016

Há um dito entre nós que recita assim: «Diz-me como rezas e dir-te-ei como vives, diz-me como vives e dir-te-ei como rezas»; porque, mostrando-me como rezas, aprenderei a descobrir o Deus vivo e, mostrando-me como vives, aprenderei a acreditar no Deus a quem rezas, pois a nossa vida fala da oração e a oração fala da nossa vida. Aprende-se a rezar, como se aprende a caminhar, a falar, a escutar. A escola da oração é a escola da vida, e a escola da vida é o lugar onde fazemos escola de oração.

E Paulo, quando ensinava ou exortava o seu discípulo predilecto Timóteo a viver a fé, dizia-lhe: «Lembra-te da tua mãe e da tua avó». E, quando os seminaristas entravam no Seminário, muitas vezes perguntavam-me: «Padre, eu gostava de ter uma oração mais profunda, mais mental». «Olha, continua a rezar como te ensinaram na tua casa e depois, pouco a pouco, a tua oração irá crescendo, como cresceu a tua vida». Aprende-se a rezar, como tudo na vida.

Jesus quis introduzir os seus no mistério da Vida: no mistério da vida d’Ele. Mostrou-lhes – comendo, dormindo, curando, pregando, rezando – o que significa ser Filho de Deus. Convidou-os a partilhar a sua vida, a sua intimidade e, enquanto estavam com Ele, fez-lhes tocar na sua carne a vida do Pai. No seu olhar, no seu caminhar, fê-los experimentar a força, a novidade de dizer: «Pai Nosso». Em Jesus, esta expressão «Pai Nosso» não tem o sabor velho da rotina ou da repetição; pelo contrário, sabe a vida, a experiência, a autenticidade. Ele soube viver rezando e rezar vivendo, ao dizer: Pai Nosso.

E convidou-nos a fazer o mesmo. A nossa primeira chamada é para fazer experiência deste amor misericordioso do Pai na nossa vida, na nossa história. A primeira chamada que Jesus nos fez foi para nos introduzir nesta nova dinâmica do amor, da filiação. A nossa primeira chamada é para aprender a dizer «Pai Nosso», como insiste Paulo: Abbá.

A propósito da sua chamada, diz São Paulo: «Ai de mim, se eu não evangelizar!» Ai de mim, porque evangelizar «não é para mim – explica – motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta» (1 Cor 9, 16). Pois bem! Jesus chamou-nos para participar na sua vida, na vida divina: Ai de nós – consagrados, consagradas, seminaristas, sacerdotes, bispos – ai de nós se não a compartilharmos! Ai de nós, se não formos testemunhas do que vimos e ouvimos! Ai de nós! Não queremos ser funcionários do divino; não somos, nem o queremos ser jamais, empregados da empresa de Deus, porque fomos convidados a participar na sua vida, fomos convidados a encerrar-nos no seu coração, um coração que reza e vive dizendo: Pai Nosso. Em que consiste a missão senão em dizer com a nossa vida – desde o princípio até ao fim, como o nosso irmão bispo que faleceu esta noite –, em que consiste a missão senão em dizer com a nossa vida: Pai Nosso?

É a este Pai Nosso que nos dirigimos todos os dias. E que Lhe dizemos numa das súplicas? Não nos deixeis cair em tentação. Fê-lo o próprio Jesus. Rezou para que nós, seus discípulos – de ontem e de hoje –, não caíssemos em tentação. E uma das tentações que nos assalta, uma das tentações que surge não só de contemplar a realidade, mas também de viver nela… sabeis qual pode ser? Qual é a tentação que nos pode vir de ambientes dominados muitas vezes pela violência, a corrupção, o tráfico de drogas, o desprezo pela dignidade da pessoa, a indiferença perante o sofrimento e a precariedade? À vista de tudo isto, à vista desta realidade que parece ter-se tornado um sistema irremovível, qual é a tentação que repetidamente podemos ter nós, os chamados à vida consagrada, ao presbiterado, ao episcopado?

Acho que a poderemos resumir numa só palavra: resignação. À vista desta realidade, pode vencer-nos uma das armas preferidas do demónio: a resignação. «E que podes tu fazer? A vida é assim». Uma resignação que nos paralisa e impede não só de caminhar, mas também de abrir caminho; uma resignação que não só nos atemoriza, mas também nos entrincheira nas nossas «sacristias» e seguranças aparentes; uma resignação que não só nos impede de anunciar, mas impede-nos também de louvar, tira-nos a alegria, o prazer do louvor. Uma resignação que nos impede não só de projectar, mas também nos trava na hora de arriscar e transformar.

Por isso, Pai Nosso, não nos deixeis cair em tentação.

Nos momentos de tentação, faz-nos muito bem apelar para a nossa memória. Ajuda-nos muito considerar a «madeira» de que fomos feitos. Não começou tudo connosco, e tão-pouco acabará tudo connosco; por isso, por isso faz-nos bem recuperar a recordação da história que nos trouxe até aqui.

E, revisitando a memória, não podemos esquecer-nos de alguém que amou tanto este lugar, que se fez filho desta terra. Alguém que pôde dizer de si mesmo: «Tiraram-me da magistratura para me porem na plenitude do sacerdócio por mérito dos meus pecados. A mim, inútil e completamente inábil para a execução de tão grande empreendimento; a mim, que não sabia remar, elegeram-me primeiro bispo de Michoacán» (Vasco Vásquez de Quiroga, Carta pastoral, 1554).

Permiti-me aqui um parêntesis! Agradeço ao Senhor Cardeal Arcebispo por ter querido que se celebrasse esta Eucaristia com o báculo deste homem e o seu cálice. Convosco quero lembrar este evangelizador, conhecido também como Tato Vasco, como «o espanhol que se fez índio».

A realidade vivida pelos índios Purhépechas – que ele descreve como «vendidos, vexados e errando pelos mercados a recolher os restos que se deitavam fora» –, longe de o fazer cair na tentação da acédia e da resignação, moveu a sua fé, moveu a sua vida, moveu a sua compaixão e estimulou-o a realizar várias iniciativas que permitissem «respirar» no meio desta realidade tão paralisante e injusta. A amargura do sofrimento dos seus irmãos fez-se oração e a oração fez-se resposta concreta. E isto valeu-lhe, entre os índios, o nome de «Tata Vasco» que, na língua purhépechas, significa «papá».

Pai, Papá, Tata, Abbá.... Esta é a oração, esta é a palavra que Jesus nos convidou a dizer.

Pai, Papá, Abbá, não nos deixeis cair na tentação da resignação, não nos deixeis cair na tentação da acédia, não nos deixeis cair na tentação da perda da memória, não nos deixeis cair na tentação de nos esquecermos dos nossos maiores que nos ensinaram, com a sua vida, a dizer: Pai Nosso.

Fonte: Vatican.va

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